Como foi abordado em uma postagem de 2011, o século XXI parecia não produzir nada de original em termos de arte. Isso porque o autor deste blog ainda não estava inteirado da produção por meio de inteligência artificial, ou IA.
Muito já se fez usando algoritmos e não o senso estético humano: pinturas, esculturas, canções. Poderiámos considerar isso arte?
"The Portrait of Edmond de Belamy", o retrato de um homem que nunca existiu feito por IA em 2018 (Divulgação) |
Não resta dúvida sobre a facilidade inerente para se fazer obras complexas usando as ferramentas contemporâneas. Porém, o risco de haver uma padronização ainda maior do gosto artístico na população aumentou, assim como a facilidade para falsificar obras do passado.
O que será mais apreciado: uma obra feita por alguém com talento inato ou por alguém que entende de programação mesmo tendo pouco ou nenhum conhecimento estético?
Qual será a definição do público a respeito da arte do nosso século? Teremos a ousadia de incluir nessa categoria os deep fakes, colocando rostos de pessoas em corpos (muitas vezes nus) e outras aberrações?
Seria a "morte" da arte como a conhecemos ou a oportunidade de explorar uma nova ferramenta criativa?
Este blog vai continuar a acompanhar as tendências artísticas ao longo do tempo, e certamente irá presenciar obras admiráveis, e outras execráveis. Isso sempre ocorreu, na Grécia Antiga, no Renascimento, no Barroco ou durante a vanguarda do século passado. Mas antes as obras eram feitas por artistas autênticos, bons ou maus, dotados de cinzel e pincel, 1% de inspiração e 99% de transpiração, com algumas exceções, como os falsificadores. Agora, é o uso de programas de computador ou aplicativos de celular, e uma porcentagem menor de transpiração - e, paradoxalmente, com ainda menos inspiração, com outras qualidades ou defeitos, de acordo com o grau da nossa burrice natural, mais do que de inteligência artificial.
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