Aparentemente, os investidores perderam o medo de depositar seu dinheiro no Brasil, e isso tem suas razões: a reforma tributária está avançando (lentamente) no Congresso e a epidemia de coronavírus parou de piorar, chegando a um platô de casos e de mortes.
No mundo, existe a constatação segundo a qual a pandemia não foi tão atroz a ponto de causar danos irreversíveis às economias, embora eles sejam grandes e requeiram altos investimentos para fazer os empregos voltarem. Setores industriais, como os de alta tecnologia, muitos deles na Ásia, onde a epidemia não foi tão severa, estão voltando a produzir.
Isto explica, em parte, por que a Bovespa está atingindo mais de 100.000 pontos, retomando uma trajetória interrompida logo após o carnaval, quando houve um dos maiores tombos da História recente.
Entretanto, o cenário ainda é incerto. Já se fala numa "guerra fria" entre os Estados Unidos, a China e a Rússia, com tensões militares e acusações de espionagem e uso de hackers. O cenário político e econômico no Brasil ainda é ruim, e a ligeira melhora em indicadores sociais, como o analfabetismo, pode estar comprometida pela ação do coronavírus. E, a médio prazo, a economia brasileira irá sofrer severamente pelas deficiências educacionais causadas pela pandemia, que levou à paralisação das escolas e universidades.
Esta situação de aparente otimismo, portanto, tem forte tendência a não durar muito. Neste caso, informação, senso de oportunidade, busca por conhecimento, aprimoramento individual, inteligência emocional (inclui aí a empatia e a capacidade de cooperar e solidarizar-se) e resiliência podem ser úteis.
N. do A.: A situação econômica do Brasil pode não ser tão ruim, mas a política do Brasil ainda está bem longe do aceitável. O PSDB está se corroendo graças às denúncias contra o ex-governador Geraldo Alckmin, por obtenção de recursos ilegais da Odebrecht nas eleições de 2010 e 2014; não estão incluídas aí as acusações referentes à "máfia da merenda" e os superfaturamentos nas obras do Metrô e do Rodoanel.
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