Cerco contra Bolsonaro

A Polícia Federal iniciou a Operação Venire, para investigar fraudes digitais, como a adulteração de dados de vacinas contra a COVID-19, e prendeu o tenente coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Também fizeram busca e apreensão na casa do ex-presidente, acusado de não ter se vacinado e ordenado a falsificação de documentos para ir aos Estados Unidos. 

O ex-presidente alegou ter se vacinado nos dias 13 de agosto e 14 de outubro de 2022 na cidade fluminense de Duque de Caxias, embora seu domicílio eleitoral fosse na capital do Estado, o que despertou estranheza. A suposta falsificação envolveu a atuação de Mauro Cid e do aplicativo ConecteSUS, 

Por fim, Bolsonaro é convocado para depor, mas dificilmente irá fazer isso, pois Fábio Wejngarten, ex-ministro da Secretaria de Comunicação e advogado do ex-mandatário, alega falta de acesso aos autos. Em uma fala no canal Jovem Pan, ele teria chorado e criticado a operação, considerada espalhafatosa, como aquelas feitas durante a Operação Lava Jato. Disse que o procedimento era "desumano". A entrevista não conseguiu comover os antigos detratores do ex-presidente, e alguns tripudiaram dele, como o influencer Felipe Neto, defensor das bandeiras contrárias ao bolsonarismo. 

A situação de Bolsonaro fica mais complicada ainda, pois ele também é suspeito de apoiar os manifestantes oposicionistas que se reuniram aos portões das Forças Armadas, e mesmo os atos de vandalismo no 8/1. Recentemente, no mês passado, ele depõs na PF, negando essas acusações e falando sobre um vídeo onde ele questionava o sistema de votação, datado após a baderna em Brasília, curiosamente sob "efeito de morfina". 

O ex-presidente diz ser alvo de campanha do governo para tentar prendê-lo (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

N. do A.: Enquanto isso, o governo engole o adiamento das votações sobre a Lei das Fake News, pela qual luta ativamente e por causa da qual é acusado de perseguir a oposição, e sofreu uma derrota na Câmara, que derrubou trechos como a permissão para contratar estatais sem licitação. Também Lula é criticado por suas viagens frequentes: agora ele vai para a Inglaterra, comparecer à coroação de Charles III.