Flávio Dino, ministro da Justiça, conseguiu passar pela sabatina do Senado, ao abandonar o seu estilo algo aguerrido e ter uma postura equibrada, mais condizente com um ministro do STF. Porém, os senadores não esqueceram da sua atuação com os opositores, particularmente os participantes das manifestações tratados como criminosos e golpistas, como se todos fossem responsáveis pela barbárie ocorrida no 8/1, quando vândalos provocaram prejuízos milionários nos prédios dos Três Poderes.
Com isso, o placar não foi folgado: 47 votos a favor, 31 contra.
Paulo Gonet, um nome mais técnico, era subprocurador geral do TSE, e um dos que garantiram a segurança e a confiabilidade dos votos eletrônicos. Foi aprovado com folga para a PGR, na mesma sabatina. Foram 65 votos a favor e apenas 11 contra. Ele irá substituir Augusto Aras, acusado de endossar muitos atos do governo anterior, de Jair Bolsonaro, responsável pela sua indicação em 2019.
Dino (dir.) e Gonet (esq.) passaram na sabatina para o STF e para a PGR, respectivamente, de acordo com os planos políticos de Lula (Ricardo Stackert) |
Alguns militantes das causas de mulheres e pessoas negras ainda se ressentem da falta de nomes que os representassem. Mesmo assim, a maioria dos senadores simpáticos a essas causas, apoiadores do atual governo, votaram a favor de Dino.
Com isso, o caminho está livre para os dois ocuparem seus novos cargos. Agora, cabe ao governo escolher um novo nome para a Justiça. Fala-se até em Gleisi Hoffman, nome muito ligado à ala dita "revanchista" do PT, defensora de retaliações contra a Operação Lava Jato, mas o nome mais forte, atualmente, parece ser o do ex-ministro do STF Ricardo Lewandowski.
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