A última sinfonia do compositor alemão Ludwig van Beethoven (1770-1827) acaba de fazer 200 anos. Nenhuma outra, nem antes e nem depois, conseguiu ser tão comentada e aclamada.
Mesmo na première do dia 7 de maio de 1824, com todos os seus problemas nos ensaios e com Beethoven sendo considerado um músico difícil de compreender por suas ousadias harmônicas, além de estar completamente surdo. Consta-se que a sinfonia foi interrompida a cada movimento por causa dos aplausos. Beethoven, sentado ao lado do maestro, não conseguia ouvir nada e só acompanhava a orquestra tocando, e percebeu seu sucesso quando a contralto Caroline Unger (1803-1877) mostrou-lhe a plateia em ovação.
Apesar de ser apelidada de "Ode à Alegria", a obra começa em um dos tons mais mal humorados, ré menor. E de fato não começa nem um pouco alegre, e sim bastante agressivo. O segundo movimento também é em ré menor, mas consegue ser bem humorado, um scherzo (brincadeira), espécie de dança frenética em compasso ternário. O terceiro está em si bemol maior e é um adagio molto cantabile, lento e bem pouco alegre, mas com muito lirismo. A "ode à alegria" propriamente dita é o quarto e último movimento, na jubilosa tonalidade de ré maior, e pela primeira vez foi empregado um coro e quatro solistas. Por isso, a Nona é também chamada de "Coral". Foi empregado o poema Am die Freude (À Alegria), de Friedrich Schiller (1759-1805), já falecido naquela época mas ainda muito influente.
Beethoven conseguia superar até o seu próprio temperamento, considerado amargo e colérico, para fazer uma grandiosa "ode à alegria" |
Com esta sinfonia, catalogada como Op. 123, Beethoven encontrou seu lugar entre os maiores mestres, ao lado de Bach (1685-1750) e Mozart (1756-1791), e se tornou modelo para os compositores posteriores, como Schubert (1797-1828), Wagner (1813-1883), Brahms (1833-1897) e outros, e mesmo os músicos pop. Virou até uma espécie de hino da União Européia. Uma obra monumental.
Nenhum comentário:
Postar um comentário