quarta-feira, 21 de agosto de 2019

Bolsonaro libera a lista das 'privatizáveis'

Conforme prometeu em sua campanha, o presidente Bolsonaro vai acelerar o programa de privatizações. Algumas não oferecerão grandes problemas, fora a disponibilidade de compradores (uma grande dor de cabeça por si só), mas outras exigem um bom planejamento por parte do governo. 

Dentre as empresas passíveis de venda, estão a ABGF, a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias, criada no governo Dilma, em 2013. Também, empresas com muito mais tradição, como a Dataprev, a famosa empresa que cuida dos dados da Previdência Social, e a Serpro, a maior empresa pública responsável pelo processamento de dados no Brasil. 

A Telebras e os Correios darão mais trabalho. São empresas de porte muito grande: a primeira foi conhecida por "Telessauro" pelo finado economista Roberto Campos, e é a coluna vertebral da infraestrutura em telecomunicações do País, apesar de todas as privatizações feitas anteriormente. A situação dos Correios é ainda mais complicada, porque eles foram explicitamente regulamentados na Constituição, requerendo uma PEC para a sua venda. Por isso, setores do governo apostam em uma parceria com empresas privadas. 

Em situação ainda pior é a Casa da Moeda. Como defender a venda da responsável pela emissão das cédulas e moedas do nosso país? Não há paralelo em outros países. Quem defende isso nem é o presidente, e sim Paulo Guedes, que precisa reunir bons argumentos para encampar a ideia.

Falou-se também em uma privatização da Petrobras, mas isso requer um esforço imenso, devido à resistência política (e da sociedade), à complexidade operacional e ao gigantismo desta empresa, a "Petrossauro" referida pelo já citado Roberto Campos, ou um dos pilares da soberania do País, segundo os nacionalistas e "nacionaleiros".


N. do A.: Enquanto Bolsonaro e Paulo Guedes se empenham em modificar a estrutura econômica do Brasil, outra estrutura também está sendo mexida: a política do PSDB, com a adesão de Alexandre Frota, expulso do PSL por suas críticas às diretrizes do partido e de seu mais ilustre integrante (o próprio presidente da República), e a tentativa de expulsar Aécio Neves, alvo da Lava Jato e outras acusações de corrupção e outros crimes; essas iniciativas tiveram o dedo do governador de São Paulo, João Dória. No caso de Aécio, a empreitada não deu certo, pois a Executiva Nacional rejeitou a expulsão, por expressivos 30 votos a 4. 

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