quinta-feira, 18 de maio de 2023

Da série "Grandes varejistas do passado", parte 3 - DB

A DB Brinquedos foi uma varejista muito famosa no final do século XX. Suas propagandas foram bastante veiculadas na televisão, sobretudo na Rede Globo e no Shop Tour. 

Teve uma vida muito breve, de apenas 17 anos. De acordo com algumas fontes, como AQUI, a DB foi fundada com a razão social Play Store Comercial Ltda. no dia 7 de janeiro de 1980. Faliu em 1997, mas durante esse espaço de tempo teve uma expansão bastante rápida, chegando a ter 35 lojas, espalhadas principalmente em São Paulo (sede) e estados do Sul do Brasil. 

Existem bem poucos registros desta varejista, mas muitos se lembram dela, principalmente os "oitentólatras" e "noventólatras", cuja infância se passou nessa época agitada. A DB teve lojas enormes, verdadeiros hipermercados de brinquedos, das mais variadas marcas famosas na época, como Estrela, Grow, Tec Toy, Mimo, Glasslite e outras. 

Os responsáveis pela empresa foram Adelino Pimentel e sua esposa Maria Lúcia, que aproveitaram a então alta demanda por bonecas, carrinhos, patinetes e os então recentes videogames, mesmo em meio à hiperinflação. Foram dessa época as campanhas mais criativas para vender produtos infantis (quem não se lembra daqueles comerciais da Estrela?). A razão social passou a ser DB Brinquedos S/A, quando eles abriram o capital. 

No entanto, a liberação das importações acabou com a festa. Surgiu uma verdadeira infestação de barracas de camelõs, vendendo brinquedos de qualidade e procedência duvidosa, porém muito mais baratos do que nas lojas oficiais. As fabricantes instaladas no Brasil tiveram sérios problemas, e para cobrirem suas dívidas em relação aos seus fornecedores precisaram forçar a cobrança das varejistas devedoras. A DB devia mais de R$ 36 milhões, por causa de sua expansão exageradamente rápida, mesmo considerando a alta demanda por brinquedos na época. Para custear a manutenção de suas lojas, ela precisou recorrer a empréstimos bancários. Tentou acordos com o Unibanco e o Banco de Crédito Nacional (BCN), até vender parte das ações (35%) para a J.P. Morgan. Existem rumores segundo os quais os Pimentel aproveitavam o alto faturamento para gastos com objetos de luxo e viagens. 

Sem outra saída, a DB Brinquedos faliu e não deixou sucessores. Surgiram empresas menos ambiciosas, como a Ri-Happy, e aos poucos o segmento encolheu de vez porque as crianças passaram a se interessar mais em telefones celulares. Uma vida breve mas marcante de uma varejista especializada em agradar as crianças. Prova de sua popularidade, principalmente no sul do Brasil, foi a criação de um site chamado DB, de uma empresa catarinense, para vender bonecos de animais. 

Uma das propagandas veiculadas pelo Shop Tour às vésperas da falência da DB (1996)


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