sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Dia amargo para o automobilismo

O autor deste blog teve a sorte de acompanhar os feitos de Nelson Piquet e Ayrton Senna, e também os de Michael Schumacher. Atualmente, estamos num período bem menos memorável para o automobilismo, com repercussão muito menor, embora ainda tenhamos pilotos como Max Verstappen e Lewis Hamilton. 

Piquet está aposentado e só é lembrado, por desafetos, por seu apoio a Jair Bolsonaro. Senna está morto e Schumacher está bem próximo de se juntar a ele. Hoje faz exatos 10 anos desde o acidente de esqui nos Alpes franceses. Lutando pela vida, ele recebe cuidados intensivos, com direito até a um tratamento com sons de carros da F-1, segundo relatos. Corinna, a mulher dele, tem preservado zelosamente a privacidade do marido, com a colaboração de Jean Todt, ex-todo poderoso da Ferrari, escuderia defendida pelo alemão entre 1996 e 2006, período no qual ele ganhou cinco dos seus sete títulos, entre 2000 e 2004. 

Apenas dois anos mais velho que Schumacher, agora com 54 anos, outro piloto acaba de falecer: Gil de Ferran sofreu um infarto e não resistiu, na Flórida. Brasileiro e um dos ídolos da Fórmula Indy, não teve a sorte de ingressar na F-1, mas na Indy ganhou dois títulos mundiais, em 2000 e 2001, pela Penske, e vencedor das 1000 Milhas em Indianápolis em 2003. Ferran e Helio Castroneves foram considerados os maiores vencedores brasileiros do automobilismo após a morte de Senna. Na F-1, Rubinho Barrichello era ridicularizado como "segundo piloto" da Ferrari (o primeiro era o alemão) e Felipe Massa sofria cobranças por não obter os resultados obtidos por Piquet e Senna anos atrás. 

Gil de Ferran (1967-2023) quando ganhou as 1000 Milhas de Indianápolis (Getty Images)


Os 10 anos do acidente que mudou a vida de Schumacher para sempre e a morte de Gil de Ferran tornam este dia terrível para os amantes do automobilismo. 


N. do A.: Na Indy e na Stock Cars, Rubinho Barrichello aumentou a frequencia de vitórias, e neste ano foi bicampeão na última categoria, conhecida por reunir pilotos experientes, numa faixa etária bem superior a dos pilotos da F-1. Mesmo assim, a repercussão não se compara a dos tempos áureos do automobilismo, mostrando a queda do interesse da mídia neste esporte. 

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