1. A ponte do Jaguaré ficou interditada, atrapalhando o trânsito em toda a cidade, devido a um incêndio em moradias irregulares sob ela. Mais uma vez, o patrimônio público é estragado por causa de algumas pessoas que estão em local errado, movidas pelos instintos de sobrevivência e não pela razão, por estarem privados de condições mínimas para viverem dignamente. Desta vez, não houve mortes, ao contrário do ano passado, quando o prédio Wilton Paes de Almeida foi incendiado e destruído por fato semelhante. As prefeituras tinham a responsabilidade de evitar a ocupação das pontes e viadutos por este pessoal. Tinham condições de fazer. Mas não fizeram.
2. Da mesma forma, prenderam os líderes do Movimento Sem Teto no Centro (MSTC), responsáveis pela tragédia do edifício Wilton. Dizem lutar pela moradia, mas são acusados de ocupar irregularmente um prédio que não lhes pertence, e sim ao Governo Federal, no Largo do Paiçandu. E ainda exploravam economicamente os moradores, cobrando-lhes valores extorsivos como aluguel dos espaços. Não se pode simplesmente colocar o MSTC na clandestinidade, mas é necessário apurar as acusações contra eles e puní-los se houver provas. Isso também é parte do déficit habitacional na cidade de São Paulo, problema crônico que precisa ser enfrentado pela prefeitura, mas sem demagogia e de acordo com a lei.
3. Outro problema, diferente, é a precariedade na formação das jogadoras de futebol. Isso já foi abordado antes quando a Seleção Brasileira feminina fracassou nas Olimpíadas do Rio em 2016, e continua a ser um assunto, mas só quando ocorrem novos revezes. De novo, vão apontar a falta de planejamento da CBF e de interesse do público no esporte, ainda visto como uma prática masculina, para depois tudo ser esquecido. As "meninas" foram derrotadas pela equipe francesa por 2 a 1, na prorrogação, pelas oitavas-de-final da Copa do Mundo, na França. Não faltou empenho do time brasileiro, mas outra vez dependeram de jogadoras veteranas, como Marta, Cristiane e Formiga, que jogaram, provavelmente, sua última Copa.
4. Por falar em futebol, os gramados dos estádios brasileiros mostram novamente seu estado precário de conservação, servindo como desculpa para o mau desempenho de alguns jogadores, como Messi, da Seleção Argentina, e Suárez, do Uruguai. Eles estão acostumados aos gramados europeus, e na Europa um campo como o do Beira-Rio, por exemplo, seria execrado e o clube responsável pagaria uma bela multa. Mas é neste estádio de Porto Alegre onde a Seleção Brasileira jogará, contra o Paraguai, a mesma equipe que já os eliminou duas vezes nos pênaltis, em gramados também precários, na Argentina (2011) e no Chile (2015). Os canarinhos precisam lidar com a retranca paraguaia, e não podem culpar o gramado, se houver um terceiro revés. É capaz de sugerirem que cada jogador pastasse por lá. Ou pedisse música no Fantástico, de acordo com uma velha piada.
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