A famosa pesquisa de avaliação para estudantes do mundo todo reservou más notícias para o Brasil (e para o mundo) |
Devemos comparar o futuro da humanidade com a famosa torre inclinada de Pisa? Pelo menos de acordo com os geólogos e topólogos, a atração turística da cidade toscana não corre o risco de desabar.
Desabando está o desempenho dos estudantes em geral, de acordo com o maior sistema de avaliação de ensino, cuja sigla é a mesma da torre italiana. A pandemia de coronavírus prejudicou o aprendizado dos jovens no mundo todo, e num país onde a educação é tradicionalmente ruim como o Brasil, isso seria, teoricamente devastador. Mas a realidade é algo mais complexa.
73% dos alunos brasileiros de 15 anos avaliados é incapaz de fazer contas algébricas básicas ou fazer uma avaliação de distância entre duas cidades. Não houve avanço em relação a 2018, ano de referência do último Pisa, divulgado no ano seguinte. Mas, no caso do Brasil, não houve (muito) retrocesso. Naquele ano, o desempenho dos alunos foi igualmente pífio. O país recuou ligeiramente em matemática (379 pontos, contra 384 de antes), estacionou em leitura (410 pontos, ante 413 em 2018) e em ciências (403 pontos, quase o mesmo dos 404 há quatro anos atrás). Historicamente, o país não avança, enquanto os países mais ricos costumavam ter progressos, ou seja, o desempenho escolar melhorava ao longo dos anos. E não dá para atribuir esse desempenho fraco com o governo Bolsonaro, a despeito da confusão administrativa do MEC, marcada por excesso de ideologia e falta de resultados.
Na Alemanha, país onde sempre houve desempenho satisfatório, houve um forte recuo entre 2018 e 2022, a exemplo de outros países europeus, reflexo, em boa parte, da pandemia. Isso é um perigo para a humanidade, que precisa voltar a avançar no desempenho educacional, ou terá mais chances de colapsar do que a própria Torre de Pisa.
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