quarta-feira, 14 de agosto de 2019

20 razões para agradecer por não estarmos na Idade Média


Dois cavaleiros armados de espadas brigando por uma donzela? Isso só acontecia em ambiente da nobreza. A vida das pessoas comuns era muito mais difícil e violenta (de uma pintura medieval feita no séc. XIII)


A Idade Média é uma época muito difamada desde que ela terminou, com a tomada de Constantinopla pelos turcos, as descobertas de outros continentes pelos europeus e o florescimento das artes com o Renascimento. Consideram-na uma época de ignorância, obscurantismo, tirania exercida pela nobreza e pela igreja contra o resto da população - a maior parte dela vivendo em condições realmente difíceis. 

Existiram fatos que comprovavam esta visão ruim desta época, de acordo com o site List25 (leia o original, em inglês, AQUI). Alguns itens foram retirados porque eram considerados apenas pitorescos, não terríveis, como a contagem dos minutos, o tipo de vestuário e a composição dos nomes naquela época trevosa:


1. Não tinha essa de "felizes para sempre" no casamento
 
O casamento na época medieval era muito diferente do que definiríamos como “casamento” hoje. As mulheres não tinham escolha e nem conheciam o homem antes de se casarem. Simplificando, o casamento não foi baseado em amor e romance, como muitos ingenuamente pensam.


2. A mulher não tinha direitos

Mesmo que o estupro fosse considerado um crime na maior parte da Europa medieval, a mulher era sempre considerada a grande culpada, por se deixar entregar ao agressor. Uma esposa não podia recusar legalmente as demandas sexuais do marido, mas o marido também não podia recusar os avanços da esposa. A crença popular era que as mulheres estavam sempre desejando sexo, e que era ruim para a saúde não ter relações sexuais regularmente. Naquela época, as mulheres eram vistas (e usadas) como estritamente para fins de sexo, geração de filhos, preparação da comida e da limpeza. 


3. A cadeia era verdadeiramente terrível

O sistema penitenciário da época não era tão civilizado e humano quanto o atual na maior parte do Ocidente. Se você acabou perdendo sua liberdade, o inferno estava esperando por você. Cadeias foram as primeiras masmorras em castelos ou fortificações como a Torre de Londres. Um prisioneiro não se alimentava e não tomava água todos os dias e, claro, não havia atividades sociais ou sol. A maioria dos prisioneiros eram acorrentadas m suas celas para evitar tentativas de fuga e muitos deles morriam de fome ou doença. Os presídios de agora, mesmo no Brasil, pareceriam hotéis perto das cadeias medievais. 


4. Ruas pavimentadas eram uma raridade

Na maioria das grandes cidades medievais não havia pavimento e as pessoas tinham que andar na terra nua. Aliás, não exatamente, pois a maior parte do solo estava coberta de excrementos, assim como entranhas de animais e comida apodrecida.


5. Os loucos eram tratados como escória

Ter problemas mentais na Idade Média era um problema real. Os espancamentos eram administrados como punição aos doentes mentais que agiam por causa dos distúrbios causados ​​por seu comportamento e como meio de “ensinar” os indivíduos a sairem de suas doenças. Outros que eram considerados perigosos sofriam espancamentos, eram expulsos das cidades, jogados na cadeia, ou executados pelo crime de possessão demoníaca. Tempos felizes!


6. A comida era horrível

A violência da Idade Média levou a uma sociedade primitiva sem elegância e refinamento. Comida medieval era muito simples e os ingredientes eram obtidos nos lugares de origem, com poucos locais onde se comercializavam produtos de fora. As massas comiam muito pão, muitas vezes mofado, carne de baixa qualidade (principalmente porco), enquanto havia uma séria falta de frutas e vegetais. E a falta de higiene ao comer era regra.

7.  A medicina era baseada na superstição

Um diagnóstico médico durante os tempos medievais envolvia astrologia e outras teorias que hoje seriam consideradas absurdas. Por exemplo, a sangria era um dos métodos de tratamento mais amplamente aceitos e respeitados, uma vez que a maioria dos médicos acreditava que o corpo se livraria de todas as doenças ou enfermidades se o "sangue ruim" fosse removido.


8. Ter uma longa vida era uma raridade

A expectativa média de vida de um homem nascido no Reino Unido entre 1276 e 1300 era de cerca de trinta e um anos, e no resto da Europa as coisas não eram melhores. A "meia-idade" naquela época era a adolescência, sendo que as mulheres já estavam em idade reprodutiva. Gravidez na adolescência não era vista como um problema.


9. Água era rara e imunda; as bebidas alcoólicas eram mais seguras

A água raramente era bebida nos tempos medievais devido às dificuldades em obter água limpa. Se a água tivesse que ser bebida, a de nascente era preferida, pois era menos provável que causasse doença do que se fosse colhida do rio. Acreditava-se também que a água era ruim para a digestão e, por todas essas razões, as pessoas consumiam grandes porções de vinho, cerveja, cidra, cerveja, etc. Era, aliás, menos perigoso se embebedar do que morrer em decorrência de parasitoses vindas da água. 


10. As pessoas não tomavam banho

Embora os banhos públicos e os métodos sanitários fossem comuns em Roma, Atenas e na maioria das grandes cidades da Europa, tudo isso mudou nos tempos medievais. Os cristãos foram proibidos de tomar banho por causa da nudez, e portanto a Igreja proclamou que banhos públicos levavam à imoralidade, sexo promíscuo e doenças. Essas “leis não escritas” da religião tornaram-se parte da vida cotidiana da maioria dos cidadãos que lentamente começaram a evitar qualquer tipo de autolimpeza.


11. Viver nas cidades era uma sujeira

Estima-se que os habitantes da Londres medieval produziam cinquenta toneladas de excrementos humanos e animais por dia. Eles eram descartados em qualquer lugar, até do alto das casas mais altas (e ai de quem passava perto delas).


12. Viver de entretenimento era um risco

Hoje em dia, atores, cantores, atletas e personalidades da TV podem ser algumas das pessoas mais bem-sucedidas e mais respeitadas do mundo, mas, na época medieval, as coisas não eram ótimas para elas. Se um artista não fizesse o rei ou um senhor feudal feliz, ele poderia ser executado por não ser bom em seu trabalho e não, isso não é apenas uma história que você viu nos filmes.


13. O pão era um perigo para a saúde e podia até ser alucinógeno

Pão era alimento essencial na Idade Média. No entanto, durante o verão, fazer pão era uma tarefa particularmente difícil para os aldeões, uma vez que ficavam sem grãos e a nova cultura não estava pronta para ser colhida. Por essa razão, eles foram forçados a fazer pão de centeio velho infestado com um fungo chamado ergot, que tem os mesmos efeitos do LSD.


14. Havia guerras e mais guerras

Viver na Idade Média era conviver com a violência e precisar se sujeitar aos interesses dos senhores feudais e dos reis, que entravam em guerra por qualquer motivo, inclusive questões de honra familiar, mas principalmente devido às disputas pelos tronos (esta é uma causa da Guerra dos Cem Anos entre os reinos franceses - haviam vários - e a Inglaterra, entre 1337 e 1450). As famosas Cruzadas nem sempre foram motivadas pela Igreja para "libertar" Jerusalém, mas também por questões comerciais. Os cavaleiros medievais, mesmo os cruzados, muitas vezes não se comportavam como... cavalheiros, agindo muitas vezes com selvageria. E ser um guerreiro na Idade Média não era fácil, pois para matar o inimigo era preciso enfrentá-lo em combate direto; os nobres raramente o faziam, pois era difícil carregar elmos e armaduras pesadas, enquanto os soldados comuns muitas vezes usavam o que tinham em mãos; não havia a praticidade das armas de fogo e dos mísseis de longo alcance, enquanto as balestras eram o máximo de sofisticação bélica da época.


15. A peste e outras doenças eram sentenças de morte

A peste negra foi registrada como uma das pragas mais mortíferas da história da humanidade. De acordo com relatos históricos, a peste negra matou cerca de metade da população da Europa em apenas três anos, o que significa que se você vivesse na Europa medieval por volta de 1340, teria 50% de chance de morrer com ela. Não era só a peste que matava, mas a malária era um flagelo principalmente na Itália, onde milhares de pessoas morriam todo ano por causa dessa doença. Havia registros de outras enfermidades temíveis, como o Mal des ardents (ou "Fogo de Santo Antônio"), forma perigosa da intoxicação pelo já citado ergot, onde as pessoas sentiam-se como se pegassem fogo e sofriam com a má circulação do sangue e até gangrena.


16. Boas maneiras eram quase inexistentes

Excluindo a maioria das famílias reais e algumas pessoas da nobreza, a grande maioria das pessoas não sabia o que eram boas maneiras. A maioria deles usava palavrões regularmente, eles consideravam a bondade uma coisa ruim, e tinham modos horríveis à mesa. Para ter uma ideia mais clara, era considerado legal arrotar em voz alta enquanto jantava e jogava ossos e restos no chão.


17. Os animais eram tratados como gente, mas só quando eram castigados

Sob a lei medieval, os animais poderiam ser julgados e sentenciados por crimes, como se fossem pessoas. Existem registros de animais de fazenda sendo julgados por ferir ou matar pessoas. Não é um bom momento ou lugar para os animais ou as pessoas que os amam.


18. Anestesia? Que anestesia?

Hoje nós tomamos anestesia, seja no consultório de um dentista ou em um hospital. No entanto, este não foi o caso na Idade Média. Os cirurgiões tinham uma compreensão muito pobre da anatomia humana, dos anestésicos e das técnicas antissépticas para manter feridas e incisões livres de infecções, o que resultou em muitas mortes e muita dor. Além disso, o tratamento para a maioria das cáries era mesmo o boticão, gerando multidões de desdentados.


19. Universidades eram um privilégio e a regra era ser analfabeto

Na Idade Média, surgiram as primeiras universidades, como as de Sorbonne, de Bologna e de Oxford, onde algumas famílias de posses podiam estudar. Não eram um primor e estavam muito longe de transmitirem os conhecimentos como atualmente, mas eram verdadeiros oásis, cercados de ignorância. A maioria das pessoas não sabiam ler nem escrever. As universidades eram derivadas de estabelecimentos religiosos, e desde o início da Idade Média a Igreja era a maior fonte de cultura. 


20. Havia poucas opções de lazer

Na Idade Média, os esportes eram pouco conhecidos e coisas como torneios de cavalaria, justas (duelos entre dois cavaleiros e três tipos de armas por disputa), treinamentos com bonecos armados (estafermos) e corridas de cavalos eram restritos aos senhores feudais, e aos quais o populacho não podia nem sequer pensar em assistir. Havia um tipo de esporte parecido com o futebol, chamado de Calcio (até hoje o esporte moderno é chamado assim na Itália), mas era visto com maus olhos pelas autoridades. Além disso, uma fonte de divertimento era assistir às execuções públicas e participar dos castigos contra delinquentes e ladrões, que eram perseguidos, amarrados, espancados e tratados como alvos para brincadeiras de mau gosto.


Se você está lamentando a vida difícil, o risco de recessão global, a falta de verbas nas universidades, o dólar de novo acima de R$ 4,00, o desemprego, a violência, o governo Bolsonaro, a derrota do seu time ou a ida ao dentista, pode parar de mimimi e agradecer de joelhos por estar vivendo no século XXI, e não na Idade Média!

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