quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Zé do Caixão

José Mojica Marins (1936-2020) está morto, vítima de uma broncopneumonia, às vésperas de completar 84 anos, mas seu personagem mais marcante, o sinistro Zé do Caixão, está imortalizado na cultura brasileira. 

Zé do Caixão apavorou (e fez rir) em dezenas de filmes que marcaram a produção de terror brasileira (Divulgação)
Macabro, irreverente, sarcástico, unhas sujas e compridíssimas, capa preta e cartola. Este tipo invadiu os cinemas na década de 1960, durante a fase do Cinema Novo. Enquanto Gláuber Rocha e Nelson Pereira dos Santos faziam um cinema engajado, mostrando a miséria do povo, José Mojica Marins enveredou por um caminho diferente, fazendo filmes de terror. Criou verdadeiras pérolas do horror "brazuca", ao mesmo tempo mórbidas e recheadas de humor negro, como À Meia Noite Levarei sua Alma, Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, Encarnação do Demônio e Ritual dos Sádicos, também conhecido por outro título: O Despertar da Besta.

Após anos de dificuldades, por não ter o mesmo talento de cineasta para gerenciar as finanças, José Mojica Marins voltou a aparecer, apresentando um programa na televisão chamado O Estranho Mundo de Zé do Caixão, no Canal Brasil, onde ele rogava pragas toda semana. 

O cineasta deixou o Brasil todo de luto com sua morte, mas nunca será esquecido. Zé do Caixão é uma espécie de Drácula tupiniquim: não morre!

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