Com a deterioração econômica do Brasil, a Moody's teve de rebaixar a nota do rating soberano do país. A única agência classificadora de risco que ainda dava grau de investimento ajustou-se à realidade sentida pelos brasileiros e rebaixou a nota em dois degraus, para Ba2, com perspectiva negativa. Igualou-se à Standard & Poor's, cuja nota, BB, é equivalente à Ba2 da Moody's. A Fitch, no momento, passou a ser a mais generosa, com nota BB+. Porém, logo ela vai rever este conceito.
Foi o fim de uma época iniciada com o grau de investimento dado pela Standard & Poor's, em 2008. O governo Lula, do PT, comemorou. Menos de sete anos depois, o mesmo partido continuou no poder, agora com Dilma, e não demonstra preocupação, mesmo sendo o responsável direto. Ao invés de sanear as contas e tornar o governo mais eficiente e enxuto, Lula e depois Dilma preferiram continuar gastando com apadrinhados políticos, tomando recursos públicos como se fossem propriedade petista e não como patrimônio de todos. Com a revelação de tudo o que eles tentaram esconder e a queda da popularidade, o governo, ao invés de se retratar, preferiu o confronto, ao mesmo tempo que pareceu se distanciar dos fatos.
Até o ministério da Fazenda, que tem o dever de manter os pés no chão nos assuntos econômicos, preferiu dizer, mais uma vez, que o rebaixamento é "temporário". A aparente "alienação" do governo contrasta com a dinâmica dos países que passaram por uma situação parecida, como a Colômbia e o Uruguai, que levaram vários anos para voltarem a ser considerados confiáveis para os investidores. A Colômbia, por exemplo, perdeu o grau de investimento em 1999, numa época de incertezas políticas, acusações de corrupção e a ação da narcoguerrilha das FARC. Só voltou a receber novamente o selo de bom pagador em 2011. O Uruguai ficou nove anos no grau especulativo depois de uma crise financeira severa, com a quebra de bancos. Teve de fazer um ajuste econômico para diminuir a dívida pública e controlar a inflação, sem deixar de combater a pobreza, até voltar a ser bem visto pelos mercados estrangeiros.
Para o Brasil seguir o mesmo caminho de seus vizinhos, deve cuidar com mais zelo da sua altíssima dívida pública, um assunto já abordado neste blog (e, pelo visto, será recorrente neste ano) e voltar a domar a inflação, além de aproveitar a desvalorização da moeda para estimular as exportações. Não é uma tarefa fácil, ainda mais com o governo atual, que deixou de ser um mero empecilho ao desenvolvimento para vir a ser um perigo à nação, ao continuar suas alianças com facínoras e corruptos, ávidos consumidores do NOSSO DINHEIRO.
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