sexta-feira, 29 de maio de 2020

quinta-feira, 28 de maio de 2020

A maior extinção em massa da Terra continua pouco estudada

Recentemente geólogos do Imperial College de Londres estudaram a trajetória do gigantesco asteroide que colidiu na península de Yucatán há 66 milhões de anos atrás e causou a extinção dos dinossauros e outras formas de vida. Eles estimaram o ângulo de colisão em 60 graus (em relação à superfície), gerando uma combinação quase improvável de eventos, que resultaram na liberação de toneladas de gases sulfurosos, gerando uma atmosfera irrespirável e chuvas ácidas, destruindo os animais mais conhecidos da Pré História e fazendo terminar a chamada "Era Mesozóica", para dar lugar à "Era Cenozóica", na qual estamos. 

Reprodução fantasiosa da época, mostrando um tiranossauro (mais ereto que o normal) fitando o asteroide prestes a colidir em um ângulo que não era o verdadeiro, segundo os geólogos
O asteroide destruiu cerca de 75% das formas de vida terrestres, inclusive os últimos Tyranosaurus rex, o dinossauro mais conhecido, e um dos mais recentes, que teve o "azar" de viver bem na época da grande catástrofe. Um evento inimaginável, mas não o único e nem o pior.

Um evento muito mais destrutivo ocorreu antes, há 250 milhões de anos, sendo considerada a maior extinção em massa da história do planeta. Marcou, justamente, o início da "Era Mesozóica", também chamada de a "era dos dinossauros", ponto fim à "Era Paleozóica". Os animais e plantas terrestres viviam num único continente chamado Pangéia, enquanto na época dos últimos dinossauros os continentes estavam quase todos formados, com exceção da Ásia, ainda sem a Arábia (unida à África) e a Índia, uma ilha entre a África e a Ásia no meio do Oceano Índico.

Intensidade da extinção de espécies viventes, em um espaço de mais de 500 milhões de anos; o maior pico não corresponde à extinção dos dinossauros (66 milhões de anos). 

Naquele tempo, 90% de toda a vida foi dizimada, restando somente algumas formas de vida, entre elas os antepassados dos mamíferos, chamados de terapsídeos, formas de vida consideradas ainda "reptilianas", mas não eram exatamente répteis, pois tinham pelos e sangue quente. Os répteis da época incluíam formas de vida pouco conhecidas: um ramo deu origem aos lagartos e depois às cobras, outro gerou como descendência as tartarugas, e o terceiro, o dos arcossauros, geraria os atuais crocodilos e dinossauros, os ancestrais dos pássaros. 

Era estranho constatar que apenas 1 em cada 10 espécies animais sobreviveu, mas alguns deles eram grandes, fazendo descartar uma hipótese semelhante à do asteroide, que favoreceu os animais pequenos. A hipótese mais considerada foi a da explosão simultânea de vários vulcões, que liberaram, também, gases sulfurosos. Boa parte dos sobreviventes tinha o hábito de se abrigar em tocas profundas, mas sobreviveriam muito tempo enfurnados nelas?

Ainda é um mistério encontrar as verdadeiras causas. Alguns dos animais mais típicos do Paleozóico desapareceram, como os trilobitas, artrópodes parecidos com grandes lacraias marinhas.

Estudos continuam, mas não rendem tanto interesse para o público quanto a extinção mais famosa e intensamente analisada.

Mandasuchus tanyauchen, réptil da linhagem que daria origem aos dinossauros; ele viveu há 245 milhões de anos, pouco após a maior extinção em massa ocorrida na Terra (Mark Witton/Natural History Museum)

N. do A.: É ainda cedo para afirmar que o coronavírus vai causar a extinção da humanidade, mas teme-se a deterioração institucional do Brasil, capaz de gerar profecias a respeito do extermínio do país em um futuro próximo. Nosso presidente fez um discurso histórico entre simpatizantes e jornalistas aglomerados, culminando num contundente "Acabou, p***a!!!", em um tom de voz próximo ao que D. Pedro teria usado ao fazer o "grito do Ipiranga" após breve declaração contra as Cortes portuguesas. No caso de Jair Bolsonaro, o grito de Brasília era contra a Suprema Corte, acusada, com razão, de abusar das decisões monocráticas. Alexandre de Moraes tomou a decisão sozinho para investigar as fake news, e com isso atingiu muitos sites acusados de explorar as notícias falsas que infestam as redes sociais - mas só os favoráveis ao governo, gerando revolta nos apoiadores do presidente e nos filhos. Eduardo Bolsonaro, o "03", falou novamente em ruptura, em live com jornalistas do portal Terça Livre, um dos investigados pela Polícia Federal. 

quarta-feira, 27 de maio de 2020

DxOMark e suas polêmicas

Não é qualquer um que já ouviu falar do DxOMark, um site especializado em análise de câmeras e smartphones

Empresas como a Xiaomi valorizam muito os resultados obtidos pelas análises do DxOMark (divulgação)
Muitas fabricantes de aparelhos caros - ainda mais no Brasil, onde o dólar, apesar de ter se acalmado depois de quase beirar os 6 reais, ainda é considerado muito alto (R$ 5,27 na cotação de hoje) e deverá se manter assim por causa da crise sanitária (o coronavírus continua a matar mais de 1.000 por dia), política e econômica - gostam de citar o site francês, com capital parcialmente chinês. 

Foram testados vários smartphones, com critérios mais sofisticados com o passar do tempo. Agora, adotam-se como parâmetros exposição, cor, autofoco, textura, ruídos, artefatos (imagens artificiais causadas pela refração da luz, ou seja, devido a problemas no projeto das lentes), fotos noturnas, zoom, bokeh (qualidade visual de objetos fora do foco principal) e wide (qualidade das câmeras grande-angulares). Para vídeos, menos parâmetros, que incluem estabilização ótica, podendo testar, separadamente, o áudio das gravações, que analisam, por exemplo, diferenças no timbre, potência do volume e efeito espacial (um deles é o surround). 

Essa metodologia é diferente da adotada para as câmeras, aparelhos ameaçados de ficarem restritas a profissionais em fotografia. O site só avalia retratos, paisagens e situações de esportes, avaliando a gama de cores em cada situação. 

Embora o site diga que adota critérios técnicos e científicos, a metodologia ainda depende da habilidade humana em tirar as fotos e de olhos adequadamente treinados para a avaliação dos resultados, que não está livre de interpretações subjetivas. Outro problema é a ponderação das notas de cada item, considerada muito difícil de entender. 

Os aparelhos mais caros, chamados de flagships, geralmente ocupam as melhores posições, como é de se esperar, pois as fabricantes se vêem obrigadas a investir mais pesado nas câmeras, mas existem outros com preços não tão absurdos, como o Zenfone 6, da taiwanesa Asus, que aqui custa menos de R$ 3.000,00 (um patamar ainda muito pouco acessível para o bolso do brasileiro), ficou na frente da maioria dos iPhones e até de alguns Google Pixel, aparelhos conhecidos pela qualidade de suas lentes. 

Contudo, isso pode ser questionado devido à confusa metodologia aplicada, que estranhamente dá as notas mais altas para os aparelhos chineses. No momento da publicação desta postagem, o campeão foi o Huawei P40 Pro, com pontuação de 128 (103 para selfies). Este aparelho só pode ser importado por meio de sites especializados como o Bangood. O badalado e caríssimo Samsung S20 Ultra, aclamado por seu poderoso conjunto de câmeras, é o primeiro não chinês no ranking, num decepcionante sétimo lugar, com pontuação de 122 (100 para selfies e 64 para áudio). O aparelho iPhone mais bem avaliado - o Apple 11 Pro Max, que também custa "os olhos da cara" principalmente no Brasil - ficou apenas na décima primeira posição.

A alta pontuação de uns aparelhos enquanto outros amargam posições medianas no ranking de qualidade nas câmeras levanta suspeitas até de suborno de empresas ou influência do capital chinês num site oficialmente francês, mas com disponibilidade para ler os artigos apenas dois idiomas - inglês e mandarim. 

Por isso, o DxOMark é muito criticado pelos fãs de smartphones e também por fabricantes, principalmente fora da China, ainda mais em tempo de pandemia provocada pelo coronavírus, apelidado de "vírus chinês". Isso só reflete a dificuldade de se avaliar uma foto daquela paisagem considerada maravilhosa por uns e "lixo" por outros. 

terça-feira, 26 de maio de 2020

Queria falar de outro assunto

Não gostaria de falar sobre as mesmas coisas, sobre tudo o que é noticiado nos jornais, nas mídias sociais, nos blogs. 

E o que estão a falar? De mais uma investigação sobre corrupção no Rio, envolvendo mais um episódio do "covidão", que pode complicar a vida do governador Wilson Witzel. 

O assunto é quente? Sim! Muitos falam dele? Evidente! Devemos nos informar bem sobre isso? Claro!

Por isso, este blog vai comentar isto melhor em outra ocasião. No momento, está analisando outras pautas para serem melhor exploradas. É preciso diversificar por aqui, não só falar sobre as mais de mil mortes diárias pela COVID-19, porque isso está escancarado nas fontes de informação e de (de)formação.

Mas também não se pode falar sobre banalidades, como o frio que está fazendo em São Paulo. Deve-se explorar algo mais instigante, mais de acordo com o espírito do blog, que muitas vezes acaba não abordando "assuntos 1000". Quando muito, cinco ou seis assuntos...

Querem saber? Amanhã este blog vai estar cagando e andando para o que acontecer... sim, foi empregado um termo chulo, mas bem menos pesado do que as palavras empregadas pelo nosso presidente, que deve estar contente pela PF ter mexido em mais uma bosta... que deixa um de seus inimigos, chamado de "estrume", com o cu na mão.

Pois é, em qualquer blog se usam termos que todo mundo fala e nem todos assumem, nos mais diversos lugares, inclusive em reuniões ministeriais. Mas agora chega. Amanhã haverá outra postagem, e não será sobre política, pandemia, fake news, diatribes entre "direita", "esquerda" e "radicais de centro", essa merda toda.

C'est fini! It's over! 

segunda-feira, 25 de maio de 2020

Animações evitam a política

No passado, era comum encontrar animações satirizando a política, como se fossem tiras ou charges em forma de cartoons onde a técnica era menos importante do que o escracho. Como "cartoon", o trabalho lembrava os desenhos "desanimados" da década de 1960, onde os movimentos se resumiam ao mexer dos lábios, um eventual piscar de olhos ou movimento de braços e pernas, mas como forma de humor valia. 

Usando conhecimentos do antigo Adobe Flash somados a algum talento na arte do "rabisco", os animadores não perdoavam, por exemplo, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma ou Temer e os políticos do começo deste século, como Paulo Maluf, Fernando Collor, Antônio Carlos Magalhães, José Dirceu e Marta Suplicy. 

Sites antigos como o Humortadela gostavam de ter Lula e outros políticos como alvo (do canal "Humortadela20" no Youtube - clique AQUI)

Com Jair Bolsonaro, porém, a produção desse tipo ficou menos voltada para a política. Notórios chargistas como Maurício Ricardo passaram a se concentrar em personagens fictícios, como os conhecidos Espinha e Fimose (dois adolescentes não muito inteligentes que só pensam em se dar bem com as garotas). O mineiro fazia muitas charges políticas antes de 2019. Com Bolsonaro, são bem poucas. 

A grande exceção ficou com André Guedes, chargista do antigo site Humortadela. Ele votou, assumidamente, em Bolsonaro, mas seu humor ferino não o poupa, e muito menos os filhos 01, 02 e 03, embora sempre pintando-os como protagonistas atrapalhados e toscos, contra os antagonistas de "esquerda" financiados por George Soros (apontado pelos bolsonaristas e por Olavo de Carvalho como uma ameaça aos valores conservadores), e, ultimamente, os defensores do isolamento social contra o coronavírus.

Charges animadas com o presidente são raras, mas o carioca André Guedes se destaca (do site "André Guedes" no Youtube)

Por falar nesse vírus, nesta semana vou tentar (de novo) evitar deixá-lo como o assunto principal, já que o espaço da Internet está repleto de informações e opiniões sobre a pandemia. Aliás, nas outras postagens também os assuntos políticos, ainda mais debatidos do que o perigo invisível, devem ceder espaço para outras pautas, ou este site deixará de ser digno de ser chamado de "Assuntos 1000". 

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Divulgado o vídeo da reunião ministerial, ou, o "descobrimento do governo Bolsonaro"

Este blog tinha a intenção de pautar em outro assunto, mas terá que voltar atrás, pois acabou de explodir uma "bomba" em Brasília - no sentido figurado, mas com potência suficiente para afetar o Brasil todo. 

Autorizaram a divulgação do "vídeo-bomba" da reunião ministerial feita há exato um mês. Mostra o presidente em sua postura "raiz" (considerando ontem, em reunião com governadores, como a postura "nutella", aquela mais parecida com a de um chefe de Estado, comedido e sem o já notório temperamento explosivo), exigindo que todos os ministros, inclusive Sérgio Moro, prestes a sair do governo, estejam de acordo com o pensamento dele. O presidente também mostrou sua notória aversão à imprensa e sua intolerância incurável às críticas, abusando dos xingamentos e das ofensas. Mas não é nada muito diferente da sua conduta fora do Planalto. 

O vídeo da reunião, divulgado amplamente pela mídia (do canal CNN Brasil, no Youtube)

Pode-se fazer mais de uma leitura a respeito: 

- o presidente quer fazer o que lhe der na telha, mesmo dando mau exemplo no combate ao coronavírus; 

- o presidente está revoltado com o sistema político e com os críticos, vistos como ressentidos e "maus perdedores" porque ele foi eleito e os outros, não, e por isso o atacam pintando-o como fascista ou defensor da "Idade Média", quando na verdade ele quer o bem do país; 

- os ministros não são meros lacaios do presidente, como muitos imaginam, e também não mostram uma segunda face; 

- quase todos acham que governadores e prefeitos violam a liberdade adotando as quarentenas contra o coronavírus, enquanto são apoiados por vigaristas e oportunistas interessados em enriquecimento ilícito ou cometer crimes para colocar a culpa no governo; 

- Bolsonaro realmente trata seus adversários como inimigos, e reserva termos "carinhosos" aos governadores João Dória e Wilson Witzel; 

- exceto o ministro da Saúde, então Nelson Teich, e alguns outros, a maioria dos ministros de acordo com o uso da hidroxicloroquina, esta substância que tanto eles quanto os críticos ainda confundem com a cloroquina; 

- eles culpam a China pela disseminação do "vírus chinês" que devastou a economia do Brasil - e do resto do mundo, inclusive a própria China; 

- os assuntos não giram em torno da Justiça, mas são diversos, passando até pela liberação do jogo, algo deplorado pelos evangélicos; 

- os ânimos estão muito acirrados e os ministros também abusam do direito de insultar, às vezes com termos pesados ou impublicáveis aqui, e atacar com agressividade os outros Poderes, ameaçando, por exemplo, botar os "vagabundos" do STF na cadeia, como fez o ministro da Educação Abraham Weintraub, sem receber uma reprimenda do presidente; 

- Bolsonaro disse mesmo que quis intervir politicamente na Polícia Federal e proteger os filhos, como se eles não fossem adultos capazes de se defenderem; ele advertiu a todos os presentes sobre o risco de perder o mandato; 

- o presidente tem uma noção particular de liberdade e democracia, e também se disse contra uma ditadura, o que soa para muitos como ironia; para ele, o povo tem que se defender de quem quer amordaçá-lo, pelas armas. 

Enfim, o vídeo pode ser interpretado como o "descobrimento do governo", coincidindo com a data da reunião, 22 de abril, o dia do Descobrimento do Brasil. Isto servirá para acirrar os ânimos e a polarização política, pois os bolsonaristas vão apoiar ainda mais o governo por mostrar um governo transparente e sem "papas na língua", e os opositores vão aumentar os ataques devido ao desnudamento de uma visão pouco republicana do presidente e seus ministros. 

Pelas vias republicanas (existem outras, mas este blog não vai tratar delas por serem piores e mais traumáticas), a decisão sobre o futuro do Brasil caberá ao Congresso. Ele pode escolher votar o impeachment, como quer a oposição (ainda minoria nas duas Casas, mas voltando a ser barulhenta como antes), ou, por outro lado, acabar com o "ativismo judicial", responsável, segundo os governistas, pela crise institucional, votando, por exemplo, pelo fim das decisões monocráticas dos ministros do STF, de acordo com projetos de lei em tramitação ou ainda em fase de elaboração. Em ambos os casos, os deputados e os senadores precisam ser responsáveis e pensar no presente e no futuro do Brasil, assolado pela pandemia, pela falta de rumo e pelos velhos problemas crônicos (miséria, analfabetismo, corrupção, violência...), e à mercê de uma crise econômica feroz e intensa, capaz de deixar cicatrizes permanentes em todos nós, brasileiros. 

Este país haverá de sobreviver a todos os seus males. 

quinta-feira, 21 de maio de 2020

O obstáculo do 'Covidão' no acordo entre Bolsonaro e governadores

Existe um desperdício grande do NOSSO DINHEIRO com o combate improvisado ao coronavírus em nosso país. Como resultado das gestões problemáticas dos governos federal, estaduais e municipais, as verbas não chegam aos hospitais e muita gente está morrendo por causa da pestilência, sendo particularmente dolorosa a perda dos médicos e enfermeiros envolvidos. 

Em uma conversa bastante civilizada, o presidente Jair Bolsonaro e os governadores chegaram a um acordo para a destinação dos R$ 60 bilhões aos Estados e municípios para o combate ao assassino invisível. A reunião teve a participação dos chefes do Legislativo, presidentes da Câmara Rodrigo Maia e do Senado Davi Alcolumbre. 

Após a grotesca piada da "cloroquina" e da "tubaína", o presidente voltou à razão e foi falar com os governadores e os chefes do Legislativo sobre o plano que liberou R$ 60 bilhões para o combate à COVID-19 (Marcos Correa/Presidência da República)

O problema é constatar que uma boa parte desse montante vai cobrir o rombo de gastos mal feitos ou, pior, esquemas de corrupção e roubalheira. Existem várias denúncias de compras mal feitas, respiradores que não funcionam, máscaras e uniformes superfaturados, gastos exagerados com álcool gel e outros insumos, além de produtos que simplesmente não foram entregues, envolvendo gente mais interessada em encher os bolsos do que em ajudar a administrar a grande catástrofe responsável por matar mais de 20.000 brasileiros. 

A PGR quer investigar governadores por suspeita de todas essas irregularidades, entre os quais João Dória (SP) e Wilson Witzel (RJ). Dória é acusado de comprar respiradores vindos da China por R$ 550 milhões, e aventais por R$ 14,1 milhões - estes últimos gastos foram sustados. Witzel precisou demitir o secretário da Saúde Edmar Santos por acusações de um grande esquema de desvios de dinheiro sob pretexto de combater a pandemia. O governo de Santa Catarina foi denunciado por empregar uma empresa chamada Veigamed, do Rio de Janeiro, para comprar 200 respiradores pelo "módico" preço de R$ 165 mil cada - e eles ainda não foram entregues, apesar do prazo ter expirado no dia 30 de abril. Existem denúncias em outros estados, como Paraíba, Pernambuco e Amapá. 

Por outro lado, o governo federal já gastou milhões em compras sem licitação, o que está dentro da lei, desde que haja divulgação no Diário Oficial. Porém, uma MP aprovada no último dia 7 dispensa licitações  federais de até R$ 100 mil em caso de calamidade pública, limite bem inferior à gastança com muitos contratos suspeitos nos Estados e municípios.

A esbórnia com o dinheiro público ficaria impune com medidas como a MP 966, que só puniria agentes públicos em caso de dolo e "erro grosseiro"; o STF exigiu melhor definição dos termos, em julgamento feito hoje. 

Felizmente, existem projetos de lei que permitem elucidar melhor a situação: o PL 2543/20, do deputado José Medeiros (Pode-MT) e o PL 2636/20, da deputada Paula Belmonte (Cidadania-DF). O primeiro obriga o poder público a revelar os gastos destinados às pandemias, enquanto o segundo data prazo de cinco dias úteis para eventuais contratações sem licitação (superabundantes neste período de crise sanitária) serem publicadas, sob pena de serem consideradas nulas. Logicamente, tais projetos só valem se forem aprovados, e, diante dessa catástrofe, a demora é fatal. 

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Para descontrair: piada de loucos

Em um lugar qualquer, três sujeitos discutem: 

- Eu sou o enviado de Deus! - diz o primeiro

- Você? - o segundo soltou uma gargalhada de pouco caso - Vê se te enxerga, filho! Eu é que sou o enviado de Deus!

- Mentira! - passou a falar o terceiro - Eu não enviei ninguém!




N. do A.: A piada dos três loucos me lembra de outros três (ou quatro), oficialmente pessoas sãs (mas há dúvidas sobre isso). Um deles disse que vai criar um feriado emendando o Corpus Christi e o dia da Consciência Negra, e acabou conseguindo, com o apoio de outro que está querendo transformar o dia 25 de maio no dia 9 de julho. O segundo disse: "Quem é de direita, toma cloroquina! Quem é de esquerda, toma tubaína!". E o terceiro afirmou: "Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus!". Enquanto isso, o "monstro" vai mandando mais de mil ao beleléu... e isso aí não tem a menor graça.  

terça-feira, 19 de maio de 2020

Qual é o arrependimento mais inútil? (Essa questão não cai no ENEM, se é que vai haver neste ano)

a) O ex-presidente, cassado pelo impeachment em 1992, Fernando Collor de Mello, por ter confiscado a poupança e violentado a economia com seu plano chamado "Brasil Novo", após sua posse há trinta anos atrás. 

b) O youtuber Felipe Neto, por ter apoiado o impeachment de Dilma Rousseff, que ele passou a chamar de "golpe" no programa Roda Viva.  

c) Regina Duarte, por ter aceitado o cargo de Secretária de Cultura de Jair Bolsonaro.  

d) Gente que votou no Bolsonaro, no João Dória, no Wilson Witzel, no Crivella, no Flávio Dino, no Ratinho Jr., no Zema, enfim, em qualquer governante incapaz de tomar medidas decentes para impedir o coronavírus de matar o nosso povo (de novo falando sobre esse serzinho nesta semana...). 

e) Muitos brasileiros, por terem nascido no Brasil. 

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Gol, 40 anos

No dia 15 de maio, dia do "aniversário" de um dos símbolos da indústria automobilística nacional, este blog ia escrever algo sobre ele, mas teve de mudar a pauta para as últimas "quizumbas" envolvendo o governo, entre as quais a demissão do ministro da Saúde Nelson Teich. 

Quem teve a oportunidade de ver o Gol, o carrinho da Volkswagen em seu primeiro ano, notava que ele ia ser uma espécie de "mini Passat" para concorrer com os pequenos carros da época, como o Chevette e o Fiat 147. No longínquo ano de 1980, o Fusca ainda era o carro mais vendido, e ainda havia a Brasília. 

O Gol de 40 anos atrás (Divulgação)
De início, o pequeno carro com o nome parecido com o Golf, o carro-chefe da marca na Europa, mas "abrasileirado" para atender ao gosto do povo, por lembrar o futebol, parecia que não ia vingar, com seu motor 1.6 refrigerado a ar, sem fôlego para correr muito com seus 42 cv. Mas ele resistiu. Philip Schmidt, então chefe do departamento de projetos da Volks no Brasil, não queria ver o projeto, desenvolvido desde 1975, fracassar, e bancou a criação de mais carros derivados: o sedã Voyage em 1981, a perua (station-wagon) Parati e a picape Saveiro, ambas de 1982. 

Depois de algumas versões impactantes, como o Gol GT de 1984, e o lançamento do conhecido motor AP, a partir do antigo motor MD-270 do Passat que equipava o carro nas versões menos espartanas e também o Voyage e a Parati, o carrinho passou a ficar interessante para o consumidor. A primeira retirada de linha do Fusca (1986) foi um teste para o Gol, que mudou a frente logo a seguir, ficando mais atraente. Apesar de apertado e sem equipamentos de conforto, o carro tinha bom desempenho para a época e uma mecânica bastante robusta. Com isso, em 1987 o pequeno Volkswagen passou realmente a ser o sucessor do velho besouro, e foi o carro mais vendido. 

A icônica versão GTi, lançada um ano após o Gol se tornar o mais vendido do Brasil
Foi assim nos anos seguintes. Em 1988, veio o Gol GTi, primeiro carro de série equipado com injeção eletrônica. Em 1993, o Gol 1000 foi uma tentativa (não muito bem sucedida) de fazer concorrência ao Uno Mille, aproveitando a menor tributação para os carros de menos de mil centímetros cúbicos no motor. 

Em 1994, o Gol se reestilizava completamente, tornando-se o "Bolinha", ou "Geração 2". Surgiram versões como o Gol GTI 16V, um dos campeões de desempenho nos anos 1990. O Voyage desapareceu, mas a Parati e a Saveiro se transformaram mais tarde, acompanhando as mudanças do carro-chefe. Surgiu a versão com quatro portas, acompanhando o gosto do público. Mais tarde, as reestilizações do "Gol Bolinha", chamadas de Gol G3 (1999) - que inovou com o motor flex a partir de 2003 - e G4 (2005), sempre acompanhadas da reestilização de suas versões perua e picape, que passaram a sofrer mais com a concorrência. A Parati, até então a líder no mercado de station-wagons, perdeu o mercado para a Palio Weekend, da Fiat, e a Saveiro foi perder terreno para a Strada, também da Fiat. 

O Gol G2, ou "Bolinha", lançado no final de 1994. Acima, a versão GTI, sucessora do antigo GTi
Finalmente, a transformação mais radical do carro em 2008, quando ele deixou de usar um motor longitudinal e passou a adotar a plataforma do Polo, tornando-se o Gol G5, na prática a terceira forma do campeão de vendas. Voltou o Voyage, para competir no mercado de sedãs compactos. A Saveiro também se reestilizou, mas a Parati estacionou no formato "bolinha", a G4. 

O Gol G5 é o terceiro formato do líder de vendas. A partir daí passou a ser encontrado predominantemente com quatro portas - os Gol mais recentes com duas portas são relativamente raros
Infelizmente, para a fábrica alemã, a concorrência passou a disputar com mais competência o gosto do consumidor, e além disso o Gol deixou de inovar como antes. Para enfrentar os rivais, surgiram novos Volkswagen na faixa dos compactos, o Fox, o Polo e o pequenino up! Como resultado disso, ele perdeu o posto de carro mais vendido para o Palio em 2014, coincidentemente o ano da Copa do Mundo no Brasil, onde houve o 8/7. O Brasil deixou de ser considerado o país do futebol, e o Gol deixou de ser o queridinho dos consumidores de automóveis. 

Desde então, o modelo nunca mais recuperou a liderança, perdendo terreno para o Onix, da Chevrolet, o novo líder de vendas. Agora, a sobrevivência do velho Gol está em xeque, com planos de substituí-lo. Mas a Volkswagen dificilmente irá desprezar o modelo responsável por recordes de vendas, sendo o legítimo sucessor do lendário Fusca no Brasil.



N. do A.: O Gol surgiu no regime militar, época com a qual alguns radicais sonham e onde a imprensa, agora vista como inimiga do governo, ainda era amordaçada, apesar da abertura política que começou com o fim do AI-5 e do período ditatorial strictu sensu, em 1978. Os radicais anti-imprensa, anti-STF, anti-Congresso e anti-Constituição fizeram questão de aparecer nas manifestações, saudadas pelo presidente como "democráticas" mas que ignoraram as recomendações de distanciamento social por causa da pandemia de COVID-19. 

sexta-feira, 15 de maio de 2020

Nelson Teich abandona o governo, e outros assuntos

Nelson Teich não é mais ministro da Saúde. Sua gestão durou pouco menos de um mês, sendo até agora a mais efêmera do governo Bolsonaro. Ele foi contra a permissão dos médicos receitarem em casos iniciais da COVID-19 a cloroquina (muito tóxica e sem efeitos comprovados) e a hidroxicloroquina (menos tóxica e com estudos promissores se usada com o sulfato de zinco), enquanto o governo parece discursar pelo uso indiscriminado desses medicamentos. Na decisão de Teich, também colaborou a mudança feita pelo presidente, sem ao menos avisar Teich, na lista de categorias que poderiam trabalhar livremente, tirando a autoridade do ministro.

Esta é apenas um episódio nesta verdadeira opera buffa protagonizada pelo governo, tendo como antagonistas o Congresso, o STF, os governadores, os prefeitos e os especialistas em saúde. O final dessa ópera, porém, pode fazer qualquer tragédia escrita por Verdi ou Wagner parecer uma comédia de Rossini, devido ao cenário assustador da pandemia de COVID-19 somada à depressão econômica já em curso.

Jair Bolsonaro escolheu Nelson Teich, mas ele não se adaptou às diretrizes do governo (Pedro Ladeira/Folhapress)

Outros assuntos também se destacaram nesta semana. 

Chamou a atenção o uso de nomes falsos por parte do presidente para divulgar os seus exames, que deram negativo para o coronavírus. Em dois dos três documentos, os outros dados estavam corretos. Críticos do presidente já falam até em falsidade ideológica, mas não se chega a tanto: parece que o presidente está só brincando com coisa séria, como se não estivéssemos numa situação onde ele não assume seu papel de líder, deixando um vácuo de poder preenchido pelos outros dois poderes, pelos governadores e pelos prefeitos. 

Por falar nestes dois últimos, os contratos emergenciais feitos a mando deles em nome do combate à pandemia geram suspeita, porque muitos deles estão irregulares e servem de pretexto para desvios do NOSSO DINHEIRO, em troca da compra de respiradores e máscaras vindos da China, superfaturados e que não funcionam. As tungas são tão grandes que já se fala em "covidão", para fazer eco às torpes palavras "mensalão", "petrolão" e "quadrilhão". Não chega a ser um assalto sistemático, como os outros malfeitos na era petista, mas as acusações são graves. Isso será abordado melhor brevemente.

São estes agentes públicos que acabarão saindo impunes graças à MP 966/2010, emitida pelo presidente, na tentativa de regulamentar o combate à pandemia e tentar escapar das acusações de irresponsabilidade administrativa. Os envolvidos no "covidão" também escapariam, assim como os governantes tão criticados pelo Planalto, acusados de arruinarem a economia com suas medidas de isolamento.

Contra esses "impatriotas", o presidente exortou grandes empresários a "jogarem pesado" com eles durante uma live, porque é uma "guerra". Como se o confronto perpétuo entre autoridades eleitas pelo povo resolvesse algo, usando como soldados os responsáveis por uma parte do PIB nacional e dos empregos. Só uma parte, porque a maioria dos empregos nos setores de indústria e serviços é gerada por empresários menores, sem poder nem influência. Não há mocinhos nesta "guerra", e, como ninguém confessa interesses particulares e disposição de brigar querendo ter razão enquanto toma medidas que os desmentem de forma escandalosa, o vírus é o governante do Brasil de facto. Nem o general Braga Netto, da Casa Civil, e nem o general Mourão, vice-presidente, que fez um recente discurso em sintonia com o titular do cargo máximo do Brasil, mandam tanto como esse minúsculo tirano genocida.

E o ministro da Economia acabou de fazer um duro discurso, também acusando os governadores, a imprensa (a Geni deste governo) e os críticos de "fazerem discurso em cima de cadáveres", e cobrou maior sacrifício dos agentes públicos, inclusive policiais e médicos, dizendo: "Queremos saber o que podemos fazer de sacrifício pelo Brasil nessa hora, e não o que o Brasil pode fazer por nós. E as medalhas são dadas após a guerra, não antes da guerra.". Alegou que o governo não tem recursos para dar aumento nenhum (na verdade, não consegue nem pagar o auxílio emergencial direito, enquanto golpistas e ladrões conseguem surrupiar parte dos recursos). Paulo Guedes estava com Braga Netto (Casa Civil), Luís Eduardo Ramos (Secretaria de Governo da Previdência) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), originalmente para comemorar os 500 dias de governo Bolsonaro.

Na próxima semana, este blog vai tentar diversificar os assuntos, porque não vale a pena tratar sobre o inimigo invisível neste espaço quando todos falam dele. Ainda há outros temas a serem explorados, dedicando apenas um artigo referente à praga, para falar sobre o tal "covidão". 

quinta-feira, 14 de maio de 2020

Modesta proposta para enfrentar a pandemia

Enfrentar a pandemia de COVID-19, como demonstram galhardamente os cidadãos comuns, os profissionais de saúde e também os governantes, isto é, prefeitos, governadores e o presidente da República, não é uma tarefa simples e envolve vários fatores, como a disponibilidade de vagas, a preparação dos médicos e atendentes, a economia, a educação e a vulnerabilidade social. 

Nesta postagem, o autor deste blog apresenta uma modesta proposta para enfrentar a pandemia quando ela atingir o pico dos casos e das mortes. Modesta, porque não é tão elaborada quanto os trabalhos dos profissionais de saúde e dos especialistas em engenharia social. 

Em primeiro lugar, antes de surgir a pandemia, consideremos dois grandes grupos, os médicos e os não médicos. A tabela abaixo mostra como a vida era, em termos de circulação, distanciamento social e contato. Chamemos de situação 1

Grupo dos médicos Grupo do público em geral
* Circula livremente * Circula livremente
* Não há distanciamento social * Não há distanciamento
* Entra em contato intermitente com o outro grupo * Entra em contato intermitente com os médicos

Com o surgimento da pandemia de COVID-19, foi determinado que os trabalhadores de serviços essenciais podiam sair às ruas, enfrentando o risco de contrair o coronavírus, causador dessa doença. Infelizmente, outros trabalhadores considerados "não essenciais" estão atualmente em situação de vulnerabilidade, e se veem forçados a enfrentar a pandemia. Os desempregados muitas vezes precisam sair para enfrentar as filas nos bancos para receberem o auxílio emergencial. Para isso, em teoria precisam se armar de máscaras, evitar aglomerações e reforçar a higiene pessoal para evitar a contaminação deles e de outras pessoas. No Brasil a teoria vem se mostrando difícil de ser colocada em prática. 

Estudantes, trabalhadores que conseguiram o home office, aposentados e pessoas que cuidam destes últimos (muitas vezes, também idosos e sem outros familiares) são aconselhados a permanecerem em casa.

Já quem contraiu a doença deve ser internado e isolado para minimizar qualquer contaminação alheia. Por outro lado, o grupo dos médicos entra em contato direto com os doentes e muitos profissionais acabam atingidos pelo vírus. Há um complicador: por falta de leitos muitos doentes acabam sofrendo em suas casas, e quem está morando neles sofre as consequências. 

O momento atual, aqui, é considerado a situação 2: 

Grupo dos doentes Grupo dos médicos Grupo dos trabalhadores Grupo da população em geral
* Fica isolado em hospitais * Circula livremente * Tem circulação restrita * Fica isolado em casa
* O distanciamento social não se aplica entre os doentes e os médicos * Deve obedecer ao distanciamento, salvo se cuidar dos doentes * Obedece ao distanciamento, salvo se estiver em casa * Obedece ao distanciamento quando precisar sair
* Não entra em contato com ninguém salvo os médicos * Entra em contato intermitente com os trabalhadores (no transporte público) * Entra em contato intermitente com os médicos e permanente com o resto da população * Entra em contato intermitente com os médicos e permanente com os trabalhadores

Na prática não é bem isso que ocorre, principalmente na periferia, onde evitar a aglomeração é difícil e as condições econômicas obrigam a classe dos trabalhadores a circular, desafiando as restrições para os serviços não essenciais e para quem está dependendo do auxílio emergencial. Além disso, há vários casos de violação do isolamento por parte de quem não precisa circular. 

A situação atual pode ser quebrada em caso de medidas irresponsáveis das autoridades, como forçar a quebra do distanciamento social impondo uma volta sem planejamento ao trabalho ou criando rodízios de veículos cuja consequência é a aglomeração de pessoas no transporte público (sim, estes são os casos do presidente da República e do prefeito de São Paulo...).

Agora chegamos à proposta, em caso de melhora no triste quadro atual. 

Ainda enfrentaremos a situação 3, onde o número de novos casos começa a diminuir. Aos poucos, isso deverá diminuir a pressão sobre os hospitais. Chegaremos a isso principalmente quando houver maior conscientização da população e maior número de testes. Já se sabe que todos são sujeitos a morrer por causa da doença, mas há aqueles cuja probabilidade é maior: os idosos, os obesos mórbidos, os predispostos a doenças respiratórias, os acometidos por outras doenças graves. 

O grupo dos doentes, a partir daqui, será chamado de grupo A

O grupo dos médicos será dividido em dois: o grupo B, que cuida dos doentes, e o grupo C, responsável por atender a população em geral. Os grupos B e C precisam manter distanciamento social entre eles, salvo entre pessoas dentro do grupo B, onde isso não é possível. 

Os trabalhadores serão conhecidos pelo grupo D. À medida que a situação melhorar, todo esse grupo poderá voltar ao trabalho, mas precisam cuidar da higiene pessoal. O distanciamento social entre membros desse mesmo grupo pode ser abolido, principalmente quando houver testes confiáveis. 

Estudantes, que deverão voltar às aulas quando as autoridades permitirem, são o grupo E. O distanciamento social entre membros desse grupo muitas vezes é impossível, e eles fatalmente irão entrar em contato com o grupo D, formado por pais e mães desses estudantes. 

Os mais vulneráveis são chamados de grupo de risco, ou grupo G, que precisa ter a assistência de pessoas, as quais também precisam de cuidados especiais para não terem contato com o vírus, ou grupo F, formado por quem precisa cuidar dos membros do grupo anterior. 

É fortemente recomendável que os grupos D e E mantenham o distanciamento social principalmente com o grupo de risco (G), salvo se houver testes confiáveis que indiquem ausência de contaminação por parte dos indivíduos destes dois grupos. 

Eventualmente, os indivíduos dos grupos não doentes deverão ser atendidos diretamente pelos médicos do grupo B, apenas em caso de terem desenvolvido a doença. Neste caso, tornam-se automaticamente membros do grupo A e precisam ser isolados.

Enquanto durar a pandemia, pessoas com problemas respiratórios devem, de preferência, ficar em casa. 

Grupo A
Grupo B
Grupo C
Grupo D
Grupo E
Grupo F
Grupo G
* Fica isolado em hospitais
* Circula livremente
* Circula livremente
* Circula livremente
* Tem circulação restrita no início; depois, circula livremente
* Tem circulação restrita
* Tem circulação restrita; deve evitar sair enquanto não houver normaliza- ção
* O distancia-mento não se aplica entre os doentes e os médicos do grupo B
* Deve obedecer ao distanciamento, salvo se cuidar dos doentes
* Obedece ao distanciamento, salvo se atender aos grupos não doentes
* Obedece ao distanciamento principalmente com o grupo G
* Obedece ao distanciamento com os grupos F e G; deve evitar qualquer contato com o grupo B
* Obedece ao distanciamento quando precisar sair
* Obedece ao distanciamento quando precisar sair
* Não entra em contato com ninguém salvo os médicos
* Entra em contato intermitente com os outros médicos e com outros grupos que adoecem
* Entra em contato intermitente com os outros grupos, mas não com os doentes de COVID-19
* Entra em contato intermitente com os grupos C, F e G, e permanente com o grupo E
* Entra em contato intermitente com os grupos C, F e G e permanente com o grupo D
* Entra em contato intermitente com os grupos C, D e E e permanente com o grupo G
* Entra em contato intermitente com os grupos C, D e E, e permanente com o grupo F

Deve-se lembrar das fontes de aglomeração, que devem ser limpas periodicamente. Igrejas, templos e shopping centers, poderiam funcionar, de início, em horários definidos por iniciativa destes. Depois, com testes mais frequentes, passam a ter funcionamento normal. Estádios esportivos ficam abertos apenas aos clubes, a princípio, para depois serem liberados, com atenção às torcidas organizadas, que deverão ser punidas em caso de agressões físicas. Antes de serem abertos, os parques, praças, praias e outros lugares públicos devem ser limpos e bem cuidados. Manifestações são livres, desde que não agridam fisicamente ninguém e nem causem danos ao patrimônio público - neste caso, os organizadores precisarão ser responsabilizados criminalmente.

É preciso ter em mente que a COVID-19 não deixará de ser uma ameaça enquanto não houver vacinas eficientes, capazes de lidarem com os tipos mais comuns de coronavírus. Haverá outros surtos, e, neste caso, as autoridades e a população precisam ajustar as medidas de controle. Em um próximo post vou expor o que poderá acontecer até o surgimento das vacinas. Pode-se já cogitar uma outra proposta, quando se notar que a pandemia está perdurando por tempo demais, a ponto de ameaçar criar um colapso social e econômico. Quando houver sinais disso, este blog irá se manifestar na medida do possível. 

quarta-feira, 13 de maio de 2020

O superplaneta Kepler-88 D

Astrônomos da Universidade do Havaí descobriram um planeta gigantesco, orbitando a estrela Kepler-88, pertencente à constelação de Lira, a 1.200 anos-luz daqui. 

Chama a atenção pelo tamanho: maior do que Júpiter e com três vezes a sua massa! Foi batizado de Kepler-88 D. 

Tamanho presumido do gigante estudado por anos no Observatório W. M. Keck, no Havaí (do jornal The Sun, definitivamente não uma referência para os estudiosos da astronomia) 

Este superplaneta interfere na órbita dos seus "companheiros", os planetas Kepler-88 B e C, devido à força gravitacional. Os companheiros do gigantão são duas também grandes esferas gasosas: o B é três vezes maior que a Terra e o C é quase do tamanho de Júpiter. Orbitam em torno da Kepler-88, estrela amarela menor do que o Sol. 

Comparação do tamanho de Kepler-88 com o do Sol (NASA)


A descoberta foi fruto de uma pesquisa feita a partir de seis anos de observações pelo HIRES (high-resolution Echelle spectrometer, ou espectrômetro Echelle de alta resolução) do Observatório W. M. Keck, colabora para os estudos das influências gravitacionais de corpos massivos sobre outros menores, assim como as trajetórias dos asteróides e até a formação de água, elemento vital para seres semelhantes aos da Terra, em planetas menores. 

Por ser um planeta gasoso e estar numa distância absolutamente inviável para uma possível viagem, não é uma opção para os "terráqueos" fugirem do coronavírus, este ser que, só no Brasil, infecta  mais de 180.000 pessoas (número superior ao de doentes na França). 

terça-feira, 12 de maio de 2020

Deon Meyer, um escritor visto como profético

Em 2016, o escritor sul-africano Deon Meyer escreveu um romance apocalíptico, onde um homem e seu filho tentam sobreviver num mundo quase vazio. 

Este livro era para ser totalmente ficcional, especulando sobre o fim dos tempos, causado não por armas nucleares, mas por um parasita, sugerido pelo infectologista Wolfgang Preiser, da universidade sul-africana de Stellenbosch, e seu colega Richard Tedder, da University College, em Londres. 

Curiosamente, eles citaram um "coronavírus", capaz de erradicar 95% da humanidade. 

Este foi o agente causador do drama existencial dos dois protagonistas, em Fever, livro ainda não traduzido para o português. Recebeu elogios da imprensa especializada e do famoso autor de contos terríveis, Stephen King. 

A capa do livro na Amazon (Divulgação)

Por causa disso, o escritor é considerado atualmente um profeta. Mas a intenção não era prever um futuro distópico, e sim descrever algo que, em tese, não poderia ocorrer na realidade!

O dr. Preiser foi um dos autores de um livro didático chamado Virologia, que também aborda os coronavírus, representados pela SARS, um outro vírus também surgido na China, responsável por uma grande pandemia em 2001, mas sem causar grande preocupação por aqui. 

O livro Virologia; um dos autores foi consultado pelo autor de Fever para seu livro que deveria ser totalmente ficcional (Divulgação, pelo site da Saraiva)

segunda-feira, 11 de maio de 2020

A lista de mortes em 2020 aumenta: Little Richard (1932-2020)

As doenças comuns e outras causas também mataram muita gente ilustre em 2020. No último dia 9, a lenda do rock'n roll Little Richard deixou este insensato mundo. Autor de músicas inesquecíveis como Tutti Frutti, Lucille e Good Golly Miss Molly, ele morreu de câncer nos ossos aos 87 anos em Las Vegas. 

(Do canal oficial do cantor, no Youtube)

Já morreram, neste ano, Kobe Bryant, Javier Pérez de Cuellar, Kirk Douglas, Valdir Espinosa, Ruy Fausto, Rubem Fonseca, Terry Jones, José Mojica Marins, Affonso Arinos de Mello Franco, Flávio Migliaccio, Moraes Moreira, Stirling Moss, Hosni Mubarak, Krzysztof Penderecki, Ibsen Pinheiro, Riachão, Kenny Rogers, Max von Sydow, Albert Uderzo, Jack Welch e Betty Wright. Todas estas pessoas ilustres não foram vítimas diretas da COVID-19. 

Ainda estamos no começo do mês de maio. Muitos ainda terão que encarar a única coisa inevitável na vida de qualquer um até o final deste ano, não necessariamente por culpa do coronavírus. 

Anomia em tempos de COVID-19

Começa mais uma medida desesperada (e improvisada) do prefeito Bruno Covas, para tentar forçar o povo a cumprir o distanciamento social sem recorrer ao temido lockdown: o rodízio "dia sim, dia não", permitindo apenas a circulação de carros com placas ímpares para dias ímpares (como hoje), placas pares para dias pares (como amanhã), e assim por diante. Isso vale para toda a cidade, e não só para o centro expandido. 

Muitos não entenderam e donos de carros com placas pares continuaram a circular fora do centro expandido. Até aprenderem, muitas multas serão cobradas. 

Enquanto isso, a frota de ônibus cresceu de forma pífia, insuficiente para atender a demanda. Nada de fiscalização para proibir os ônibus lotados, um paraíso para o coronavírus. Outro absurdo do decreto é incluir motoristas de aplicativos no rodízio. 

Brasília também não ajuda em nada. Continua a querer mais confusão, colocando academias e salões de beleza entre os serviços essenciais. Boa parte dos governadores e prefeitos não obedecerá a isso. 

Notando o tamanho da barafunda causada pelos governos, caminhoneiros apoiadores de Bolsonaro fizeram mais carretas. A de maior repercussão foi em São Paulo, onde eles ocuparam duas faixas da Av. Paulista, pedindo o fim da quarentena, do rodízio imposto na cidade, e o impeachment do governador João Doria. Tiveram a insolência de buzinarem perto do Hospital das Clínicas, e mostrarem caixões com os nomes do governador e do prefeito. Quinze foram multados por este ato. Depois, os manifestantes foram para a Marginal Tietê contribuir para provocarem congestionamento - coisa que ocorre mesmo na quarentena paulistana. 

Caminhoneiros se aproveitam da desídia das autoridades e fazem protestos contra a quarentena e o rodízio, desfilando com um caixão para afrontar o governador João Dória e o prefeito Bruno Covas (do canal "Brasil do Trecho", Youtube)

O poder público e os caminhoneiros, que acenam com uma possível greve, estão se lixando com a legislação e a população, que não consegue voltar a ter uma vida normal com a pandemia. E o Brasil continua a enterrar mortos pela COVID-19. 

sexta-feira, 8 de maio de 2020

O jogo dos erros neste casamento

Onde estão os erros neste casamento (de conveniência)?


Clique na imagem para ampliar



Respostas: 

1. Aglomeração em tempo de coronavírus! Cadê a responsabilidade desse pessoal?

2. Os noivos e os convidados estão sem máscaras! E a pandemia?

3. Não há ninguém para gritar: "Vivam os noivos!". Nem o Rodrigo Maia, o Davi Alcolumbre, o coronavírus, o Belzebu? E o Roberto Jefferson deveria estar aí nesta ilustração!

4. O Olavo de Carvalho está fumando. A "velha política", mãe da noiva, também. E ninguém com coragem para falar com eles. 

5. O Carlos Bolsonaro fazer o papel de "dama cavalheiro de companhia" até dá para engolir, mas cadê os irmãos?

6. A Regina Duarte está aí? Chorando ao lado do Augusto Heleno? E se emocionando com o casório?

7. A noiva Centrão está com a aparência muito bonita. 

8. A "velha política" só está com uma espingarda, e não com um canhão, apontado para o noivo, presidente da República. (O canhão deve estar na casa dela, para ser usado em caso de negociação de cargos...). 

9. Há um detalhe errado no véu da noiva: não é o cravo de defunto, mas o fato do véu não esconder o rosto da felizarda. 

10. Um casamento com essa noiva é um erro que vale por mil, e o noivo vai se arrepender amargamente! E o resto do país, também!

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Quem ouviu falar dos Vespas Mandarinas?

Este blog não está a se referir àqueles insetos terríveis originários da China e agora encontrados nos Estados Unidos, como espécie invasiva, para causarem mais mortes e destruição, mas a um grupo de pop rock (isso ainda existe?). 

O grupo conta com o vocalista Thadeu Meneghini, a baixista Helena Papini e o baterista Peu Lima. Está na ativa desde 2013, tendo algumas mudanças de formação. Um dos antigos integrantes era Flávio Guarnieri, baixista com o mesmo nome do filho, já falecido, do saudoso ator Gianfrancesco Guarnieri. 

Capa do álbum Cala a Boca Já Morreu (arte de Luca Bori)

Eles estão preparando um álbum chamado "Cala a Boca Já Morreu" e, amanhã, lançarão uma das músicas, E Não Sobrou Ninguém. Haverá mais outros singles, como Carranca, com a baixista convidada Deborah Christian. 

Parece uma soma de coincidências: uma banda com o nome de uma praga que está aterrorizando os Estados Unidos (além da COVID-19), lançando um novo trabalho com o termo "Cala a boca" dito pelo presidente Jair Bolsonaro contra os jornalistas, e com um single com um título perturbador, que lembra os cenários alarmistas dos profetas do apocalipse, que estão atuando com vontade em tempos de pandemia. Mas a princípio é só mais uma banda musical apresentando seu trabalho, sem ser funk, rap ou sertanejo, os ritmos mais escutados por aqui.


N. do A.: Pop rock não é o ritmo da alta do dólar, do crescimento da pandemia no Brasil e da tensão política, com Bolsonaro visitando, de surpresa, o STF com Paulo Guedes e alguns empresários para tentar falar sobre o relaxamento das medidas de isolamento social decretadas pelos governos regionais. Está mais para um daqueles death metal bem alucinados.