segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

O debate político no Brasil é profundo

É curioso o debate político no Brasil, oscilando entre uma briga de torcidas organizadas e uma mistificação psicótica. 

O PT chegou a dizer que a oposição utiliza táticas nazistas para tentar ocupar o poder. Lembrando sempre que representam o partido atualmente no poder, os petistas se comparam aos judeus. Agora, Jacques Wagner, ministro-chefe da Casa Civil, ao defender Lula usa termos como "ataques sistemáticos" e "caça constante", como se Lula estivesse num país selvagem movido pelo ódio e fosse uma entidade superior, acima do bem e do mal. Esta é a parte da mistificação psicótica. 

Por outro lado, defensores do PT, do PSDB, dos liberais, dos conservadores e dos comunistas chegam a parecer torcidas organizadas, quando um rival é investigado ou perde uma ação na Justiça. Comemoram como uma vitória de seu "time". Isto é reflexo da indigência intelectual imposta pelo estabilishment e por séculos de má educação (no mais amplo sentido da palavra) e desconhecimento das normas democráticas. 

Aqui neste país o debate é, pois, bastante profundo, pois desceu às profundezas abissais. A imagem que um debatedor tem de seu oponente é algo parecido com um peixe desses lugares: grotesco, voraz, aparentemente maligno e desprovido de qualquer qualidade apreciável.

O pior de tudo é se ter facilidade em apontar os defeitos e apresentar dificuldade em propor medidas para fazer o país sair de uma mistura inflação + recessão + juros altos + desindustrialização + desinvestimento + analfabetismo funcional + Aedes capaz de fazer o Brasil se afastar dos outros emergentes e se aproximar do grupo de países com eterno potencial mas tecnicamente insustentáveis como Paquistão e Nigéria. 

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