Atrocidades como tentativas de assassinato de políticos durante lutas pelo poder não podem ser encaradas como normais nem menos onde elas costumam acontecer, na Ásia, África e América Latina. E isso está voltando na Europa, em um país da União Europeia, a Eslováquia.
Governante de facto do país localizado no centro do continente e antigo membro da Cortina de Ferro, de países submetidos às ordens soviéticas, quando ainda estava ligada à República Tcheca com o nome de Tchecoslováquia, o primeiro-ministro Robert Fico foi baleado numa pequena cidade chamada de Handlová e levado às pressas para um centro cirúrgico em Banska Bystrica. As informações são desencontradas, não se sabendo ao certo se ele corre risco de morte, mas, por ter levado cinco tiros, essa hipótese é a mais plausível, infelizmente.
Momento onde Robert Fico é levado às pressas após o atentado de Handlová (Radovan Stoklasa/Reuters) |
Fico era muito criticado por suas posições contrárias às do resto da União Europeia, e era alinhado com o ditador da vizinha Hungria, Victor Orbán. Ele também é crítica da ajuda europeia à Ucrânia, país também vizinho, e tem boas relações com a Rússia. Seus opositores o consideram corrupto e imitador de Donald Trump, e lembram seu passado como um político pró-comunista.
Mesmo assim, argumentos ad baculum levados ao extremo (de se tentar matar) são inaceitáveis e mostram que estamos em um período de crise civilizatória, onde os debates políticos estão de novo parecendo ser substituídos pela força das armas.
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