segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Neurônios por toda a parte

Quando pensamos em neurônios, logo associamos ao cérebro, órgão que concentra boa parte deles: cerca de 86 bilhões.  

Porém, devemos nos lembrar dos nossos livros de biologia. Neurônio é a célula nervosa, base não só do cérebro, mas da espinha dorsal e dos nervos em geral, muitos dos quais estão ligados com os órgãos do corpo. Cada neurônio está ligado a outro por sinapses, que são as uniões por meio de dendritos (as ramificações da célula nervosa) e axônios (a ramificação mais longa). Eles não encostam um no outro diretamente, e sim por neurotransmissores, as substâncias responsáveis pela transmissão dos impulsos nervosos. Tudo isso pode ser visto com mais detalhes nos livros. 

Dois neurônios interligados por sinapses

Assim, todos os órgãos, desde o fígado até os músculos, possuem neurônios sob a forma de nervos. Mas só alguns deles possuem redes neurais, que são neurônios dispostos em formas mais complexas, não apenas como forma de transmissão de impulsos de um lugar para outro distante. O cérebro é em boa parte constituído de uma grande rede neural.

Os órgãos mais notáveis com redes neurais são o coração e os intestinos. No músculo cardíaco, existem 40 mil neurônios que controlam os batimentos e estão interligados com o resto do sistema nervoso. O intestino possui associado a ele nada menos que 500 milhões deles, responsáveis pelo controle da digestão, produção de hormônios como a serotonina e ativação das células do sistema imunológico. Por isso, se diz que o intestino possui um "segundo cérebro". A quantidade de neurônios nesses órgãos, apesar de bem considerável, não rivaliza com a do cérebro (500 milhões, perto de 86 bilhões, são algo em torno de 0,58%). Assim, as afirmações aludindo a pessoas que pensam com o coração, referindo-se aos sentimentais, ou com a barriga, contra os comilões, continuam a ter sentido conotativo, assim como a afirmação de quem teria apenas dois neurônios (ou "Tico e Teco"), para se referir aos toleirões.

Sem neurônios, não há como pensar. E nem como mover-se, respirar, viver. Tratemos de usá-los melhor, valorizando o corpo e a mente.


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