quarta-feira, 2 de agosto de 2023

Da série "Copa feminina 2023", parte 6

Acabou o sonho da Seleção Brasileira de futebol. Apesar das melhorias na estrutura e do apoio da torcida, mais uma vez o time não conquista uma Copa. Pior: caiu na fase de grupos, perdendo a vaga para a novata Jamaica, com quem disputava a última partida. 

Mérito das conterrâneas de Usain Bolt, as "Reggae Girlz", por jogarem sem medo e segurarem as adversárias. Foi assim no jogo contra a França, e também contra o Brasil. 

Vergonha para o time canarinho, por não souber lidar com a defesa adversária e terem jogado de forma atabalhoada, visando conseguir o resultado como se a vida dependesse disso. Pois a morte não veio para elas. Só a eliminação antes do mata-mata, algo que só aconteceu quando a Seleção era um amontoado de jogadoras mal pagas suportando uma estrutura amadora e sem recursos, em 1991 e 1995. E, mesmo assim, a situação das "meninas" na década de 1990 era melhor do que a das jamaicanas hoje, pois elas fizeram até "vaquinha" para poderem estrear num Mundial. 

As canarinhas tinham o comando de Pia Sundhage, uma das melhores treinadoras do mundo. Mas ela demorou para fazer alterações, enquanto suas lideradas estavam sem norte. A já cansada Marta não podia fazer a diferença. E as outras também não fizeram, nem Tamires, Debinha ou Andressa, ou mesmo Ary Borges. 

Marta não podia terminar pior a sua jornada na Seleção (sobre foto do perfil @fifaworldcup_pt/Twitter)

O jejum de títulos internacionais fora da América do Sul aumentou, assim como o tom das críticas, e elas serão ferozes se não houver uma melhora visando as Olimpíadas de 2024. Nos últimos Jogos, elas também foram mal. Não tão mal quanto agora, mas foram, e Pia Sundhage já era a técnica. Não se pode alimentar o clima de "nada presta", como se estivéssemos à beira de um abismo nietzschiano. E isso vale para a Seleção masculina, também, que ainda tem uma estrutura e uma tradição maiores e mesmo assim não conquista uma Copa desde 2002. 


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