Na virada do milênio, o CD-R e o DVD-R estavam em alta, por terem capacidades de armazenamento de dados muito maior do que os disquetes. Antes vistos como maravilhas tecnológicas por serem relativamente pequenos e práticos, os disquetes, feitos com material ferromagnético para guardar 1,44 MB de dados, já eram vistos como velharias. Estavam dando lugar ao CD-R, com 700 MB (pouco menos de 500 disquetes), e ao DVD-R, com seus então fabulosos 4,7 GB, onde 1 GB = 1.024 MB.
Havia inconvenientes nestas mídias, como a limitação no número de gravações, feitas por laser, e a facilidade de riscá-las, mas suas capacidades de armazenamento os tornavam amplamente vantajosas. Apesar de maiores (12 cm) em relação ao pequeno disquete, não eram mais pesadas, e ainda eram imunes aos ímãs e outras fontes magnéticas. A limitação no número de gravações era compensada pela tecnologia RW, possibilitando um número maior, de até 1.000 gravações.
Um DVD-R, sensação do ano 2000 (A ilustração mostra um produto da Multilaser) |
Passado um período inferior a uma geração, chegamos a 2023, e o que estamos vendo? Computadores sem drive para ler os tais DVD-R. Eles agora são vistos como obsoletos. Durante esse tempo, o pen drive se popularizou, com seu tamanho pequeno e suas relativamente grandes capacidades, com 8, 16, 32, 64 GB, muito mais do que um DVD-R. Basta o computador ter uma porta USB disponível.
Veio também o cartão SD, e depois o diminuto micro SD, menores que o pen drive e com capacidades comparáveis. Computadores modernos sempre tem entradas para esses cartõezinhos.
Agora, temos os SSDs do tipo M.2 (SATA e NVMe), cujo maior tamanho (comprimento de 8 cm, para o modelo 2280) é pouco maior do que o pen drive, mas com capacidades que podem superar os 2 TB (1 TB = 1.024 GB). Os SSDs estão barateando de preço, fazendo frente aos HDs, agora também vistos como ultrapassados, e também brigam com os pen drives, pois existem os chamados SSDs externos, instalados em estojos (cases) também plugáveis por uma porta USB.
E a velocidade de leitura ou gravação também melhoraram bastante. O DVD-R levava tempo para ler ou gravar algo, e suas velocidades de leitura é de 1,32 Mb/s. Bons pen drives atingem 100 Mb/s. SSDs podem ultrapassar os 7.000 Mb/s, em condições excepcionais (encaixados em portas PCI 4.0, disponíveis nos modernos computadoes e notebooks), e mesmo os SSDs externos com porta USB podem ficar acima dos 500 Mb/s.
Pen drives, cartões e SSDs são memórias flash, com capacidade de gravação também limitada, porém seus limites ficam muito além de um DVD-R, gravável apenas uma vez. E são bem menores e fáceis de transportar, além de não sofrererm com objetos cortantes. Não sao nem de longe tão baratos quanto um disco óptico, mas com suas capacidades de armazenamento, gravação e velocidade bem superiores (um pen drive de 32 Gb equivale a mais de 6 DVD-R), ninguém mais sente saudade dos redondinhos.
Mas em pouco tempo tudo isso também ficará ultrapassado, pois a tecnologia quântica está pronta para se popularizar. Sua base de funcionamento não é o bit, 0 ou 1, ainda usada mesmo nos mais avançados SSDs. Eles usam o qubit, cujo valor é uma combinação linear entre o 0 e o 1, possibilitando a ampliação substancial nas capacidades de armazenamento de dados sem aumento no tamanho físico dos dispositivos.
Em 2050, possivelmente veremos o pen drive e mesmo o SSD como meras engenhocas de tempos passados. Encaramos assim o DVD-R em 2023.
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