segunda-feira, 13 de março de 2023

O tema central do filme vencedor do Oscar

Nos últimos tempos, o Multiverso apareceu como tema de muitos filmes. A Disney, por meio do Universo Cinematográfico Marvel, resolveu abordar o tema em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura e Homem-Formiga: Quantumania, além de outras produções para a televisão, como Loki, sem falar do Aranhaverso, mas isso é para explicar a existência de tantas versões dos inúmeros personagens da Casa das Ideias. Esse tipo de abordagem nem sempre gerou o resultado esperado, resultando em decepções nas bilheterias e críticas negativas. 

Os diretores Daniel Kwan e Daniel Scheinert - dois "xarás" - levaram o tema mais a sério para fazer o surpreendente Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo, onde uma modesta imigrante sino-americana, Evelyn Wang, vivida por Michele Yeoh, sonha em fugir de sua vida difícil como uma dona de uma pequena e mal cuidada lavanderia, até ser confrontada por uma agente da Receita Federal, interpretada por Jamie Lee Curtis. Depois, ela se encontra com um estranho homem, dizendo ser o marido de uma versão dela em outro Universo. capaz de viajar por várias realidades alternativas. Ela então passa a conhecer outras Evelyns, ou outras pessoas, não necessariamente mulheres, mais bem sucedidas devido às suas escolhas. Por outro lado, ela também descobre uma ameaça a todas elas, e também a todos os mundos onde elas vivem - a própria filha, Joy, disposta a acabar com todo o Multiverso. E. assim, Evelyn se vê forçada a tomar uma atitude para defender a existência das realidades, tornando-se uma heroína improvável. 

Evelyn Wong lidou melhor com o Multiverso do que o Doutor Estranho ou outro herói dos quadrinhos (Divulgação)


O filme mistura elementos de comédia escrachada, como os métodos para a mudança de realidades, com dramas reais, tornando-se uma mistura de "dramédia" com ficção científica. E. mesmo com orçamento bem mais limitado do que o disponível para os filmes da Marvel, conseguiu agradar mais o público e a crítica. 

Falar sobre realidades paralelas é algo contraverso, pois envolve acreditar em versões alternativas de pessoas, lugares, planetas, estrelas e galáxias, e isso confronta o conceito de um único Universo. Por outro lado, excita a imaginação ao pensar sobre o que aconteceria se a pessoa tomasse uma atitude diferente, como mudar de emprego ou casar-se. Se existe uma única realidade, as outras são meras ilusões. E se não forem? Ideias semelhantes foram apresentadas em outros trabalhos como Matrix, de 1999. 

Esta discussão promete se estender por anos, enquanto as pessoas não descobrirem a "verdadeira realidade", e para isso devem estar dispostas a abandonarem conceitos equivocados, enxergarem além das aparências e estarem dispostas a tomarem decisões difíceis para a busca da verdade. 

Porém, o filme Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo não se propõe a desafiar dogmas para criar outros no lugar. Fez o que se propõs, conduzir bem um enredo com atuações convincentes e histórias interessantes, e por isso ganhou sete Oscars, dentre os quais o de melhor roteiro original, atriz principal para Michele Yeoh, atriz coadjuvante para Jamie Lee Curtis, e diretor para a dupla de "Daniels". 


N. do A.: E a Warner Discovery também vai adotar o mesmo tema, no filme The Flash, onde o velocista escarlate da DC Comics (a "distinta concorrente" da Marvel) usa a sua supervelocidade, alterando o destino de todas as realidades. 

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