Quem acompanhou o amistoso entre Alemanha e Brasil, em Berlim, estranhou sete aspectos do jogo:
1. A Alemanha entrou praticamente com o seu time B e não colocou nem Müller, nem Ozil e nem Hummels, entre outros. A maior referência foi Toni Kroos, e o time alemão estava cheio de jogadores jovens que não disputaram uma Copa ainda: Gundogan, Sané, Goretzka, Wagner.
2. O Brasil sufocando a Alemanha em alguns momentos do jogo, mesmo descontando o fato dos alemães não estarem com força total. O esquema tático de Tite funcionou.
3. Tite só fez UMA substituição, colocando Douglas Costa no lugar de Philippe Coutinho. Um jogo normal poderia ter até três, e um amistoso, seis.
4. A torcida alemã, normalmente comedida, estava vaiando a Seleção amarelona.
5. Gabriel Jesus fazer gol não é tão estranho assim. Insólita é a atuação do goleiro Kevin Trapp principalmente neste lance, espalmando quando a bola já tinha entrado completamente. Se Manuel Neuer voltar da lesão, Joachim Low terá péssimas notícias para o goleiro do PSG.
Jesus (não o Cristo, mas o atacante entre Fernandinho e Daniel Alves) salvou o Brasil da Alemanha? Calma, isso é um amistoso (AFP) |
6. Não teve gol da Alemanha. Zero! Para qualquer time jogando em casa, ainda mais no país do atual tetracampeão do mundo, isso não é fácil de assimilar, mesmo considerando o fato da partida ser um amistoso e não permitir com clareza uma previsão sobre como os germânicos irão atuar na Copa.
7. Thiago Silva jogou toda a partida e não chorou nem pareceu sentir a pressão, calando os críticos do zagueiro, sempre apontado como pouco confiável e instável emocionalmente (pelo menos por enquanto). Ele não estava naquele nefasto 8/7 mas é considerado culpado, como todo o time comandado, na época, por Felipão.
Nem essa vitória, nem aquela final inesquecível nas Olimpíadas de 2016, nada irá fazer esquecer nem compensar a catástrofe do 8/7. Pelo menos, Tite e seus comandados (lembrando: Neymar, de longe o maior jogador da Seleção, não estava em campo) deixaram uma boa impressão para os torcedores da Seleção da CBF. E um acontecimento em outro campo, longe de Berlim: a Argentina foi goleada pela Espanha por 6 a 1. Sem Messi, os hermanos foram engolidos pelo time formado por Isco (autor de três dos seis jogos), Asensio, Carvajal, Thiago Alcântara (autor de outro gol) e Diego Costa (idem). Aspas fez um dos seis gols e Otamendi fez o gol de "honra".
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