Infelizmente não dá para fugir da realidade. Este blog pretende ser de "assuntos mil", mas alguns tópicos vão aparecer bem mais do que outros. Economia será um deles. Política, como sempre, também. Quiçá crimes ou barbárie, de acordo com as perturbadoras notícias sobre a violência e o crime organizado.
As perspectivas de crescimento do PIB no Brasil tornaram-se menores com a decisão do BC de manter as taxas de juros básicas em 13,75%, apontando tendências para a alta da inflação, prevista para fechar em 5,95% neste ano, um índice nada confortável, ao contrário do que pensa boa parte da equipe econômica do governo, mesmo ainda dentro da meta.
O ambiente para as empresas poderem produzir e investir piorou com as declarações do presidente Lula contra o BC e contra Sérgio Moro, agora senador do União Brasil e o juiz responsável por sua prisão, no caso do sítio de Atibaia e do triplex de Guarujá, duas das várias acusações de corrupção contra o ocupante atual do Planalto. No dia seguinte, a PF descobre um plano para assassinar Moro e o promotor Lincoln Gakiya, entre outras autoridades, a mando do PCC. A chamada "Operação Sequaz" descobriu o plano da organização criminosa como retaliação contra as investigações de Gakiya e a gestão de Moro no Ministério da Justiça, que chegou a proibir as visitas íntimas de presos ligados ao grupo.
Esta coincidência de datas entre a fala de Lula e a Operação Sequaz fez parte da oposição acusar o governo de envolvimento no plano do PCC, para mostrar o nível de animosidade na nossa política, bem diferente das relações consideradas "faz de conta" entre governistas e opositores durante séculos no Brasil. Além de colocar a normalidade institucional em perigo, repercute da pior forma possível na economia.
O governo quer a cabeça do presidente do BC Roberto Campos Neto, enquanto o PCC quer a de Sérgio Moro e de Lincoln Gakiya - literalmente (Marcelo Camargo/Agência Brasil) |
Poderemos ouvir e ler muito sobre piora no desemprego, desinvestimentos, alta do dólar, queda na Bolsa, decréscimo nas notas do rating soberano (índice para um país ser considerado adequado ou não para ser um bom ambiente para os negócios) pelas agências de classificação de risco. E, enfim, a manutenção - e até aumento - das taxas de juros, ao invés de diminuição, como quer a grande maioria dos brasileiros e, por conta disso, o governo quer destruir a autonomia do BC e demitir Roberto Campos Neto usando este pretexto.
Aguardem: vai haver mais artigos sobre tudo isso, e mais sobre uma série a respeito de grandes empresas varejistas falidas ou ameaçadas de fechar suas portas, para fazer o blog deixar de abordar outros assuntos.
Isso se não aumentar a frequência das postagens sobre mortes, violência, rebeliões, massacres e outros crimes, a mando do chamado "poder paralelo". Esperamos que não.
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