terça-feira, 23 de maio de 2023

Gripe aviária vira emergência sanitária

Desde o diagnóstico de casos de gripe aviária do tipo H5N1 em aves silvestres da espécie trinta-réis-de-bando no Espírito Santo, a preocupação com uma possível nova pandemia de uma doença respiratória potencialmente fatal aumentou, e o governo brasileiro decretou emergência. 

Trinta-réis-de-bando, espécie encontrada com a gripe aviária no Brasil (Ignácio Moreno/CECLIMAR/UFRGS)

Há relatos de pessoas que desenvolveram a forma letal da doença (a grande maioria, no entanto, é assintomática), com taxa de letalidade de 52%, mas ela nunca recebeu tanto alarde desde sua descoberta em 1996. Apesar dos casos comprovados principalmente na Ásia e do grande surto de 2005, esta doença só passou a ser motivo de preocupação agora, com um aumento preocupante no número de casos, envolvendo as diversas espécies desse parasita. Todas as gripes, ou influenzas, são identificadas como HxNy, onde x e y são números, H é o tipo de proteína hemaglutinina e N, de proteína neuraminidase. Várias delas são do tipo aviária, de alta ou baixa periculosidade. 

Se a gripe aviária é uma ameaça à saúde humana, pior é, obviamente, para a avicultura, pois as diversas formas desta praga causaram morticínio de milhões, talvez bilhões de aves de criação. Só nos Estados Unidos e na Europa, no ano de 2022 morreram quase 100 milhões de galinhas, perus e outros animais. Também mamíferos estão morrendo, principalmente os predadores de aves, como visons, guaxinins, focas, gambás, ursos e raposas. 

Muitos temem que haja o recrudescimento das medidas sanitárias adotadas para a pandemia de COVID-19, pois são ambas doenças transmissíveis pelas vias respiratórias, com o agravante da gripe também matar os animais, causando prejuízos diretos à economia e aumentando a insegurança alimentar no mundo. Porém, segundo infectologistas, a transmissão de pessoa para pessoa é muito rara. Para haver infecção é preciso haver contato direto com aves. 

Para desgosto de quem tem aversão às vacinas recentes contra a COVID-19 e outras "experimentais", o Instituto Butantan está anunciando o desenvolvimento de imunizantes contra a gripe aviária, ainda em fase laboratorial. Pode demorar algum tempo até ir para os postos de saúde. 

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