Em uma decisão surpreendente, Waldir Maranhão (PP-MA), presidente interino da Câmara, declarou nula a votação do impeachment no dia 17 de abril, quando o processo já está no Senado para ser votado na próxima quarta.
A decisão provocou a ira da oposição e foi contestada pelos especialistas, que viram a fragilidade jurídica da medida.
Causa estranheza a decisão de um único parlamentar, ainda que ele seja o presidente da Câmara, contrária aos 367 votos a favor do processo e apenas 137 votos dos defensores deste governo. Ainda mais estranha é a posição de Waldir Maranhão, um aliado de Eduardo Cunha, o titular afastado de sua cadeira.
Opositores acusam Maranhão de se deixar convencer por José Eduardo Cardoso, advogado-geral da União, e Flávio Dino, governador maranhense. Outros veem mais uma manobra de Eduardo Cunha, para ele voltar à presidência da Câmara. De qualquer forma, o ocupante da liderança daqueles que agem sob a cúpula convexa ficou com fama de ser manipulável, além de ter três processos na Lava Jato por corrupção e envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, podendo tornar-se réu a qualquer momento. Ele foi um dos deputados do PP que votou contra, enquanto seu aliado era um dos líderes que manobraram para o processo de impeachment se concretizar.
Renan Calheiros não engoliu esta decisão e disse que o processo segue, e vai ser votado no dia 11, tornando inválida a decisão de Maranhão, a não ser que ele resolva recorrer no STF. Ou seja, o processo de impeachment vai continuar.
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