Com apenas 15% de mulheres integrando o Congresso Nacional, a representatividade feminina na política é muito baixa, mesmo considerando apenas a América Latina, parte do mundo considerada problemática em termos de direitos das mulheres.
Tentou-se, inutilmente, mudar esse quadro. Uma das leis mais significativas é a das Eleições (9504/1997), que estabelece, aos partidos, um mínimo de 30% e máximo de 70% de cada sexo para preenchimento de candidaturas. Na época, foi considerado um avanço, mas na prática não está dando certo. Mesmo com outras leis complementares, que repassam verbas para obrigar os partidos a preencherem a cota mínima feminina, os homens, e grande parte deles representantes de mesmos grupos em torno de caciques políticos, continuam predominando.
Em 2022, ainda estranhamos a participação das mulheres na política, quando nos países mais avançados isso é encarado com mais naturalidade. Estamos avançando devagar neste ponto, e ainda há quem defenda comportamentos como o do deputado estadual Arthur do Val, o "Mamãe Falei", visto agora como um exemplo de masculinidade tóxica.
As poucas mulheres no Congresso Nacional não recebem um tratamento muito favorável. Quem se destaca? Carla Zambelli, Bia Kicis, Joice Hasselmann, Gleisi Hoffman, Tábata Amaral, Janaina Paschoal, Katia Abreu...
Ainda há pouca divulgação pela mídia sobre debates e discussões a respeito do tema. Eles existem, de fato, mas em ambientes longe da população em geral, como as faculdades e o próprio meio político, principalmente em partidos chamados de "progressistas". Assim, ainda há a impressão de que a participação política feminina é uma pauta de "esquerda", tomada por "defensores do feminismo" ou por oportunistas em nome do "politicamente correto".
Devemos mudar isso sem o uso de atalhos populistas e extremistas, de forma madura e decisiva, sem tratar as mulheres como meras vítimas ou como se prestassem favores a elas.
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