terça-feira, 4 de outubro de 2022

A composição do Congresso e da Alesp na eleição

Embora a eleição presidencial ficasse dividida entre o ex-presidente Lula e o atual, Jair Bolsonaro, no Congresso Nacional houve uma tendência maior para o conservadorismo e o liberalismo, facilitando o trabalho do atual presidente, que precisa negociar com o Parlamento para poder aprovar as leis e emendas de interesse do Executivo. Assim, o novo Congresso é um verdadeiro desafio para Lula enfrentar, caso for eleito. 

O PL, partido de Bolsonaro, tornou-se o maior partido no Congresso, elegendo 99 parlamentares para a Câmara. Entre eles, Carla Zambelli (segunda maior votação no Estado de São Paulo), Eduardo Bolsonaro, Marco Feliciano, Luís Felipe de Orléans e Bragança, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles e o palhaço Tiririca, para citar os representantes paulistas. Em outros Estados, o delegado Ramagem, ex-postulante a ministro da Justiça durante o imbroglio com o então titular da pasta, Sérgio Moro, e também o famigerado general Pazuello. Maurício Souza foi eleito para representar Minas Gerais. Bia Kicis foi uma das eleitas no Distrito Federal. É atualmente o maior partido do país. 

Partidos aliados do chamado "Centrão" também lotam a bancada, o que causa arrepios em quem tem a esperança de um Congresso menos fisiológico. O PP elegeu 47 deputados, o PSD, 42, e o Republicanos, 41. O União Brasil, que pode vir a se juntar ao PP (Arthur Lira, atual presidente da Câmara e reeleito para mais um mandato, apoia a proposta), ficou com 59 cadeiras, e pode engrossar as fileiras do Centrão, do qual ele não é, strictu sensu, filiado. Por outro lado, o PTB, partido de Roberto Jefferson, tornou-se um nanico, com apenas 1 eleito: 

Outros partidos de perfil liberal-conservador, mas não identificados com o Centrão, tiveram desempenho irregular. O Podemos, partido que reúne, atualmente, o porta-voz da Lava Jato Deltan Dallagnol, aumentou sua presença, com 12 eleitos (antes, eram 9). Já outros, como o Patriota e o Novo, tiveram mau desempenho. Partidos com baixa representatividade ficam em maus lençóis com a lei eleitoral, que impõe uma cláusula de barreira (2% dos votos válidos para a legenda ou 11 deputados federais). Para estas siglas, nada de espaço na TV e nem verba pública. Ou seja, para usufruírem do NOSSO DINHEIRO representado pelo Fundo Eleitoral, as agremiações devem acelerar os pedidos de fusão. 

Por outro lado, a Federação Brasil de Esperança, frente de oposição formada pelo PT, pelo PV e pelo PCdoB, conseguiu 80 vagas. Partidos de oposição como o PDT, o PSB e o Cidadania encolheram, e alguns, como o PCO e o Solidariedade, não passaram pela cláusula de barreira. Apenas o PSOL aumentou, para 12 cadeiras, uma delas ocupada pelo deputado mais votado em São Paulo, Guilherme Boulos. O PSDB, indefinido entre a oposição e a situação, está apequenado, com apenas 13 deputados eleitos. 

O MDB, acostumado a ficar no poder desde a redemocratização, terá 42 representantes. 

No Senado Federal, o PL também se deu bem e teve oito dos 27 eleitos, um deles o "astronauta" e ex-ministro da Ciência e Tecnologia Marcos Pontes. Damares Alves é a representante no Distrito Federal, e Teresa Cristina venceu no Mato Grosso do Sul. Entre os novos senadores do União Brasil, segundo partido mais votado, está Sérgio Moro, que conseguiu se reerguer após a sua rumorosa saída do governo. O PT ganhou 4 novos senadores, mas em geral os apoiadores de Lula vão ficar em minoria. O Senado ganha força para, por exemplo, aprovar o impeachment de ministros do STF, principalmente os desafetos do presidente, mas isso continuará a não ser uma tarefa fácil, ainda mais com Rodrigo Pacheco (PSD), opositor da banalização desse recurso. 

Já na Alesp, são 19 deputados do PL eleitos, para formar a maior bancada. Eles podem facilitar a vida de Tarcísio de Freitas, e criar dificuldades para Fernando Haddad. O PT conseguiu mais 14 deputados estaduais, o PSDB, com mais nove, e o PSOL, com quatro, para criar o efeito oposto. Eduardo Suplicy foi o mais votado, com mais de 807 mil votos. O MDB e o PSD, entre outros partidos ditos "de centro", podem continuar a serem agentes do equilíbrio de poder. Alguns partidos, como o PTB e o Novo, repetiram o mesmo fiasco e tiveram pouquíssimos novos ocupantes da Assembleia Legislativa. 

Assim como o PL, partidos como União Brasil, Republicanos, PP e Podemos, por exemplo, podem atender aos anseios dos mais conservadores. Já o PT e seus aliados irão defender as causas "progressistas" no nosso Estado. 

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