Com notícias sobre guerras e conflitos, seria aparentemente lógico pensar em investidores correndo atrás de locais seguros e evitar países como o Brasil, onde o risco de perder ativos é ainda relativamente grande. Então, por que o dólar está caindo?
A cotação da moeda norte-americana está em R$ 4,84, mesmo valor de 2020. No início do ano, muitos temiam uma cotação de R$ 6,00.
Para analistas de mercado, o Brasil é visto como um grande fornecedor de commodities, isto é, as matérias primas valorizadas no mundo inteiro e cotadas em dólar, como minério de ferro, soja e petróleo. Isso também explica por que a Bovespa está recentemente valorizando, por causa de grandes empresas operadoras desses produtos, como a Vale e a Petrobras, cujo peso na Bolsa é considerável. Segundo a CNN Brasil, somente as duas representam cerca de 28% dos valores negociados.
Este capital possivelmente não ficará por muito tempo, ou seja, trata-se de movimentos especulativos. Isso é corriqueiro em países com certa diversidade econômica, grandes recursos naturais, juros elevados e médio rating (índice "B" nas agências de classificação de risco), onde não há segurança para investir e tampouco risco de calote. É o caso do Brasil.
Não demorará muito para o dólar voltar a ficar acima de R$ 5,00, a não ser que a guerra da Rússia contra a Ucrânia se estenda por mais tempo e passe a atingir a Europa e os Estados Unidos, a ponto de induzir a uma desvalorização no dólar e no euro, abalando a confiança nas moedas padrão.
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