quarta-feira, 19 de maio de 2021

Um dia desafiador para o governo federal e para o povo paulistano

Finalmente, o general Eduardo Pazuello foi depor na CPI da Pandemia, após muita expectativa. Respondeu sobre o porquê do Ministério da Saúde ter supostamente dificultado a compra de vacinas da Pfizer, a crise em Manaus (onde havia falta de oxigênio e anestesias para tratar os doentes) e a administração da hidroxicloroquina para tratamento contra a COVID-19. Ele atribuiu as dificuldades de adquisição das vacinas às "cláusulas leoninas" das fabricantes, e disse que não podia tratar pessoalmente do caso, pois era trabalho do setor administrativo. Ainda procurou isentar o presidente Bolsonaro de culpa por tantas mortes, apesar de ser questionado sobre sua divulgada subserviência às determinações do ex-capitão. Após quatro horas de uma sessão tumultuada, com acusações e discussões às vezes ásperas entre o general e, principalmente, o relator Renan Calheiros (MDB-AL), tudo precisou ser interrompido, pois Pazuello deu mostras de uma crise nervosa e os senadores decidiram continuar os trabalhos amanhã. 

Enquanto isso, o ministro ainda titular do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tornou-se alvo de investigação da Polícia Federal, na operação Akuanduba, autorizada por decisão monocrática do ministro Alexandre de Moraes. Ele é acusado de favorecer madeireiras ilegais, especializadas em extração e contrabando de madeira para o exterior. O presidente do Ibama, Eduardo Bim, também é suspeito de participação nessas irregularidades, e foi afastado a mando de Moraes. Salles disse que a operação foi exagerada e desnecessária, mas evitou confrontar a PF, que atuava de forma semelhante para desmantelar os desmandos durante os governos anteriores. 

Para os trabalhadores paulistanos, a situação também não foi fácil, pois os metroviários entraram em greve, paralisando parcialmente as linhas Azul (Tucuruvi-Jabaquara), Vermelha (Barra Funda-Itaquera) e Verde (Vila Madalena-Vila Prudente), e provocaram superlotação nos ônibus e nas linhas restantes do metrô e da CPTM, piovocando atrasos no trabalho, congrestionamentos no trânsito e agravando o perigo de contrair o coronavírus. Após negociações com o Metrô para as reivindicações dos grevistas, o Sindicato dos Metroviários organizou uma assembléia, e o serviço foi finalmente normalizado à noite. No próximo dia 25, haverá nova reunião, e o risco de nova paralisação ainda existe. 


N. do A.: Em breve, haverá mais uma da série "Filósofos estudam o Brasil", abordando o pensamento de Aristóteles, que certamente verá a situação política do nosso país como um verdadeiro desafio. Enquanto isso, as próximas postagens se afastarão da política e não terão a pandemia como mote principal.

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