quinta-feira, 30 de março de 2023

Dois trabalhos envolvendo animais extintos

Pesquisadores fizeram alguns trabalhos sobre animais extintos. Um deles foi num laboratório de empresa australiana, e outro foi feito a partir de fósseis recolhidos na remota ilha de Spitsbergen, na Noruega. 

Primeiro, a empresa Vow anunciou, em Amsterdam, na Holanda, onde ela possui uma fábrica, uma carne desenvolvida em laboratório, feita a partir de células de ovelha geneticamente modificadas com DNA extraído de mioglobina de mamute, complementadas com genes retirados de elefantes africanos. Quem colaborou para o desenvolvimento e reprodução das células são bioengenheiros da Universidade de Queensland. O resultado foi a produção de uma almôndega anunciada como sendo de "carne de mamute", mas ainda não foi aprovada para consumo humano, requerendo mais estudos para alguém pagar uma pequena fortuna para saborear algum animal extinto. A empresa quer ainda desenvolver carnes vendidas como sendo de animais exóticos (existentes) como alpacas e codornas japonesas. 

A intenção da empresa Vow é contribuir para o desenvolvimento de carnes de laboratório, aquelas obtidas sem o abate de animais (Reuters)


Um trabalho menos interessante para as mídias e redes sociais é a datação de fósseis de ictiossauros, répteis marinhos parecidos com os atuais golfinhos. Segundo os dados, os animais teriam surgido muito antes do que se pensava. As amostras foram datadas em 250 milhões de anos atrás, próximo da grande extinção entre o Permiano, último período da era Paleozóica, e o Triássico, o período mais antigo da era Mesozóica. Eles seriam muito mais velhos do que os dinossauros, surgidos há cerca de 230 milhões de anos. Os estudos sugerem que o surgimento desses estranhos animais marinhos aconteceu antes da grande extinção, quando mais de 95% das espécies foram extintas. 

Um representante dos ictiossauros, que viveram entre o Triássico (ou Permiano?) e o Cretáceo e eram contemporâneos dos dinossauros (Divulgação)


Se formos comparar os dois trabalhos, muitos considerariam que apenas um deles teria relevância científica, enquanto o outro seria mais um grande esforço midiático e comercial envolvendo técnicas genéticas. Já outros discordam, e falam em um futuro sem sofrimento animal, com opções para quem não abandonar o hábito de comer carne, mas sem falar nos preços das amostras crescidas em laboratórios - alimentos do futuro a partir de animais do passado? 

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