quinta-feira, 31 de março de 2022

31 de março ou Primeiro de abril?

Políticos têm a má fama de mentirem, ainda mais no Brasil, onde boa parte da população trata seus representantes públicos como versões pioradas do personagem Pinocchio. Afinal, o personagem dos contos de fada é um boneco inocente, enquanto eles não são inocentes, embora muitos dos excelentíssimos senhores em questão sejam vistos como bonecos a mando de alguém. 

Hoje, o governador de São Paulo João Dória disse ter desistido da Presidência, com base nos números das pesquisas eleitorais, onde ele não está se saindo bem e seu índice de rejeição costuma ser bem alto. Os números das pesquisas são conflitantes, mas o índice negativo é sempre acima de 30%. Mais tarde, ele surpreende e anuncia sua saída do governo de São Paulo, para... disputar a Presidência. 

Por outro lado, o presidente Bolsonaro defendeu o golpe militar ocorrido há 58 anos, justificando a medida como "luta da verdade contra a mentira, da história contra a estória, do bem contra o mal", na sua interpretação subjetiva da verdade, bem ao estilo salvacionista tomado na sua campanha à reeleição. Ele também falou de "amadurecimento político", quando no regime militar a sociedade foi forçada a desaprender a fazer política. Era o autoritarismo, as torturas, os desaparecidos políticos, os governadores e prefeitos nomeados ao invés de eleitos, enquanto na oposição havia a luta armada e os atos terroristas. 

Além disso, há o ex-presidente Lula, afirmando, durante o lançamento da candidatura de Jerônimo Rodrigues para o governo da Bahia, que quem acreditou na Lava Jato foi "enganado", fazendo muita gente se recordar de uma fala anterior, quando ele disse ser a "alma mais inocente do mundo". A farta documentação obtida durante as investigações da Lava Jato não pode ser considerada um engano.

quarta-feira, 30 de março de 2022

Da série "Qual é a dos super-heróis", parte 3 - A Era de Ouro (1938 a 1956)

Depois do lançamento do Superman, o alienígena humanoide de Krypton capaz de várias proezas quando submetido à luz do nosso Sol amarelo, a indústria de quadrinhos interessou-se pelos personagens superpoderosos, iniciando a chamada Era de Ouro. 

Criado por Joe Shuster e Jerry Siegel, o personagem não demorou a se popularizar, mas não gerou muitos benefícios aos seus criadores, pois os direitos ficaram com a National Publications, embora eles fossem bem pagos no início das publicações. Ele foi projetado muitos anos antes, inspirado no mito do Super-Homem nietzschiano e do velho desejo de onipotência. 

O Superman, na sua versão criada por Joe Shuster, até hoje é visto como o arquétipo do super-herói (Divulgação/DC Comics)

Mais tarde, Siegel e Shuster foram dispensados e acabaram na pobreza. Siegel teve numerosas brigas judiciais, inclusive envolvendo a versão do Superman nos cinemas, enquanto Shuster acabou perdendo a visão.

Fora da National, e depois da DC, alguns personagens foram claramente inspirados no personagem vestido com o conhecido uniforme azul e vermelho e a "cueca em cima da calça" própria das roupas dos artistas de circo. O mais notório deles foi o Capitão Marvel, agora conhecido como Shazam, uma versão mais caricata e ingênua do Homem de Aço, que podia voar de verdade, enquanto o Superman limitava-se a dar saltos antes de, mais tarde, conseguir ganhar as alturas e desafiar os limites do espaço-tempo. As origens, no entanto, são bem diferentes, pois o "Paspalhão Vermelho", como era conhecido o personagem feito por C. C. Beck e por Bill Parker em 1939, era a versão poderosa de Billy Batson, um menino humano que ganhava a vida como repórter de rádio, enquanto Superman se disfarçava - de forma bem pouco convincente - como um distraído jornalista de óculos chamado Clark Kent. A National teve várias dores de cabeça com a concorrente Fawcett, uma das várias editoras surgidas neste período, onde Beck e Parker, e também outros artistas, bolavam as histórias do menino que gritava Shazam! para ter os poderes de seis grandes figuras míticas. Houve várias contendas judiciais, resultando na derrota e subsequente falência da Fawcett, em 1953. O nome "Capitão Marvel", mais tarde, acabou parando nas mãos da Marvel Comics para batizar outros personagens, a partir da Era de Prata, antes da Capitã Marvel.

O mundo estava sob grande tensão devido à ameaça nacional-socialista, e as ambições de Hitler para dominar a Europa e aniquilar os judeus resultaram na II Guerra Mundial. Muitos roteiristas e desenhistas estabelecidos na América eram judeus, o grupo étnico perseguido pela tirania do III Reich. 

Editoras surgiram, para explorar o filão dos combatentes contra o nazismo. Surgiu a Timely Comics, "lar" de personagens como o príncipe Namor, o Tocha Humana (o primeiro era um androide chamado Jim Hammond) e o Capitão América, unidos para defender o mundo e fazer impor os valores norte-americanos. Este último, cria de Jack Kirby e Joe Simon, fez história ao aparecer logo na primeira edição da sua revista, acertando o nariz do tirano de bigodinho. 

Para infelicidade de muitos, não fazem essas coisas contra os tiranos atuais (Divulgação/Marvel Comics)

A Quality Comics também surgiu neste período, publicando títulos como os Blackhawks, grupo de combatentes, o Homem Borracha e uma versão heroica do grande símbolo da América, o Tio Sam. 

A Fawcett não colocou o Capitão Marvel para lutar contra a ameaça durante a guerra, salvo algumas histórias contra um personagem chamado Capitão Nazista, mas curiosamente colocou uma versão adolescente do herói, Capitão Marvel Jr., para fazer esse trabalho sujo, ao lado de alguns outros heróis, como o Megaespião (Spy Smasher). Outras editoras também colocaram heróis nessa tarefa, como a Archie, a Harvey, a Lev Gleason Publications (editora do primeiro Daredevil antes do personagem da Marvel com este nome), entre outras. De 1940 a 1945, heróis socando oficiais da SS e até mesmo o próprio Adolf Hitler eram muito populares, estimulando os norte-americanos a comprarem revistas e ajudarem a manter o espírito de combate. Os nazistas eram os principais "super-vilões", ao lado dos cientistas loucos como o Lex Luthor e o Doutor Silvana. Em geral, os vilões não tinham poderes especiais, nem mesmo o mais sinistro de todos eles, o Coringa. 

Houve contratempos, como a disseminação de estereótipos racistas contra os alemães e seus aliados, os japoneses, vistos como fanáticos e violentos. Continuavam os retratos pejorativos de outras etnias, como os povos negros, os chineses, os árabes. Em geral, as histórias continuavam com enredos simplórios e maniqueístas, salvo algumas exceções, e não raro expunham animais, extraterrestres e até plantas como ameaças aos humanos e merecedores de extermínio. 

Alguns heróis não ficaram conhecidos pela causa antinazista. Também havia interesse pelo terror, com personagens sombrios como o Terror Negro (Standard Comics), o Espectro (outro personagem de Jerry Siegel, publicado pela National) e várias entidades como fantasmas e vampiros. Com o fim da guerra, cresceu o interesse por histórias macabras. 

Surgiram também alguns personagens que não se encaixavam bem no perfil de herói, como o já referido Namor. Este seria o primeiro "anti-herói", criado por Bill Everett, um soberano da Atlântida ávido por destruir a humanidade, considerada culpada pela poluição e devastação dos mares. 

Também houve interesse por heroínas. A mulher aos poucos deixou de ser a mocinha indefesa e dependente do herói para se tornar ela própria uma combatente do crime. A maior representante foi a Mulher Maravilha, de William M. Marston, para a All American Publications, uma empresa do mesmo conglomerado da National. Outras personagens femininos de destaque foram a Miss América (Madeline Joyce) da Timely, a Miss Fury da Bell (criada por uma autora, Tarpé Mills), a Lady Fantasma da Quality Comics, Nyoka (adaptação de uma personagem de rádio) e Mary Marvel, ambas da Fawcett Comics. 

Esta última e o já citado Capitão Marvel Jr. eram os jovens ajudantes (sidekicks) do Capitão Marvel em várias histórias da Fawcett, embora tivessem muitas tramas solo, destacando suas versões sem poderes, jovens extremamente vulneráveis (a irmã e o amigo paraplégico de Billy Batson). Os sidekicks tiveram um verdadeiro boom na Era de Ouro, com dezenas deles aparecendo, mas os mais notórios foram Bucky (Capitão América) e Centelha (Tocha Humana), ambos da Timely, e o Robin, ajudante de um certo personagem, o qual será exposto adiante. 

O período também foi muito propício às histórias de mistério e detetive. Nessa época surgiu o antológico Spirit, de Will Eisner, em 1940, publicado na Quality Comics junto com outras criações do autor, como o "Tio Sam" heroico, e depois na Harvey e várias outras editoras, entre elas a própria DC (brevemente). Ele é um detetive mascarado e sempre misterioso, atuante numa cidade sombria chamada Central City e recebia a ajuda de um garoto negro (de início terrivelmente estereotipado) chamado de Ebony. 

Outro detetive viria a se tornar um dos maiores justiceiros fantasiados de todos os tempos, concebido na Detective Comics, mais uma editora do mesmo conglomerado da National e da All American, e que inspiraria o nome da futura fusão dessas marcas, a DC. Trata-se de um certo cavaleiro mascarado, de feições sinistras e atitudes frias contra o submundo, criado por Bob Kane e Bill Finger. O Batman, de início, lembrava um pouco o atual "Cavaleiro das Trevas" com o agravante de muitas vezes matar os malfeitores, pois o código moral do homem morcego ainda não estava formado. Com o passar do tempo, ele foi suavizado, ganhou o parceiro Robin, começou a acumular uma galeria imensa de vilões antológicos com os quais ele não podia facilmente lidar, como o Coringa, o Pinguim, o Charada, a Mulher Gato e o Duas Caras (para citar apenas aqueles criados antes de 1956) e foi se tornando mais ajustado para o público infantil, mesmo antes de 1954, quando houve a publicação de um certo livro chamado "A Sedução dos Inocentes", que viria sepultar de vez a Era de Ouro. Este episódio será abordado na próxima postagem. 

terça-feira, 29 de março de 2022

Pesquisa mostra má notícia para os tucanos e boa para os bolsonaristas

Uma das pesquisas mais recentes mostra vantagem do ex-prefeito e ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT), liderando com 27% das intenções de voto, segundo o Real Time Big Data. 

Ex-governador e ex-aliado dos tucanos, mas desafeto do atual governador João Dória, Márcio França (PSB) empata com o ainda ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos), com 14%. Estão ainda bem atrás do petista, mas a porcentagem de votos não é desprezível. Tarcísio mostra fôlego e pode surpreender na disputa pelo governo paulista. Ele é o candidato oficial do bolsonarismo, e seu trabalho no Ministério é considerado elogiável, devido às duplicações de estradas federais, projetos de revitalização do sistema ferroviário e concessões para a iniciativa privada, de portos e aeroportos. 

Rodrigo Garcia (PSDB), atual vice-governador, está com míseros 6%, e seu desempenho é um mau sinal para os tucanos, que podem ficar fora do governo do Estado após décadas de hegemonia. Os outros candidatos sofrem ainda mais: Renata Abreu (Podemos) detém apenas 2% das intenções de voto, enquanto o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub (Brasil 35), agora desafeto do presidente, fica com 1% ao lado de Vinícius Polt (Novo) e Felício Ramuth (PSD). Gabriel Colombo (PCB) amarga o "traço". 

Estes números obviamente mudarão, principalmente quando chegar a campanha eleitoral. 

segunda-feira, 28 de março de 2022

Will Smith e Chris Rock fazem história no Oscar

Os dois atores entraram para a história do Oscar da forma mais polêmica possível, "armando um barraco", no jargão popular brasileiro. 

Chris Rock, um dos apresentadores da festa, atreveu-se a fazer uma piada de mau gosto a respeito da alopecia da atriz Jada P. Smith, e o marido, o ator Will Smith, subiu ao palco e deu um tapa no maior estilo cinematográfico, para defender a mulher. 

A mídia aproveitou para aumentar a celeuma em torno dos dois, reprovando o bullying de Chris Rock e comentando sobre a possível perda da estatueta de Smith, escolhido melhor ator por seu papel como o pai das irmãs Williams no filme King Richard. Ele recebeu o prêmio após a cena e foi pedir desculpas a todos, mas não a Chris Rock. Ele só veio fazer isso mais tarde. 

O tapa que ofuscou a cerimônia do Oscar (Robyn Beck/AFP)


Muitos duvidam da veracidade, dizendo que o tapa foi uma encenação, mas de qualquer forma a Academia fez uma reunião de emergência. Se for constatada uma agressão de verdade, Will Smith poderá perder a sua única estatueta ganha por seu desempenho - e isso vai despertar novas polêmicas, pois para muitos ele teve motivos para agir dessa forma. 

Por outro lado, os dois contendores acabaram virando "memes" na Internet. Muitos querem ver, por exemplo, Smith como o Batman e Rock como o Robin. 

Enquanto isso, os filmes e os prêmios deste edição do Oscar estarão condenados ao esquecimento. Só vão lembrar do tapa, de longe o evento mais interessante da festa. 

quinta-feira, 24 de março de 2022

'Azzurra' fora da Copa. De novo.

A seleção italiana, que não pode jamais ser considerada fraca, perdeu da Macedônia do Norte por 1 a 0 nas partidas de repescagem para a Copa do Qatar, um resultado totalmente inesperado. Mesmo com mais posse de bola e se impondo na maior parte do tempo, a azzurra - atual campeã da Eurocopa - não conseguiu marcar, e deixaram os macedônios disputarem a sorte com a seleção de Portugal. É uma das maiores zebras da história recente do futebol, e um grande triunfo para o pouco conhecido time do país balcânico. 

Os macedônios comemoram a façanha de eliminar os italianos mesmo jogando em Palermo (Alberto Pizzoli/AFP)


Em 2018, o time tetracampeão ficou de fora, após derrota para os suecos. Apenas doze anos antes, havia conquistado o quarto título, no acidentado duelo contra a equipe francesa liderada por Zidane. Nesta mesma partida, houve a famosa cabeçada do craque francês em Matterazzi, e sua consequente expulsão, fazendo os franceses pagarem caro com a perda do título na Alemanha. 

Mesmo com um grupo não muito mais confiável do que o dos italianos, a Seleção não correria risco, nas próximas eliminatórias, de sofrer esse destino, porque o nível das seleções sul-americanas está de se lastimar. No entanto, no futebol o que menos se tem é certeza, e isso poderá vir a acontecer um dia. Caso aconteça, o Brasil continuaria a existir, assim como a Itália não vai acabar por causa do fracasso de sua seleção. 

Por ora, algo perfeitamente possível de acontecer, para Neymar & Cia., é uma eliminação na primeira fase da Copa do Qatar, independente das vontades de qualquer um. 

quarta-feira, 23 de março de 2022

Por que o dólar abaixou

Com notícias sobre guerras e conflitos, seria aparentemente lógico pensar em investidores correndo atrás de locais seguros e evitar países como o Brasil, onde o risco de perder ativos é ainda relativamente grande. Então, por que o dólar está caindo?

A cotação da moeda norte-americana está em R$ 4,84, mesmo valor de 2020. No início do ano, muitos temiam uma cotação de R$ 6,00. 

Para analistas de mercado, o Brasil é visto como um grande fornecedor de commodities, isto é, as matérias primas valorizadas no mundo inteiro e cotadas em dólar, como minério de ferro, soja e petróleo. Isso também explica por que a Bovespa está recentemente valorizando, por causa de grandes empresas operadoras desses produtos, como a Vale e a Petrobras, cujo peso na Bolsa é considerável. Segundo a CNN Brasil, somente as duas representam cerca de 28% dos valores negociados. 

Este capital possivelmente não ficará por muito tempo, ou seja, trata-se de movimentos especulativos. Isso é corriqueiro em países com certa diversidade econômica, grandes recursos naturais, juros elevados e médio rating (índice "B" nas agências de classificação de risco), onde não há segurança para investir e tampouco risco de calote. É o caso do Brasil. 

Não demorará muito para o dólar voltar a ficar acima de R$ 5,00, a não ser que a guerra da Rússia contra a Ucrânia se estenda por mais tempo e passe a atingir a Europa e os Estados Unidos, a ponto de induzir a uma desvalorização no dólar e no euro, abalando a confiança nas moedas padrão. 

terça-feira, 22 de março de 2022

Ainda insistem em apequenar o Brasil

O Brasil é um país gigante, com uma área enorme louvada pelo Hino Nacional, e mais de 200 milhões de habitantes, a maioria contribuindo, ao seu modo, para manter o país existindo. 

Ainda temos, porém, um velho vício responsável por várias tentativas de apequenar o Brasil e flagelar sua população: tratar o NOSSO DINHEIRO como se fosse um imenso butim, por parte de ilustres homens públicos. 

Os últimos anos provaram como é difícil tentar combater esse mal. Foi necessária uma operação como a Lava Jato para enfrentar o crônico problema da corrupção, que assumiu proporções titânicas com o Quadrilhão do PT, e ela não conseguiu, devido aos problemas operacionais e certa ânsia por protagonismo dos principais agentes. 

Um deles, Deltan Dallagnol, expôs o famoso slide de Power Point apontando o ex-presidente Lula como grande beneficiário do Quadrilhão. Apesar dos fortes indícios, a Justiça acabou considerando inválidas boa parte das provas obtidas pela Lava Jato, e Lula foi preso, e depois solto depois de 580 dias, com base em apenas duas das várias acusações contra ele: a posse do sítio de Atibaia e o apartamento no Guarujá com o envolvimento da Odebrecht, a principal empreiteira investigada durante todo esse tempo. 

Deltan Dallagnol fez a sua famosa apresentação em Power Point para denunciar Lula como o grande responsável pelo Quadrilhão (Geraldo Bubniak/Agência Estado)

Depois do afrouxamento dos trabalhos contra a corrupção, Lula recobrou a liberdade e os alvos políticos da Lava Jato contribuíram para reverter parte dos "estragos", fazendo impor derrotas aos operadores da missão. A última delas foi justamente a multa imposta a Dallagnol - R$ 75 mil - pela Quarta Turma do STJ, por 4 votos a 1 (o voto divergente foi da ministra Maria Isabel Galotti; os demais seguiram o relator, Luís Felipe Salomão). O procurador vai precisar pagar essa quantia ao ex-presidente Lula a título de "danos morais". 

Enquanto isso, o ministro da Educação Mílton Ribeiro se enrolou ao tentar defender os procedimentos de usar dois pastores, Gilmar Lopes e Arílton Moura, da Assembléia de Deus, como intermediários no repasse de verbas para as escolas e creches de diversos municípios. A mídia acusou o ministro de agir sob orientação do presidente Jair Bolsonaro para beneficiar os amigos dos dois líderes religiosos, ou seja, mais um indício de esbórnia com o suado dinheiro adquirido pelos impostos. Sem as proporções escandalosas tomadas em anos recentes, é mais um sinal de verba pública indo para bolsos estranhos. 

A oposição, até 2016 em boa parte aliada do governo petista, não perdeu a oportunidade de posar de paladina da honestidade e pediu a cabeça de Milton Ribeiro. Mesmo os aliados do presidente se incomodaram, como o pastor Silas Malafaia, que criticou o comportamento do ministro, também pastor da Igreja Presbiteriana. 

segunda-feira, 21 de março de 2022

Quem se interessa pelo iPhone SE?

A Apple vai lançar o "novo" iPhone SE 2022, para oferecer uma opção mais acessível ao consumidor. 

"Novo" é força de expressão, pois só o processador A15 Bionic 5G é recente. No mais, a aparência é a mesma do modelo SE 2020, ou seja, uma velharia. Apenas uma câmera traseira de 12 Mp (muito boa por sinal, mas sem opção de zoom óptico ou amplo campo de visão), botão Home (como nos smartphones entre 2016 e 2018), tela minúscula para os padrões atuais (4,7 polegadas em resolução 1334 x 750) e com taxa de atualização de apenas 60 Hz, bateria de menor capacidade do que a do iPhone 13 mini (2.018 mAh contra 2.406 mAh, o que é considerado irrisório para os padrões atuais, mesmo considerando a eficiência energética muito maior dos processadores Bionic e do sistema iOS em relação aos Qualcomm/Mediatek/Exynos usados em celulares Android) e proteção IP67 (enquanto os concorrentes usam proteção IP68, melhor contra água). Isso "tudo" por R$ 4.199,00. 

Ou seja, muito caro por um aparelho cujo maior atrativo é o 5G, cujos planos estão ainda engatinhando no Brasil. Isso dá ainda mais motivos para os usuários Android zombarem dos fãs da maçã. Para os primeiros, comprar um iPhone SE é jogar dinheiro no lixo. Quanto aos últimos, a maioria quer um aparelho com melhor aparência, como os iPhone 13. O modelo convencional pode ser encontrado por pouco mais de R$ 5.000,00. Por menos de R$ 1.000,00, leva-se um aparelho mais contemporâneo, com tema de 6,1 polegadas, duas câmeras traseiras, proteção IP68, bateria maior que dura o dia inteiro (de acordo com testes realizados em sites especializados) e aparência menos "jurássica". Contudo, cada um gasta seu suado dinheiro como achar melhor.

O novo iPhone SE 2022, que já nasceu velho (Divulgação/Apple)

N. do A.: Este post é para fugir um pouco das notícias mais comentadas, como a guerra na Ucrânia, o acidente de avião na China com 132 pessoas a bordo e, aqui no Brasil, o ministro Alexandre de Moraes, monocraticamente, proibiu e depois liberou o Telegram, sob o pretexto de punir as fake news. Com isso, milhões de usuários sem nada a ver com a briga entre o STF e os bolsonaristas foram prejudicados. O Telegram só foi liberado depois de bloquear a conta de Allan dos Santos, do canal Terça Livre, extinto por disseminar mentiras contra os adversários do governo, chegando a pregar até a ruptura institucional contra a democracia, ao mesmo tempo apregoando a defesa da liberdade de expressão. 

sexta-feira, 18 de março de 2022

Da série "Qual é a dos super-herois", parte 2 - A Era de Platina (1896 a 1938)

Na chamada "Era de Platina" dos quadrinhos, iniciada com o primeiro personagem em quadrinhos, Mickey Dugan (o "Yellow Kid", de 1896), até o lançamento do Superman na revista Action Comics em 1938, tudo era bem mais simples. As histórias de heróis eram derivadas das primeiras do gênero, voltadas para a comédia (daí serem conhecidas como comics), e não tinham muita sofisticação, principalmente em comparação com as épocas posteriores. 

Os protagonistas eram, quase sempre, do sexo masculino, caucasianos no padrão anglo-saxão (como na maioria dos ingleses e norte-americanos), fortes e viris, racionais e corajosos, sempre salvando mocinhas indefesas de vilões perversos ou megalomaníacos. Porém, nesta época, não se explorava muito a noção de superpoder. Os heróis precisavam contar com os músculos ou com a astúcia, como qualquer pessoa normal, mas sem reproduzir as nuances de caráter. Aos poucos, isso passaria a ser explorado, a partir de 1929, com o marinheiro Popeye, que não é exatamente um herói clássico, mas um personagem cômico que aumentava o poder de espancar os outros inicialmente esfregando a mão na cabeça de uma ave, para depois usar o espinafre e alavancar as vendas da hortaliça. 

Muitas vezes os cenários eram fora dos centros urbanos, em ambientes mostrados de forma estereotipada, geralmente mares, selvas e, mais recentemente, outros planetas. Nativos de outras terras eram retratados como tolos, preguiçosos ou violentos, numa caracterização que não tardaria a ser considerada ridícula. Não havia preocupação alguma com questões como racismo e nem mesmo com ecologia: os heróis, quando necessário, derrubavam árvores e matavam animais pelos motivos mais torpes, apenas para despertarem sensações fáceis. Nada a ver com o "politicamente correto", conceito desenvolvido muito mais tarde, no final do século XX. 

Seria injusto, porém, apontar as histórias da época apenas como um amontoado de clichês visando entreter mentes ociosas querendo fugir das dificuldades do cotidiano. Deve-se considerar o contexto histórico. Havia a I Guerra Mundial, a Grande Depressão, a Lei Seca, o desenvolvimento das grandes cidades. 

Até a década de 1930, os quadrinhos eram sequências de tiras de jornal, para depois serem publicados como trabalhos independentes. 

Surgiram aí personagens inesquecíveis, como Dick Tracy (1931), Mandrake (1934), Flash Gordon (1936) Fantasma ou "O Espírito que Anda" (1936). Heróis clássicos como Tarzan, Zorro e Jack Armstrong passaram a ter suas histórias contadas pelo formato. Criadores como Lee Falk (de Mandrake e Fantasma) e Alex Raymond (autor de Flash Gordon) passaram a ser cultuados, pela criatividade de suas histórias. Eles tiveram colaboradores que muito os ajudavam, para a criação de cenários usando técnicas de luz e sombra, contornos suaves ou pesados dependendo do ambiente, e o uso criativo das poucas cores disponíveis, quando haviam. 

O Fantasma (The Phantom), de Lee Falk, foi um personagem surgido antes do Superman (Divulgação/King Features Syndicate)

Os clássicos uniformes padrão para os heróis e, mais tarde, para os supervilões, foram bolados na década de 1930, e o Fantasma de Lee Falk foi um dos pioneiros, com seu uniforme roxo colante, a máscara para esconder sua identidade (já usada antes por outros personagens, como o Zorro) e a "cueca por cima da calça". Essas roupas extravagantes eram derivadas dos antigos uniformes usados pelos artistas de circo, um divertimento popularíssimo antes da II Guerra Mundial. 

Quanto ao mercado editorial, ainda estava em formação, sem os grandes conglomerados. A National Allied, que viria a publicar o Superman, e a DC Comics, onde o Batman foi inventado, eram empresas separadas, mas com um dos fundadores em comum, Malcolm Wheeler-Nicholson. Elas iriam ser uma editora única apenas em 1946. Havia relativamente poucas empresas explorando este mercado (Dell Comics, King Features Syndicate), mas isso iria mudar nos anos 1940, durante a Era de Ouro, assunto para a próxima postagem. 

quinta-feira, 17 de março de 2022

Medidas arriscadas mas populares

O governo paulista desobrigou o uso de máscaras em lugares fechados, exceto no transporte público, hospitais, serviços de saúde e aeroportos. 

Enquanto isso, Brasília liberou para abril o saque de até R$ 1.000,00 no FGTS por meio das agências da Caixa e antecipou o pagamento do décimo terceiro salário para os aposentados, 

O governo Bolsonaro mandou adiantar a liberação dos saques emergenciais no FGTS (Reprodução)

São duas medidas cuja natureza é diferente, mas com finalidade semelhante: alavancar a popularidade em ano eleitoral. Desobrigar o uso de máscaras e liberar dinheiro para o povo agradará muita gente. Há o risco maior de se contrair a COVID-19, pois embora as máscaras não sejam uma panaceia, têm eficácia comprovada para frear a disseminação do vírus. Por outro, a liberação de mais dinheiro aquecerá o consumo, mas a oferta de produtos e serviços ainda está prejudicada pelos efeitos da pandemia e da guerra na Ucrânia. 

No entanto, há motivos para se fazer decisões como essas, como a diminuição nas mortes pela pandemia e o sufoco de famílias oprimidas pela queda no poder aquisitivo e pelas dívidas. 


N. do A.: Na próxima postagem, nada de falar sobre economia ou política. Este blog dará início à série sobre quadrinhos. 

quarta-feira, 16 de março de 2022

Preocupação com a verdade e os fatos

Recentemente, durante pronunciamento na cerimônia de lançamento do Plano Nacional de Fertilizantes, o ministro da Economia Paulo Guedes disse que no Brasil há "mais iPhones do que habitantes". Ele teria se referido aos aparelhos celulares, imensa maioria de Androids (mais de 91%, segundo o Statcounter), enquanto os iPhones, cujo preço está acima do poder aquisitivo de muita gente,representa 9,36% das vendas. 

Foi o bastante para a mídia e a oposição atacarem-no sem piedade, apontando-o como alienado da realidade brasileira, praticamente insinuando que ele estaria deliberadamente tentando nos convencer de que o Brasil é uma espécie de Shangri-Lá. 

Considerando todos os celulares e não só os iPhones, são 242 milhões de aparelhos no total, bem mais que os 212 milhões de habitantes, sendo que muitos tem mais de 2 celulares. Há muita gente sem posse de um celular, na maioria bebês e idosos. 

As declarações de Guedes demonstram ser extremamente frágeis e, vindo de uma alta autoridade do governo, representam uma agressão contra a verdade. Porém, a mídia também não pode se sentir muito superior ao ministro, por muitas vezes submeter os fatos às suas ideologias particulares e interesses financeiros, com o intuito de tentar influenciar os leitores, não informá-los. 

Estamos vivendo uma pandemia de desinformação, ainda mais persistente do que a do coronavírus, e a capacidade de sobrevivência da civilização depende de um acesso às notícias com um mínimo de qualidade, e não versões inventadas, por falta de adequada consulta às fontes ou por má fé. Quanto às pessoas em geral, é preciso resistir à tentação de fugir da verdade, quando ela contraria nossas convicções e crenças. Isso quando temos acesso à informação e capacidade de compreendê-la. 

O Brasil terá muito a ganhar se os donos do poder e os das mídias tiverem um pouco mais de apreço pela verdade e não quererem, com tanto despudor, transformar fatos em narrativas. 

terça-feira, 15 de março de 2022

Triãngulo da realização

Este blog já abordou o chamado "Triângulo de Karpman", ou "triângulo dramático", onde os vértices representam três arquétipos: o salvador, o perseguidor e a vítima. Estes papéis são muito explorados na ficção, por serem retratos mais ou menos fieis de conflitos comuns na vida real. Para ler a respeito, clique AQUI

Para a resolução desses conflitos, usa-se, também, outro triângulo comportamental, descrito por David Emerald como "The Empowerment Dynamic" (TED), ou "A Dinâmica do Empoderamento", em tradução livre. Não se trata de uma simples aplicação de um clichê moderno, como o "empoderamento" de certo grupo social, mas a aplicação de um comportamento mais ativo por parte da vítima, para não se tornar tão dependente do salvador e nem tão vulnerável aos ataques do perseguidor. 

Neste novo papel, a vítima deixa de se ver como frágil e injustiçada e passa a assumir o papel de "criador", acostumando-se a resolver problemas sem depender dos outros. Deve ver os perseguidores como "desafiantes", e não como ameaças, uma forma de transformar riscos em oportunidades e vencerem os oponentes. Quanto aos salvadores, passam a ser encarados como "treinadores", para orientá-los nas tarefas. 

Assim, há maiores possibilidades das pessoas resolverem seus problemas ao invés de se vitimizarem. Emerald publicou seu livro, "The power of TED", em 2009. 


O triângulo do empoderamento é oposto ao triângulo dramático, com o criador no lugar da vítima, e no vértice mais alto


segunda-feira, 14 de março de 2022

Mais uma notícia para gerar cortina de fumaça?

Houve uma repercussão barulhenta sobre um filme brasileiro chamado Como se Tornar o Pior Aluno da Escola, produzido em 2017 a partir de um roteiro do humorista Danilo Gentilli e disponível na Netflix. Nele, um professor pedófilo interpretado por Fábio Porchat pede a um adolescente para masturbá-lo. 

Gentilli é odiado por muitos por seu humor ácido e sua postura fortemente crítica ao "politicamente correto", sendo muitas vezes tachado de ser "direitista", mas também é alvo dos bolsonaristas por não se render à ideologia deles. Porchat já é mais alinhado com os "progressistas", e também é visto como fomentador da pedofilia. Por sua vez, a Netflix é acusada de ter no catálogo muitos trabalhos com conteúdo semelhante. 

Carla Zambelli (União-SP) e outros deputados querem denunciar o longa ao Ministério Público. Por outro lado, a oposição acusa os bolsonaristas de criarem uma "cortina de fumaça" para encobrir a crise causada pelos aumentos escandalosos nos combustíveis e nos alimentos, devido à invasão da Ucrânia e a suspensão parcial no fornecimento de fertilizantes vindos da Rússia. Isso sem falar em outras pautas, como a mineração em terras indígenas, cujo projeto será votado em regime de urgência pela Câmara. E o caso da vereadora do PCdoB, Marielle Franco, assassinada há 4 anos sem um culpado na cadeia, mas usado insistentemente como bandeira política contra o presidente Jair Bolsonaro, visto como aliado dos assassinos da vereadora. 

Carlos Villagran, o eterno Kiko, fez participação especial na comédia "pedófila" (Divulgação)


sexta-feira, 11 de março de 2022

Universidades paulistas voltam às aulas presenciais

Depois de dois anos com o funcionamento prejudicado devido à pandemia de coronavírus, as universidades voltaram, progressivamente, às atividades normais. 

Na USP, por exemplo, as aulas presenciais começam na próxima segunda, dia 14. Continua a obrigatoriedade de comprovar as duas doses (ou a dose única) da vacinação, mais a dose de reforço fortemente recomendada pelos profissionais de saúde. As máscaras continuam a ser obrigatórias, até ordem em contrário. 

Unesp e Unicamp também vão começar as aulas no dia 14, assim como as faculdades de tecnologia, as Fatec, do Centro Paula Souza. 

quinta-feira, 10 de março de 2022

Petrobras impõe aumento enorme no preço dos combustíveis

Não adiantou o presidente Jair Bolsonaro criticar a Petrobras por sua política de preços, reflexo da fraquíssima concorrência na distribuição dos derivados de petróleo. A estatal, refletindo a escalada de preços do barril devido à guerra da Rússia contra a Ucrânia, aumentou em 18,8% o preço da gasolina e em 24,9% o do diesel. 

Caminhoneiros e empresários ficaram furiosos com a medida, assim como o presidente da Câmara Arthur Lira, que comparou o procedimento da estatal com um "tapa na cara". 

É possível haver mais aumentos, com o recrudescimento do conflito. Isso pode fazer Paulo Guedes implantar um sistema de subsídios, para evitar paralisações e gerar uma crise econômica capaz de causar tantos estragos quanto a pandemia. Caso houver o pior cenário - uma guerra em maior escala - não vai adiantar, apenas, comparar a direção da Petrobras com o governo russo. Terá o efeito de um boicote contra o estrogonofe ou jogar no lixo os livros de Tolstoi. 

Frentista de um posto da Petrobras - note o cano da bomba de combustível parecendo um canhão russo apontado para uma "vítima" (Imagem Google)

terça-feira, 8 de março de 2022

A representatividade das mulheres na política

Com apenas 15% de mulheres integrando o Congresso Nacional, a representatividade feminina na política é muito baixa, mesmo considerando apenas a América Latina, parte do mundo considerada problemática em termos de direitos das mulheres. 

Tentou-se, inutilmente, mudar esse quadro. Uma das leis mais significativas é a das Eleições (9504/1997), que estabelece, aos partidos, um mínimo de 30% e máximo de 70% de cada sexo para preenchimento de candidaturas. Na época, foi considerado um avanço, mas na prática não está dando certo. Mesmo com outras leis complementares, que repassam verbas para obrigar os partidos a preencherem a cota mínima feminina, os homens, e grande parte deles representantes de mesmos grupos em torno de caciques políticos, continuam predominando. 

Em 2022, ainda estranhamos a participação das mulheres na política, quando nos países mais avançados isso é encarado com mais naturalidade. Estamos avançando devagar neste ponto, e ainda há quem defenda comportamentos como o do deputado estadual Arthur do Val, o "Mamãe Falei", visto agora como um exemplo de masculinidade tóxica. 

As poucas mulheres no Congresso Nacional não recebem um tratamento muito favorável. Quem se destaca? Carla Zambelli, Bia Kicis, Joice Hasselmann, Gleisi Hoffman, Tábata Amaral, Janaina Paschoal, Katia Abreu... 

Ainda há pouca divulgação pela mídia sobre debates e discussões a respeito do tema. Eles existem, de fato, mas em ambientes longe da população em geral, como as faculdades e o próprio meio político, principalmente em partidos chamados de "progressistas". Assim, ainda há a impressão de que a participação política feminina é uma pauta de "esquerda", tomada por "defensores do feminismo" ou por oportunistas em nome do "politicamente correto". 

Devemos mudar isso sem o uso de atalhos populistas e extremistas, de forma madura e decisiva, sem tratar as mulheres como meras vítimas ou como se prestassem favores a elas. 

segunda-feira, 7 de março de 2022

Cidades brasileiras flexibilizam o uso da máscara

Devido à queda do número de mortes pela pandemia de COVID-19, as cidades estão começando a flexibilizar o uso de máscaras. Há quem defenda a flexibilização até em locais fechados, como a prefeitura do Rio de Janeiro. 

Ao ar livre, o risco de se pegar o coronavírus ou outros agentes infecciosos é bem mais reduzido do que em locais fechados, onde fatalmente há maior concentração e menor dissipação das partículas e dos patógenos, mas, independente do local, ainda é necessário tomar cuidado com a higiene das mãos e das vias respiratórias. 

São Paulo deve decidir se irá liberar a circulação de pessoas sem máscara em ruas, parques e praças na próxima quarta, dia 9. O Distrito Federal já fez a flexibilização, enquanto algumas capitais como Cuiabá, no Mato Grosso, já adotaram a medida no final do ano passado, e o número de internações por casos graves continua em queda. 

O uso de máscaras pode continuar por mais algum tempo em locais fechados (Sebastião Moreira/EFE)

No mundo, os Estados Unidos já afrouxam as regras para o uso de máscara mesmo em locais fechados, enquanto nos países asiáticos, onde o uso da máscara é corriqueiro para portadores de doenças respiratórias desde bem antes da pandemia começar, também não é obrigatório, embora as autoridades recomendem fortemente. Os casos mais frequentes, no exterior assim como o Brasil, são os da variante ômicron. 


N. do A.: A pandemia está nos dando trégua e tende a deixar de ser notícia, ao contrário de certas opiniões motivadas por racismo ou machismo rasteiro, como o caso do deputado estadual Arthur do Val (Podemos-SP), atacado sistematicamente por insinuar que as ucranianas são sexualmente disponíveis ("fáceis"). Ele se desculpou dizendo ser "jovem" (mesmo tendo 35 anos, portanto já devendo se comportar de forma madura). O Podemos está estudando um processo de cassação do mandato do deputado, conhecido como "Mamãe Falei" e autor de outras diatribes, como ofensas a colegas do PT e do PSOL e discussões ácidas contra ex-aliados bolsonaristas. 


quinta-feira, 3 de março de 2022

MWC 2022, "hipster da Federal" morto, Batman e outros assuntos

 1. Terminou a MWC (Mobile World Congress), iniciada em 28 de fevereiro, mostrando as tendências para o mercado de celulares, como o avanço das telas dobráveis, a tecnologia 5G (ainda incipiente no Brasil) e as tecnologias para fazer as baterias carregarem mais rápido, como a SuperVOOC da Oppo com carregadores de até 240 W. Foi realizada uma eleição entre os melhores aparelhos, e o vencedor, sem surpresa alguma, foi o iPhone 13 Pro Max. 

2. Morreu o "hipster da Federal", o policial Lucas Valença, alçado à categoria de paladino da Justiça no Brasil ao acompanhar a prisão do deputado cassado Eduardo Cunha, com sua barba e cabelo compridos, características de um "hipster" ou "hippie pós-moderno". O policial teria um surto psicótico e invadiu uma propriedade rural no interior de Goiás, sendo morto com um tiro. 

3. O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar a política de preços da Petrobras, embora reconheça não poder intervir indevidamente na estatal, como fizeram os governos petistas. Com a guerra na Ucrânia, os combustíveis estão ainda mais pressionados, e a Petrobras é alvo de acusações por abuso do poder econômico no cálculo dos preços da gasolina e do diesel, assim como na distribuição e refino dos derivados do petróleo. 

4. Por falar em guerra, um assunto inevitável no momento, houve mais uma rodada de negociações entre os governos ucraniano e russo, com a promessa de se formar um "corredor humanitário" para evitar um massacre de civis (ao menos como querem mostrar ao resto do mundo), mas a matança continua e mais cidades estão sob cerco das tropas comandadas pelo Kremlin; a usina de Zaporizhzhia, no sul do país, foi incendida pelos invasores, e teme-se uma explosão, capaz de tomar a forma de catástrofe nuclear. 

5. As discussões sobre o bilionário Fundo Eleitoral continuarão, apesar do STF, em plenário, ter decidido a questão a favor dos congressistas. De fato, não havia muito a fazer, pois proibir o Fundo como ele se encontra agora seria interpretado como (mais) uma interferência do Judiciário sobre outro Poder, apesar da compreensível indignação com o aparentemente pornográfico valor para custear as campanhas deste ano. Apenas André Mendonça e Ricardo Lewandowski votaram contra. 

6. Para amenizar, o filme The Batman estreou no Brasil, e promete ser um sucesso de público, contando o início da carreira do "Cavaleiro das Trevas" em Gotham City, de uma forma mais coerente com os quadrinhos. A presença de Robert Pattinson, o eterno vampiro da saga Crepúsculo, como o mais icônico herói da DC Comics, foi elogiada. Este blog vai abordar mais a respeito do Batman na série sobre os quadrinhos. 

quarta-feira, 2 de março de 2022

Um brasileiro para termos orgulho

A série "Orgulho Nacional" foi feita durante algum tempo neste blog, e se ela continuasse, certamente iria contemplar um garoto prodígio de cinco anos, chamado Miro Latansio Tsai, de 5 anos. 

O pequeno Miro Latansio mostrando sua medalha que recebeu da NASA (Reprodução)

Mesmo com tão pouca idade, ele participou de um programa da NASA, o International Space Apps Challenge, visando monitorar asteroides próximos da Terra, e ele conseguiu descobrir 15 deles. 

No mês passado, ele foi homenageado no Instagram e reconhecido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia e pelo governo de São Paulo. O menino é considerado o astrônomo mais jovem do mundo, já sabe ler e aprendeu inglês e chinês. Com dois anos, já sabia o nome de todos os planetas do Sistema Solar. 

Recentemente, os pais criaram o "Clubinho do Miro", para incentivar as crianças no estudo da astronomia. 


N. do A.: Enquanto uma criança mostra seus talentos para algo construtivo, continua a carnificina na Ucrânia, com a tomada de cidades como Kherson; há baixas de ambos os lados e Putin parece disposto a concluir o que começou, apesar das sanções contra o Kremlin, sentidas fortemente pelos russos: o rublo atingiu o menor valor da História, equivalente a cinco centavos brasileiros, e empresas ocidentais participam ativamente dos boicotes. Por outro lado, o presidente ucraniano continua a sua campanha pela inclusão do país à União Europeia e incentiva a reação dos civis contra os invasores. 

terça-feira, 1 de março de 2022

Terça-feira magra

Por culpa da pandemia que insiste em atrapalhar a vida, quando não acaba com ela, a tradicional "terça-feira gorda" não ocorreu oficialmente na maior parte das cidades. Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Olinda, São Paulo e outras cidades parecem estar num clima de Quaresma eterna. 

Os desfiles foram transferidos para abril, no feriado do dia de Tiradentes. Não é a mesma coisa, mas estes tempos estranhos não durarão para sempre. Em 2023, caso não houver uma III Guerra Mundial, o Carnaval irá voltar em seu período habitual. Chega do coronavírus fazer folia à custa da nossa saúde e da nossa economia. 

Mais uma vez os trios elétricos não tomaram as ruas de Salvador no período de Carnaval (Divulgação)