segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Será o começo de uma nova crise do petróleo? Ou algo pior?

Anteontem, drones atacaram e destruíram uma refinaria no leste da Arábia Saudita, paralisando a maior parte da extração do petróleo do país, o maior exportador desse produto tão essencial para o mundo. 

Embora os houthis, guerrilheiros insurgentes no Iêmen apoiados pelo Irã e combatidos sem piedade por forças sauditas, tivessem reivindicado os ataques, nem Riad, e nem Washington, acreditaram. Para ambos, os terroristas não são os houthis, mas os seus aliados persas. 

Foi o bastante para Donald Trump, no seu estilo belicoso, lançar mais ameaças ao país dos aiatolás, mas os analistas não creem numa guerra aberta, porque o inimigo é suficientemente poderoso e ainda conta com a aliança da Rússia. Caso ele realmente tiver posse de armas nucleares, poderá usá-las não contra os sauditas ou as forças americanas, mas contra Israel, aliado-mor da Casa Branca - que não hesitaria em responder na mesma moeda, se o ataque não for o bastante para destruí-lo. Seria um caminho sem volta, cujo pior desfecho será o extermínio da humanidade. 

Muito mais provável é uma crise no petróleo, como parece estar a ocorrer agora: o preço do barril disparou, e fatalmente isso refletirá no resto do mundo. Não será apenas ver a gasolina e o diesel mais caros - e isto poderá significar nova manifestação dos caminhoneiros - mas todos os derivados de petróleo encarecendo, afetando a atividade industrial no planeta. 

As dificuldades da nossa equipe econômica para tentar fazer o Brasil se mover aumentarão bastante, refletindo na popularidade já decrescente do atual ocupante do Planalto, Jair Bolsonaro. Ele pode aumentar as suas tendências populistas ao ordenar uma intervenção nos preços do petróleo, a fim de acalmar os caminhoneiros, muitos dos quais votaram nele, às custas da Petrobras. Enquanto isso, a insatisfação dos outros brasileiros só tende a aumentar. 

E o resto do mundo, ameaçado por uma recessão global, pode mergulhar de vez no empobrecimento, pelo menos a curto prazo. 


N. do A.: Não vai adiantar ficar reclamando e se queixando das injustiças no mundo, como o personagem Calímero, um pintinho preto e chorão conhecido dos europeus. Neymar, um dos jogadores de futebol mais odiados do mundo, foi chamado por este nome no jogo do PSG contra o Strasbourg pela torcida, que ainda sugeriu ao "cai-cai" para vender o seu filho para a Vila Mimosa (ponto de prostituição no Rio de Janeiro), para se ter uma ideia da fúria, beirando a selvageria, de alguns torcedores radicais, os "ultras". Neymar fez um gol para acalmar as feras, mas vai precisar de muito mais para reconstruir o seu prestígio em ruínas após forçar da pior maneira a negociação com o Barcelona, cuja torcida também o detesta. 

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