terça-feira, 14 de agosto de 2018

Semana terrível para a Europa


A Europa infelizmente tem outros problemas além deste acontecimento terrível em Gênova, Itália (Piero Cruciatti/AFP)

Os últimos dias foram repletos de notícias ruins assolando o continente europeu. Acidentes, crimes e a crise na Turquia estão causando pesadelos por lá, e também em outros locais, inclusive o Brasil. 

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, é frequentemente acusado até mesmo por conservadores menos afoitos (em relação a ele) como uma espécie de "elefante em loja de louças", provocando desastres e prejuízos bilionários. Desta vez, porém, ele não foi o maior culpado por mais um crise de grandes proporções, causada pelo ditador turco Rayyip Erdogan, que utilizou o anúncio de uma sobretaxa de 50% no aço e 20% no alumínio produzidos no país da Ásia Menor como um pretexto para uma guerra comercial. O maior motivo foi a repressão aos cristãos na Turquia, e um deles, o pastor americano Andrew Brunson, acusado, sem evidências concretas, de estar filiado ao clérigo xiita Fetulah Gulen e à guerrilha curda. A justiça turca não explicou como um religioso cristão poderia ter como aliados um líder islâmico radical, tido como terrorista por Ancara, e um movimento separatista.

O episódio ajudou a escancarar a fragilidade da economia turca, comprometida por alta inflação, má gestão econômica, dependência forte em relação aos Estados Unidos, União Europeia e, ultimamente, China e Rússia, excessivo controle estatal, taxas de juros mantidas artificialmente baixas e forte presença do capital especulativo. Este último tratou de vender ações, alarmado com a crise nas relações entre Turquia e Estados Unidos, levando a uma forte queda na bolsa de valores local, principalmente na sexta-feira passada, e a uma desvalorização fortíssima no valor da lira turca - 18% (!) - nos últimos dias - neste ano, a depreciação foi de 40%. Isso provocou quedas nas Bolsas em toda a Europa, principalmente em Frankfurt (Alemanha) e Milão (Itália), além dos países emergentes como o Brasil, onde a Bovespa caiu quase 3%.

Mas não só a crise no país euro-asiático causou transtornos no Velho Continente.

Hoje, em Londres, um homem atropelou várias pessoas, entre ciclistas e pedestres, ferindo três delas, e estava bem próximo do Parlamento britânico quando foi detido, reagindo agressivamente à prisão; o caso foi tratado como uma tentativa de ataque terrorista. Casos semelhantes vem acontecendo até na longínqua Suécia, onde criminosos atearam fogo em mais de cem carros em Gotemburgo, numa ação aparentemente orquestrada.

Além dos crimes, as tragédias causadas por acidentes também marcaram os últimos dias. Em Gênova, noroeste da Itália, uma ponte com vasto histórico de problemas e restaurada em 2016 desabou e 35 pessoas morreram. Ainda estão avaliando as causas.

Outras questões, menos recentes, ainda não foram resolvidas, como a questão dos imigrantes no Mar Mediterrâneo e a onda de sarampo, causada pelas falhas nos programas de vacinação. Não é só no Brasil e outros países com economia deficiente que esta doença grave vem atacando milhares de crianças.

E não há garantias de que estas questões serão resolvidas logo. É assim na Europa, no Brasil, no mundo.



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