Em novas manifestações, ocorridas em várias cidades ontem, o ministro Sérgio Moro ainda tem seus adeptos, mas eles compareceram em menor número.
Na Paulista, a multidão deu para encher quatro quarteirões, comparável às manifestações contra o governo, e bem menos do que na última manifestação a favor, quando sete quarteirões foram ocupados.
Em Brasília, ainda encheram os bonecos do "Pixuleco" e do "Privileco", além de, novamente, mostrar o ministro da Justiça como se fosse o Superman. Depois dos vazamentos do The Intercept, muitos passaram a achar esta homenagem uma mistificação. De fato, pobre do país que clama por heróis! Há quem diga que Moro está mais anti-herói, como o Justiceiro, por querer punir os criminosos a qualquer custo (anti-heróis são bem mais fáceis de achar na Marvel do que na DC...).
No Rio de Janeiro, novamente o boneco do César Maia com um saco de dinheiro, aludindo à corrupção da chamada "velha política". Isso também pode ser interpretado como um ataque ao Congresso, visto como um empecilho às ações do presidente e de seus ministros, como Moro.
Também muitos defenderam a chamada "Lava Toga", para investigar os ministros "petistas" do STF. Obviamente, um ataque ao Judiciário, também. Gilmar Mendes foi o mais atacado, tendo um boneco inflável em Brasília mostrando-o como protetor de José Dirceu e de Lula.
Bonecos presentes nas manifestações de ontem (divulgação) |
Boa parte dos manifestantes era a favor de Bolsonaro, visto como alguém que poderia fazer mais se governasse como um autocrata, pois o Congresso e o Judiciário atrapalham... E, estranhamente, não lembram os resultados efetivos deste governo, como a assinatura do acordo entre a União Europeia e o Mercosul, que promete aumentar consideravelmente as exportações brasileiras. Isso certamente seria interpretado como triunfo de Bolsonaro, embora fosse fruto de um longo processo de 20 anos. Talvez por ser um acordo fechado muito recentemente, mas sempre haveria alguém para lembrar (e não houve). Eles chegaram a brigar com o MBL e o Vem Pra Rua, que também compareceram, mas não viam Bolsonaro como um messias. Ou seja, também um cenário pior para os situacionistas: menos participação e mais conflito, como havia sido a última manifestação das centrais sindicais e estudantes contra o governo.
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