terça-feira, 24 de setembro de 2019

Presidente discursa na ONU



O presidente Jair Bolsonaro fez um discurso contundente e de grande repercussão no Brasil e no resto do mundo, na Assembléia da ONU, em Nova York. Não cedeu a quem queria algo mais conciliador, e falou algumas "verdades". 

Algumas eram realmente dignas deste termo, como os impactos da ditadura venezuelana sobre o Brasil, com quatro milhões de refugiados fugindo da tirania de Nicolas Maduro, o empenho pelas reformas na economia, a tolerância religiosa no Brasil e a denúncia de interesses estrangeiros na Amazônia, valendo-se da influência sobre as lideranças locais (chamadas, sem meias palavras, de "peças de manobra"). 

Outras ainda podem ser consideradas verdades, sem aspas, mas com dados incorretos ou imprecisos, como o tamanho da reserva ianomami, 95 mil quilômetros quadrados para poucas dezenas de milhares de habitantes indígenas (apenas 25 mil, e não 15 mil como disse o presidente), além de afirmar que apenas 8% da área brasileira é aproveitada para a produção de alimentos (desconsiderou os 20% destinados à pecuária). O presidente denunciou a roubalheira no governo petista, mas as centenas de bilhões de reais tiradas do NOSSO DINHEIRO não são números oficiais, e ninguém realmente sabe o tamanho da rapina. 

Havia também outros fatos e versões, expostos de acordo com o pensamento ideológico do presidente, atacando o "politicamente correto" e o globalismo, acusados de embotar discussões, infantilizar mentes e transformar tudo em "palavras de ordem", assim como a chamada "ideologia de gênero", termo em voga para denunciar as tentativas de militantes LGBT para definir a sexualidade além da biologia e da religião, que definem dois sexos, o feminino e o masculino, e impor este pensamento inclusive nas escolas. Ele diz ser contra as ideologias, utilizando as suas próprias. 

Por fim, as "verdades" que devem ser consideradas, usando uma neologia ainda em voga, "pós-verdades", um eufemismo usado para as "mentiras cabeludas". Disse que o Brasil está se esforçando para preservar a Amazônia, vítima de queimadas espontâneas (no Cerrado e em locais de pasto isso é verdade, mas dificilmente uma floresta tropical pega fogo sem haver algum fator externo), e ele chamou o Foro de São Paulo de "organização criminosa" (não é, apesar das acusações pesadas contra esta organização criada por Fidel Castro, Lula e outros políticos). 



N. do A.: Enquanto Bolsonaro esteve em Nova York, o Senado aproveitou para derrubar os vetos à Lei de Abuso de Autoridade, como retaliação contra a Polícia Federal, que se atreveu a fazer buscas e apreensões no gabinete de Fernando Bezerra Coelho, líder licenciado do governo no Senado. De forma corporativista, Davi Alcolumbre e seus colegas tomaram as dores de Bezerra e tentam fazer a difamada Lei de Abuso voltar a ser, parcialmente, o que era, apesar dos vetos do presidente terem podado a maior parte dos absurdos do texto (algumas coisas sensatas da lei e vetadas pelo presidente foram analisadas: o veto ao uso de algemas foi mantido, mas o artigo que falava em indução de um investigado a produzir prova contra si próprio foi restabelecido). 

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