domingo, 7 de julho de 2019

Fim de semana inesquecível

O Brasil ficou menor, mais cacofônico e inculto com a morte de João Gilberto, um dos "pais" da Bossa Nova, o samba intimista com elementos de jazz que ganhou o resto do mundo nos anos 1950 e 1960. João Gilberto foi, ao lado de Tom e Vinícius, um engrandecedor da cultura brasileira, agora vilipendiada com essa profusão de funks e neo-sertanejos onde a presença do palco, as atitudes de astro (ou diva) e a aparência física são importantes a ponto de relativizar a ignorância supina em termos de música. Certo, não vamos bancar os passadistas e passar a vida considerando o passado uma maravilha e o futuro uma distopia, mesmo porque ele ainda não chegou. Além disso, o músico baiano já estava com 88 anos. Mas dá para ser otimista num cenário cultural, não apenas musical, tão árido? No momento, só resta lamentar a morte de um ícone da cultura popular brasileira.



Após a morte de João Gilberto, só restava torcer pelas Seleções no domingo. No plural, porque as guerreiras do vôlei feminino disputaram o ouro na Liga das Nações com as americanas e, infelizmente, perderam de virada no tie-break. O time de José Roberto Guimarães está ainda em fase de renovação, e este torneio, sem a importância de um Mundial, serve para avaliar o desempenho das jogadoras, como Natália, Bia e Macris. Em 2020, elas vão jogar a Olimpíada de Tóquio. 

Já a Seleção de Tite teve certa dificuldade para vencer o Peru no Maracanã, pela grande final da Copa América, apesar do placar elástico de 3 a 1, às custas de levar um gol de pênalti (cobrado por Paolo Guerrero, ex-comandado de Tite no Corinthians), destruindo a meta de terminar a Copa América sem bolas no canto de Alisson em tempo normal (ele já havia tomado gols nos pênaltis contra a Venezuela, mas foi só isso) e ver um dos protagonistas do time, Gabriel Jesus, ser expulso de forma inaceitável e ainda ter uma série de faniquitos a la Neymar, xingando o juiz e ameaçando quebrar a máquina do VAR. O próprio Jesus fez um dos gols, depois do destaque do jogo e surpresa do torneio, Everton Cebolinha, e antes de Richarlison cobrar um pênalti duvidoso e acabar com o sonho dos rivais. 

Jair Bolsonaro, aliás, roubou a cena ao distribuir as medalhas e ficar com uma delas, e ainda posar com os canarinhos junto com a taça do título, sem temer as vaias, mais audíveis que os aplausos, no estádio lotado, apesar do preço assustador dos ingressos (em média, R$ 655). Sérgio Moro também estava assistindo ao jogo. E Neymar, também. O astro viu o treinador e seus companheiros ganharem um título sem ele e colocarem por terra a fama de "neymardependentes", ainda por cima num torneio onde o ex-santista nunca ganhou, mesmo participando das edições de 2011 e 2015, e em ambas não foi decisivo. 

Bolsonaro não perdeu a oportunidade de tirar proveito do título conquistado pela Seleção em um Maracanã lotado

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