quinta-feira, 27 de setembro de 2018

Dólar volta a ficar abaixo de R$ 4

Depois de vários dias convivendo com o dólar a valores inaceitáveis, fatores importantes trataram de fazê-lo voltar a patamares um pouco mais civilizados.

Um dos fatores é a corrida presidencial. Depois de alimentar a volúpia dos especuladores com notícias e fake news sobre os candidatos, principalmente os líderes Jair Bolsonaro e o representante do PT (oficialmente, Fernando Haddad), a disputa parece tomar um rumo mais definido. Os negociantes da moeda americana viram que ganharam muito dinheiro no jogo especulativo e resolveram vender uma parte das verdinhas.

Outro fator importante foi o acordo entre a Petrobras e a Justiça americana. A empresa vai pagar até US$ 3,6 bilhões a autoridades brasileiras e americanas, e, segundo os termos, foi reconhecido o papel de vítima da empresa, lesada de forma hedionda pelo Quadrilhão, antes chamado de Petrolão. Foram pagos no ato US$ 853 milhões para os americanos. Na Bovespa, as ações preferenciais saltaram 6,53%. 

Houve também a venda de dólares pelo BC, por leilão, negociando mais de 10.000 swaps cambiais, correspondentes a US$ 9,801 bilhões. 

Não só o cenário brasileiro influenciou, mas as boas notícias vindas dos próprios Estados Unidos, também. O balanço do segundo trimestre deste ano fez o PIB crescer 4,2% no período entre julho de 2017 e julho de 2018. E a moeda americana sofreu uma queda no mundo inteiro frente às divisas dos países emergentes, como o peso argentino e o rublo russo. 

Como resultado, o dólar caiu a R$ 3,99, menor valor em mais de um mês. E a Bovespa voltou a ficar acima dos 80.000 pontos. 


N. do A.: O cenário econômico melhorou mesmo com novas declarações do vice na chapa de Jair Bolsonaro, sugerindo, entre outras coisas, discutir uma revogação do décimo terceiro salário. Isso novamente abala a campanha de Bolsonaro, que já desautorizou publicamente o general. Parece um paradoxo um capitão dar ordens a um general, ambos de reserva, mas parece que Mourão obedeceu e se retratou depois. 

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