No último dia 17, os jornais The Observer, da Grã-Bretanha, e The New York Times, dos Estados Unidos, acusou a empresa inglesa de análise de dados Cambridge Analytica de coletar informações pessoais de 50 milhões de usuários do Facebook por meio de um teste psicológico. A empresa ainda é acusada de ter influenciado nas eleições americanas de 2016 e na votação do "Brexit", o referendo que aprovou a desvinculação do Reino Unido à União Europeia, no ano anterior.
Por isso, as ações do Facebook desabaram, e a empresa perdeu mais de US$ 36 bilhões em valor de mercado. O Nasdaq foi seriamente afetado pela queda dos valores da rede, e autoridades judiciais norte-americanas e europeias querem investigar o caso.
Somente agora o presidente do Facebook Mark Zuckerberg se pronunciou, e disse ser culpado de ter deixado a Cambridge Analytica se apoderar de dados supostamente protegidos. Ele ainda pode responder na Justiça tanto britânica quanto americana.
Isso tudo provocou inquietação nas redes sociais, e não só o Facebook. Muitos usuários se viram desiludidos, principalmente aqueles habituados a escrever até o que comeram no almoço para os amigos virtuais verem. Enquanto isso, se questiona como uma associação como essa, entre redes sociais e empresas de coletas de dados, conseguem influenciar eleições. A gritaria foi enorme porque mexeu com temas caros aos defensores do "progressismo", ou seja, Donald Trump e o Brexit. Não causaria tanta polêmica se houvesse benefício à manutenção do antigo status da Grã-Bretanha ou à Hillary Clinton. Mas, de uma forma ou de outra, é uma interferência perigosa e nefasta nos destinos de milhões de cidadãos.
A suposta privacidade de dados nas redes foi abalada, e, pior ainda, a democracia foi ameaçada. Vivemos numa época perturbadora, onde seremos conduzidos a um futuro bastante diferente do prometido pelas empresas da Internet, e totalmente oposto aos anseios, interesses e necessidades de seus usuários.
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