segunda-feira, 16 de abril de 2018

Datafolha mostra os números da corrida pelo governo paulista

Estão finalmente abordando a disputa pelos governos estaduais, a menos de seis meses para as eleições. Na verdade, era para já divulgar faz algum tempo, mas as atenções são voltadas para a disputa presidencial, mostrando o quanto o nosso país é "federativo".

Hoje, o Datafolha divulgou as intenções de votos e a rejeição aos candidatos. 

João Dória Jr. praticamente abandonou a Prefeitura para disputar o governo paulista. Ele queria concorrer à Presidência, mas o PSDB escolheu o ex-governador Geraldo Alckmin, mesmo sabendo que ele é investigado na Lava Jato por superfaturamento de obras como o metrô e o inacabado (ainda) trecho norte do Rodoanel. As intenções de voto em Dória são de 29%, e ele lidera a disputa apesar de ser pouco conhecido no interior do Estado. Ai, sua rejeição é de 25%, considerada já alta. Na Capital, onde há um compreensível descontentamento da população, mesmo entre eleitores deles em 2016, a rejeição é de enormes 49%. Ou seja, praticamente um de cada dois eleitores não quer votar no ex-prefeito. 

Paulo Skaf concorre pelo MDB, e está com 20% das intenções de voto. O que desabona o empresário é o partido: íntimo do poder desde a redemocratização, quando se chamava PMDB, antigo comparsa do PT no "Quadrilhão", tem como seus filiados o presidente Temer e vários políticos condenados pela Lava Jato, entre eles Eduardo Cunha. Sua rejeição é de nada desprezíveis 34%. O antigo PMDB era também a sigla de Orestes Quércia e Luís Antônio Fleury Filho, antecessores de Mário Covas, o primeiro nome da "era tucana" no poder (desde 1994). 

Márcio França, do PSB, é o atual governador e, durante todo esse tempo, poucos sabiam que ele existia, mas na corrida pelo governo ele tem potencial para crescer, apesar de seus 8%. Será dele a tarefa de inaugurar obras como estações do metrô e o já citado trecho norte do Rodoanel, tornando-o mais conhecido. Por enquanto ele só é comentado por meio de suas brigas com Dória, que o chamou de "Márcio Cuba" por ser de um partido "socialista" - mas fiel aliado de Alckmin no governo - e de ter suposta simpatia a Lula. Na verdade, França só reagiu às acusações do ex-prefeito, mas em termos relativamente agressivos: "desequilibrado", "parecia possuído". O atual governador tem 22% de rejeição.


Sem força política no Estado, o PT rejeitou o nome de Fernando Haddad, ex-prefeito de São Paulo, e ficou com Luís Marinho, ex-prefeito de São Bernardo do Campo. Será difícil ele brigar pela cadeira dos Bandeirantes: são 7%  nas intenções de voto, e 27% de rejeição. 

Pouco conhecidos, Rogério Chequer (Novo), Lisete Arelaro (Psol) e Alexandre Zeitune (Rede) terão a chance de se apresentarem aos eleitores, principalmente durante o horário eleitoral, assim como outros nomes, que nem 1% têm nas intenções de voto.

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