Após vários dias sem postar nada na série dos varejistas do passado, este blog vai falar sobre as lojas Disapel, muito conhecidas principalmente para quem mora no Sul do Brasil.
Esta rede varejista foi fundada em 1964 pelo empresário descendente de imigrantes poloneses Mário Turkiewicz em Curitiba, como Distribuidora de Aparelhos Eletrodomésticos Ltda., daí a sigla Disapel. A primeira loja foi erguida próximo à Praça Santos Andrade, nas vizinhanças da Universidade Federal do Paraná.
Com o chamado "milagre econômico" da década de 1970, a rede começou a expandir-se para outros locais fora de Curitiba, vendendo eletrodomésticos e outros equipamentos para o lar. No Paraná, chegou a ser a mais querida loja de departamentos, superando a concorrência, em sua maioria vinda de outros Estados como São Paulo e Rio de Janeiro.
Em seu auge, a Disapel chegou a ter 110 lojas espalhadas em todo o Brasil, principalmente nos estados da Região Sul: além do Paraná, havia lojas em Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em São Paulo, nunca teve grande expressão, mas na década de 1990, durante o boom de consumo devido ao início do Plano Real, ficou conhecida como a loja do "beija-flor de entrada". Isso porque a primeira parcela dos produtos podia valer até mesmo R$ 1, cuja cédula tem a estampa da ave.
A rede varejista mais famosa do Paraná chegou a suplantar as grandes concorrentes no Sul do país (Divulgação) |
Paulo Turkiewicz, filho do fundador da rede, chegou a ser considerado o empresário do ano no Paraná, e a varejeira foi "Top of Mind" no Estado. Seu faturamento chegou a R$ 500 milhões por ano. Introduziu a marca Sundown, de bicicletas, em todo o país, e foi uma das maiores revendedoras das marcas CCE, Philips e Walita.
Infelizmente, a crise asiática e a inadimplência pegaram muitas varejistas de jeito, como já foi mostrado em outros casos de falência, e a Disapel acumulou milhões em prejuízos. Sem condições de quitá-los, ela decretou falência em 2000, para tristeza e consternação dos paranaenses, motivo de orgulho para eles. As lojas acabaram vendidas para a rede Ponto Frio, num total de R$ 12,1 milhões, insuficientes para cobrir o rombo.
Para encerrar a tragédia, o filho do presidente da empresa, Paulo Gustavo de Freitas Turkiewicz, foi assassinado a tiros em 2003, três anos após a falência. O crime chocou o Paraná, e houve o julgamento dos acusados anos mais tarde.
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