Com a morte da decana da Academia Brasileira de Letras (ABL), Cleonice Berandinelli (1916-2023), abriu-se uma vaga à Academia Brasileira de Letras, cuja existência eles não fazem questão de justificar, ainda mais porque grandes escritores, como Érico Veríssimo (1905-1975), Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), Mário Quintana (1907-1994), Cecília Meireles (1901-1964), Jorge de Lima (1893-1953), Gilberto Freyre (1900-1987), Clarice Lispector (1925-1977), Nelson Rodrigues (1912-1980) e Graciliano Ramos (1892-1957) nunca vestiram o fardão e, nos últimos tempos, poucos membros são realmente literatos (José Sarney, FHC, Cacá Diegues, Gilberto Gil e Fernanda Montenegro, como já foi escrito aqui no blog, definitivamente não são). A falecida era uma das maiores estudiosas da língua portuguesa.
Um dos postulantes para ocupar a vaga, de número 8, patrono Cláudio Manoel da Costa (1729-1789), é Maurício de Sousa, o criador da Turma da Mônica. Muitos questionam o alegado favoritismo, segundo muitos órgãos de imprensa, principalmente aqueles que consideram histórias em quadrinhos uma subcultura, responsável pelo desinteresse dos jovens nos livros. Outro candidato à vaga é o filólogo Ricardo Cavalieri, mais ortodoxo, embora isso não seja uma credencial a mais para a Academia, muito suscetível às influências de não-literatos. Há um terceiro nome, James Akel, jornalista e diretor de teatro.
O criador da Mônica, Cebolinha, Bidu e Horácio vai vestir o fardão? (MSP / Divulgação) |
Quem irá ocupar a vaga de Cleonice Berardinelli? Isso o Brasil vai saber no dia 27 de abril, quando os acadêmicos votarem.
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