Agatha Felix é mais uma vítima inocente da violência no Brasil |
O caso Agatha Felix, criança de apenas oito anos, morta por um tiro de fuzil quando estava dentro de uma Kombi no complexo do Alemão, levantou questões sobre a violência policial no Brasil e foi pretexto para se condenar o governador do Rio, Wilson Witzel, e sua linha dura contra a criminalidade, estimulando ações policiais desastrosas como essa, onde, segundo consta, não havia reação dos bandidos (no caso, traficantes de drogas, mas poderiam ser milicianos também) que mandam e desmandam nas favelas cariocas.
Já existem aos montes jornalistas e blogueiros que abordam a tragédia como mais uma amostra da violência contra os pobres no Brasil, principalmente por forças policiais. Este blog fará algo diferente: mostrará como no Brasil se matam crianças, de todas as etnias e classes sociais, não só as negras e pobres, sem dúvida as maiores sujeitas à violência.
Recentemente, uma outra menina, de 9 anos, também pobre, foi esfaqueada e morta pelo próprio padrasto na favela do Morro da Coroa, também no Rio de Janeiro. Não houve repercussão porque não envolveu a polícia, o Exército ou outra corporação estatal.
No mês passado, em Divinópolis, uma outra menina, de 6 anos, foi estrangulada e jogada do alto de um imóvel, pela janela do segundo andar.
Um menino de 9 anos foi assassinado pelo pai suicida, quando o carro onde estavam colidiu propositalmente contra uma carreta em uma estrada próxima a Curitiba. O criminoso queria se vingar da ex-mulher por causa do fim de um relacionamento abusivo.
Em Manaus, uma mulher é acusada de torturar e matar a própria filha, de 3 anos, por ter defecado na roupa.
Outra menina, ainda mais nova, foi espancada até a morte pelo pai e pela madrasta, em Aquiremes, Rondônia.
Em Registro, um menino de 8 anos foi amarrado e jogado no rio Ribeira do Iguape.
E outros casos abomináveis, engrossando as estatísticas. Os frios números mostram que o Brasil é o quinto país onde mais se matam crianças e adolescentes, superando países em guerra como Síria e Afeganistão. Segundo a Unicef, em 2015 foram mortos 10.480 meninos entre 10 e 19 anos, muito mais do que na Síria, onde mataram 7.607.
Estamos ameaçando o nosso próprio futuro, ao acabar com a vida de quem deveria ser cuidado e educado para se tornar um cidadão produtivo e útil à sua pátria. A violência e a impunidade contra meninos e meninas é algo intolerável para as pessoas normais, e precisa ser punida com o rigor necessário previsto pela lei. Garantir o bem estar e a segurança das crianças é um pré-requisito para uma sociedade ser considerada civilizada.
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