sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

As últimas do governo

Depois das denúncias apontando os imóveis abandonados do Ibama, o ministério do Meio Ambiente, por uma minuta de Projeto de Lei, mandou alienar 355 desses estabelecimentos sem uso. NOSSO DINHEIRO estará deixando de ser gasto desnecessariamente por iniciativa do senhor ministro Ricardo Salles. Desta vez ele tomou a decisão certa. 

Espera-se que o colega da pasta da Economia, Paulo Guedes, conhecido por suas medidas em geral mais acertadas que a do ministro Salles, tome a decisão certa acerca da declaração sobre empregadas domésticas indo para a Disney, como se isso fosse uma aberração e o dólar a R$ 4,35 não fosse um tormento para a nossa economia. É necessário inventar desculpas melhores do que "tom professoral", pelo menos. A altivez do ministro não permite, mas o ideal é que ele mostre sincero arrependimento por ter dito essas sandices interpretadas como "aversão aos pobres" pelos críticos do governo. O "Posto Ipiranga" do governo não se pode dar ao luxo de comportar-se como uma espelunca qualquer. 

Quanto ao chefe de ambos, o presidente da República, ele adotou um tom mais comedido para criticar o papa Francisco, que se manifestou nas redes sociais e mostrou preocupação com a Amazônia. O presidente reafirmou a soberania do Brasil sobre a parte da Amazônia em seu território. 

A frase do papa: 

"Dirijo esta exortação ao mundo inteiro, para ajudar a despertar a estima e solicitude pela Amazônia, que também é «nossa»".

E a resposta de Bolsonaro: 

"Foi criado nesta semana um conselho que visa proteger, preservar e desenvolver nossa Amazônia, o que é muito importante, adotar medidas preventivas contra qualquer ação que não esteja de acordo com as leis brasileiras. [...] E mostrar para o mundo que estamos preocupados com a Amazônia, a Amazônia é nossa. Não é como o Papa tuitou ontem, não, tá?", [...] "A Amazônia é nossa e queremos preservá-la e fazer com que possamos ser beneficiados com os recursos de forma sustentável"

Com Sua Santidade, o presidente até foi respeitoso, como se deve. Por outro lado, ele havia atacado o grupo Greenpeace, conhecido pelas atitudes às vezes temerárias e radicais pela causa ambiental, mas sempre impactantes, chamando-o de "lixo" e "porcaria". 

Fora essas diatribes ambientais, mostrando mais uma vez que a questão do meio ambiente é uma pauta considerada desagradável para o atual governo, a reforma ministerial acabou colocando Onyx Lorenzoni para o ministério da Cidadania, enquanto a Casa Civil passou a ser chefiada pelo general Walter Souza Braga Neto. Lorenzoni foi posto na "frigideira" por causa de seu imediato, José Vicente Santini, que usou um avião da FAB para viajar à Suíça e à Índia e gastou NOSSO DINHEIRO (novamente, usando este termo). Porém, quem acabou perdendo o cargo no governo foi Osmar Terra, o antigo ministro da Cidadania, que voltará para a Câmara dos Deputados, na condição de membro do MDB gaúcho. Alguns assessores de Terra eram investigados por contratarem sem licitação a empresa Business to Technology (B2T), implicada na Operação Graveteiro da Polícia Federal por supostamente ter desviado R$ 50 milhões entre 2016 e 2018. 


N. do A.: Bolsonaro e alguns ministros, como o general Augusto Heleno e o agora ministro da Cidadania Onyx Lorenzoni não gostaram de saber que o papa Francisco recebeu o ex-presidente Lula no Vaticano. Para o papa e muitos outros chefes estrangeiros, Lula foi o responsável pela diminuição da miséria no Brasil - o que é fato. Não levam em conta o montante surrupiado pelo partido do novo "pai dos pobres", já muitas vezes noticiado e citado inclusive neste blog. Bilhões do NOSSO DINHEIRO (pela terceira vez usando este termo) foram dilapidados, e isso é um preço alto demais para ser ignorado. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário