terça-feira, 28 de julho de 2020

Eufemismos e disfemismos de uma certa palavra

Em tempos de pandemia, é comum falar de uma certa palavra desagradável. Um verbo intransitivo, para ser mais específico: 

MORRER

É este fenômeno do qual ninguém escapa, mas poucos querem que ela aconteça, sobretudo pela ação do coronavirus. Poucos querem, é verdade, mas não muito mais acham que irão pegar a doença e...

... expirar
... partir
... ir-se
... dormir o sono eterno
... adormecer com seus pais (Bíblia)
... deixar os entes queridos
... dar seu último suspiro
... entregar a alma a Deus
... passar dessa para melhor
... vestir o paletó de madeira
... abotoar o paletó
... esticar as canelas
... visitar os campos santos (Machado de Assis)
... ao firmamento voar (Álvares de Azevedo)
... desencarnar
... visitar os antepassados
... etc.

ou então

... sucumbir
... perecer
... desviver
... apodrecer
... se foder
... ir para o cemitério
... retornar ao pó (Bíblia)
... ir para sete palmos debaixo da terra
... ser comida dos vermes
... virar presunto
... virar defunto
... ficar no bico do corvo
... passar desta para pior
... peidar pra muzenga (Alborghetti)
... sentar no colo do capeta (idem)
... mijar pelo dedão do pé (idem)
... etc

Os primeiros termos são chamados de eufemismos, uma figura de linguagem para suavizar um termo. Os últimos são os disfemismos, quando a intenção é usar termos mais duros ou sarcásticos. 

Vamos nos cuidar e evitar as formas de contágio do coronavírus, para nunca "dormir o sono eterno" ou "virar defunto" por causa de uma minúscula praga.



N. do A.: \Na live de ontem, o procurador-geral da República Augusto Aras condenou o que ele enxerga como "ações ocultas" da Lava Jato e fez críticas aos acólitos da operação. Aras defendeu a revisão dos procedimentos, o que, para os lavajatistas mais exaltados, seria decretar a "certa palavra" a que esta postagem se refere. 

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