quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Da série '(Des)industrialização no Brasil atual', parte 2 - O setor de alimentos e bebidas

Ao contrário da indústria eletrônica abordada anteriormente, os setores alimentício e de bebidas, também pertencentes à cadeia de bens de consumo, estão relativamente bem.

É um dos poucos setores da indústria onde não há uma crise séria, pela presença de empresas sólidas do ramo. Além das multinacionais citadas, temos outras, como a J. Macedo (farinhas e massas), Camil (cereais e produtos de pescado), Batavo (laticínios e carnes), entre outras. A ABIA, Associação Brasileira da Indústria de Alimentos, estimou o crescimento das vendas em 2 a 3%. No primeiro semestre, já cresceu 1,3%.

Por aqui há a presença de grandes multinacionais de origem brasileira, total ou parcialmente, como a BRF (que reúne Sadia e Perdigão), a InBev e a famigerada JBS.

Por outro lado, o problema deste setor é a crescente desnacionalização. O Brasil sempre esteve aberto às grandes transnacionais do ramo de alimentos, e as aquisições sempre existiram, mas a tendência a perder marcas acentuou-se nos últimos anos. Empresas famosas no passado foram incorporadas a multinacionais, como a Arisco, a Yoki, a Vigor e a Garoto, além da Schin. 

Além disso, muitas indústrias foram se extinguindo, como as famosas marcas do passado Cica, Balas Juquinha, Dulcora, Frigorífico Chapecó. Problemas de gestão somadas às crises econômicas nas últimas décadas foram responsáveis por este fenômeno.

Neste setor, a tendência é a concentração de mercado entre as grandes indústrias, mas sempre é possível vislumbrar o surgimento de novos empreendimentos locais. Existem frutas nativas cujo potencial ainda não foi devidamente explorado. É possível explorar nichos do agronegócio, como o cultivo em áreas antes não exploradas, como no sertão nordestino (apesar das falhas graves no projeto de transposição do rio São Francisco) e a criação de peixes em cativeiro.

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