União Europeia e Mercosul tentaram fazer um acordo comercial conjunto, como dois blocos econômicos, por vinte anos, e só agora conseguiram.
Ironicamente, Bolsonaro ajudou a concluir o negócio, contrariando todo o seu discurso contrário ao Mercosul e às pautas defendidas pelo Velho Continente - limitação no uso de defensivos agrícolas considerados altamente nocivos ao meio ambiente, preservação das áreas indígenas, respeito aos acordos internacionais como o de Paris.
O acordo prevê diminuição ou até eliminação das tarifas de produtos industrializados europeus, como chocolates, vinhos, queijos e produtos farmacêuticos. Isso irá pressionar a indústria local, brasileira e argentina. Ou os fabricantes reagem a essa competição, ou vendem suas ações para outras empresas. Por outro lado, os produtos agropecuários da América do Sul também terão taxas menores, permitindo o incremento nas exportações. Isso também pressionará o agronegócio a produzir insumos com melhor qualidade. Superando a questão concorrencial, os produtos industriais daqui e dos nuestros vecinos também terão isenção nas taxas, quando forem exportados para os europeus, e portanto não cabe a comparação com os antigos pactos coloniais, quando a América era dominada pelos colonizadores e conquistadores europeus.
Este acordo precisa da aprovação dos legislativos, como o Parlamento Europeu e o Congresso Nacional, e deve levar alguns anos para ser efetivamente implementado. A adaptação será difícil, principalmente do lado de cá do Oceano Atlântico. Os mais otimistas projetam a geração de milhares de novos empregos. Já os pessimistas e os nacionalistas cogitam um cenário bem diverso, com mais desemprego.
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