Outra grande varejista foram as famosas "Casas da Banha", ou CB, fundada em 1955, no Rio de Janeiro, por Climério Veloso, um dos membros de uma famosa familia de empreendedores.
As "Casas da Banha" começaram, de fato, vendendo produtos de porco, e depois passaram a diversificar seus produtos. A partir da década de 1970, passou a expandir vertiginosamente, passando a ter várias filiais no Estado do Rio, e depois para outros Estados, como São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Bahia (na capital Salvador) e até Amazonas (em Manaus).
Durante essa época, patrocinava a Discoteca do Chacrinha, na TV Tupi, e o bacalhau (pelo menos de acordo com o Velho Guerreiro) era fornecido pela varejista. Outros artistas, como Hebe Camargo, Marília Gabriela e alguns atores do elenco da Globo fizeram comerciais veiculados principalmente na Rede Globo. Contudo, os comerciais mais famosos eram com os porquinhos representantes da marca:
Surgiu também o primeiro hipermercado do Brasil, o Porcão. Indiretamente, foi responsável pelo surgimento das também nacionalmente famosas Churrascarias Porcão - que não pertenciam ao conglomerado dos Velloso. Tornou-se um marco na Avenida Brasil, com seu relógio imponente.
As Casas da Banha ganharam notoriedade e viraram até tema de uma canção de Raul Seixas, de 1975, com aquela frase: “Não posso sentir cheiro de lasanha/me lembro logo das Casas da Banha/onde íamos nos divertir”.
Na década de 1980, auge dos negócios, a rede chegou a ter 18 mil empregados, distribuídos entre as várias lojas do Brasil, o hipermercado Porcão e a CB Eletro, de curta duração, para vender eletrodomésticos e eletrônicos. Os Veloso compraram vários concorrentes menores, como a Merci, também muito conhecida pelos cariocas. Também adquiriram o Jornal dos Sports, que misturava esportes com a violência urbana, uma espécie de Notícias Populares do Rio.
A crise econômica provocada pela hiperinflação desarrumou as contas da rede, e os seguidos planos econômicos só pioraram tudo, fazendo as Casas da Banha se dissolverem aos poucos. O Plano Collor foi o pior deles, e com o confisco dos ativos financeiros os brasileiros precisaram economizar nos gêneros alimentícios, algo terrível para o setor de supermercados em geral. Aculumando dívidas trabalhistas, a empresa precisou vender boa parte de suas lojas e fechar outras, entre as quais o hipermercado. Perdendo o controle das finanças, os Velloso tiveram que aceitar a decretação da falência, em 1999.
No entanto, as Casas da Banha nunca foram esquecidas completamente. O "tcha-tcha-tcha" característico dos comerciais mostrando os porquinhos virou tema de uma canção de Rogério Skylab, em 2008. Atualmente, existe um site da banha PigLeve, que se apropriou da história desta rede (clique AQUI).
N. do A.: As varejistas adquiridas por outras empresas serão abordadas mais adiante. Este blog vai mostrar, primeiramente, aquelas que faliram.
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