terça-feira, 10 de abril de 2018

Quem corre risco de ser apontado como "Vergonha Nacional" de abril?

Abril ainda não chegou ao fim de seu terço inicial, mas já existem muitos candidatos a receberem o "selo da vergonha" num país desfigurado pelos problemas crônicos, em eterna crise, aparentemente incapaz de aprender com erros antigos enquanto comete outros novos. 

Ei-los: 

- Os tais "amigos do Temer", na verdade o empresário Jorge Yunes e o coronel João Batista Lima Filho, tornados réus pela 12a Vara da Justiça Federal, em Brasília, acusados de corrupção passiva e formação de quadrilha para extorquir empresas e cobrar propinas.

- Membros do PT com a casuística ideia de transferir a sede para Curitiba na tentativa de pressionarem a soltar Lula.

- Elementos (ainda não identificados) que cometeram crimes: os vândalos do MST que picharam o prédio da ministra Carmen Lúcia e os assassinos do assessor que depõs no caso Marielle Franco - ele era subordinado ao vereador Marcelo Siciliano (PHS).

- O presidente do PEN Adílson Barroso, que causou confusão jurídica ao levar ao STF a Ação Direta de Constitucionalidade (ADC) 43, que impedia a execução da pena após a segunda instância, e agora quer retirá-la, agora que Lula está preso, apenas para proteger os outros condenados na mesma situação. A ADC era para ser julgada amanhã, mas o ministro Marco Aurélio Mello resolveu adiar para a próxima segunda.

- O presidente do Palmeiras Maurício Galiotte, mostrando seu espírito esportivo ao retirar o clube da Federação Paulista de Futebol e pedir a impugnação da final por causa de um erro crasso do juiz Márcio Aparecido Ribeiro de Souza, que validou um pênalti (inexistente) e depois voltou atrás; Galiotte acusou o juiz de se deixar guiar por interferência externa; se isso for devidamente provado, o juiz também se torna um forte candidato ao selo indesejável.

- Eduardo Azeredo foi apontado mais uma vez como chefe do "Mensalão Mineiro", a compra de votos de deputados mineiros durante seu governo em Minas Gerais. Sua defesa tentou, mas não conseguiu, suspender a sua condenação a 20 anos de cadeia. Por estar livre, embora sentenciado, o ex-governador mineiro merece o selo. 

- O presidente do Senado Eunício Oliveira, alvo de nova operação da Polícia Federal, a Tira-Teima, é chefe do Congresso, e portanto deve ser considerado hors concours, ou seja, não poderia ser selável devido à capacidade maior de beneficiar ou prejudicar a nação por força de seu posto, em relação aos "concorrentes" comuns. Também o senador Aécio Neves, novamente alvo da Lava Jato e denunciado pelo caso JBS, não pode ser selado porque já recebeu a sua "honraria" no blog. Bandidos que causaram massacres em presídio na região de Belém do Pará estão cumprindo sentença, logo são hors concours.

Vale reforçar: Michel Temer, Lula e os ministros do STF também são hors concours.


Vergonha, mundial, se tornou o time do Barcelona, que não soube aproveitar a imensa vantagem de 4 a 1 obtida no Camp Nou e perdeu do time do Roma por 3 a 0 no Stadio Olimpico da capital italiana. Como o time do goleiro Alisson (da Seleção) havia feito gol no campo adversário, conseguiu a vaga para as semifinais da UEFA Champions League. Detalhe: o Barça estava jogando com Messi e Suárez, e todo um time titular que inclui o "maestro" Iniesta em seu (provável) último jogo pela competição.

Pior do que isso é o papel grotesco desempenhado pelo presidente do Facebook ao praticamente se tornar cúmplice da Cambridge Analytica, empresa que usou indevidamente dados de usuários da rede social. Ele passou por um constrangimento no Capitólio, onde os senadores não o pouparam e o acusaram de violar a privacidade de cidadãos, uma postura bem diferente de congressistas brasileiros diante de uma celebridade poderosa. Mark Zuckerberg pediu desculpas ao povo americano e prometeu que os dados dos usuários serão melhor protegidos.

Os governantes que cometeram atrocidades e atitudes hediondas, como o ditador da Síria Bashar al-Assad, acusado de atacar civis com armas químicas em cidade ocupada por rebeldes e cercada pelas tropas do governo, ou Donald Trump e seu muro, Vladimir Putin e seu apoio a Assad, Nicolás Maduro e seu apoio a Lula (e desprezo ao próprio país), são hors concours em matéria de "vergonha". 

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