No mundo são pouquíssimos países a desfrutar de liberdade e democracia, sendo a regra e não a exceção. Ao invés desse quadro melhor, ele está piorando.
Os brasileiros temem a diminuição das liberdades e da possibilidade de desfrutar seus direitos legítimos assegurados pela Constituição. Para combater as fake news, o governo quer impor a nova lei sem uma necessária discussão no Congresso e na sociedade civil. É inclusive favorável à tutela do STF sobre o caso, o que extrapola as atribuições do tribunal, encarregado de defender a Carta Magna. As big techs como o Google, o Facebook e o Telegram estão em confronto com essa lei, não porque estão do lado da liberdade, mas porque elas querem dar as cartas nesse tema, querendo decidir o que os usuários podem ou não publicar. O Twitter faz algo um pouco menos discricionário ao dar poder aos usuários para denunciarem notícias falsas, mas ele próprio é também visto como favorável a elas, quando vem da chamada "extrema direita".
Na Nicarágua, a ditadura sandinista de Daniel Ortega mandou dissolver a Cruz Vermelha, encarregada de socorrer vítimas de acidentes e desastres, e confiscou seus bens, em uma atitude desumana e cruel. Outros simpatizantes do "bolivarianismo", a apropriação indevida dos ideais de Simón Bolívar por governos populistas e/ou ineptos para justificarem seus atos, são alvos de profunda insatisfação. Na Colômbia, não faltam acusações de abuso de poder por parte de Gustavo Petro, que recentemente dissolveu seu ministério. No Chile, a oposição radical ao presidente Gabriel Boric venceu a eleição para escolher representantes para formular uma nova Constituição, mostrando profundo descontentamento com o governo do ex-líder estudantil, devido ao crescimento da pobreza e da violência urbana, e agora teme-se como os constituintes irão escrever a nova Carta para o país andino.
Países em guerra como Rússia, Ucrânia, Sudão e outros violam sistematicamente as liberdades. No caso deste último, a guerra civil entre o governo e os rebeldes é um entrevero entre duas forças sanguinárias. Os países islâmicos, em geral, não querem saber de liberdades, e mesmo a Turquia está assolada por uma atmosfera autoritária: o país irá ter eleições gerais no próximo dia 14, mas estão contaminadas pel uso massivo da máquina governamental. E a China não pretende ceder neste ponto, enquanto é acusada de promover repressão contra as minorias étnicas e de absoluta falta de transparência, não só em relação à origem da pandemia de coronavírus.
Mesmo regimes mais liberais estão em desacordo com a vontade de seus povos. Na França, Emanuel Macron é acusado de tomar decisões de forma arbitrária, o que justifica em parte os protestos dos "coletes amarelos", que há anos demonstram sua ira e chegaram a paralisar o país por mais de uma vez. Em Israel, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu não desistiu de sua reforma judicial que enfraquece o Poder Judiciário, apesar dos vários protestos. E em quase todas as nações consideradas democráticas os povos não confiam em seus governos e seus políticos.
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