Não é qualquer um que já ouviu falar do DxOMark, um site especializado em análise de câmeras e smartphones.
Empresas como a Xiaomi valorizam muito os resultados obtidos pelas análises do DxOMark (divulgação) |
Muitas fabricantes de aparelhos caros - ainda mais no Brasil, onde o dólar, apesar de ter se acalmado depois de quase beirar os 6 reais, ainda é considerado muito alto (R$ 5,27 na cotação de hoje) e deverá se manter assim por causa da crise sanitária (o coronavírus continua a matar mais de 1.000 por dia), política e econômica - gostam de citar o site francês, com capital parcialmente chinês.
Foram testados vários smartphones, com critérios mais sofisticados com o passar do tempo. Agora, adotam-se como parâmetros exposição, cor, autofoco, textura, ruídos, artefatos (imagens artificiais causadas pela refração da luz, ou seja, devido a problemas no projeto das lentes), fotos noturnas, zoom, bokeh (qualidade visual de objetos fora do foco principal) e wide (qualidade das câmeras grande-angulares). Para vídeos, menos parâmetros, que incluem estabilização ótica, podendo testar, separadamente, o áudio das gravações, que analisam, por exemplo, diferenças no timbre, potência do volume e efeito espacial (um deles é o surround).
Essa metodologia é diferente da adotada para as câmeras, aparelhos ameaçados de ficarem restritas a profissionais em fotografia. O site só avalia retratos, paisagens e situações de esportes, avaliando a gama de cores em cada situação.
Embora o site diga que adota critérios técnicos e científicos, a metodologia ainda depende da habilidade humana em tirar as fotos e de olhos adequadamente treinados para a avaliação dos resultados, que não está livre de interpretações subjetivas. Outro problema é a ponderação das notas de cada item, considerada muito difícil de entender.
Os aparelhos mais caros, chamados de flagships, geralmente ocupam as melhores posições, como é de se esperar, pois as fabricantes se vêem obrigadas a investir mais pesado nas câmeras, mas existem outros com preços não tão absurdos, como o Zenfone 6, da taiwanesa Asus, que aqui custa menos de R$ 3.000,00 (um patamar ainda muito pouco acessível para o bolso do brasileiro), ficou na frente da maioria dos iPhones e até de alguns Google Pixel, aparelhos conhecidos pela qualidade de suas lentes.
Contudo, isso pode ser questionado devido à confusa metodologia aplicada, que estranhamente dá as notas mais altas para os aparelhos chineses. No momento da publicação desta postagem, o campeão foi o Huawei P40 Pro, com pontuação de 128 (103 para selfies). Este aparelho só pode ser importado por meio de sites especializados como o Bangood. O badalado e caríssimo Samsung S20 Ultra, aclamado por seu poderoso conjunto de câmeras, é o primeiro não chinês no ranking, num decepcionante sétimo lugar, com pontuação de 122 (100 para selfies e 64 para áudio). O aparelho iPhone mais bem avaliado - o Apple 11 Pro Max, que também custa "os olhos da cara" principalmente no Brasil - ficou apenas na décima primeira posição.
A alta pontuação de uns aparelhos enquanto outros amargam posições medianas no ranking de qualidade nas câmeras levanta suspeitas até de suborno de empresas ou influência do capital chinês num site oficialmente francês, mas com disponibilidade para ler os artigos apenas dois idiomas - inglês e mandarim.
A alta pontuação de uns aparelhos enquanto outros amargam posições medianas no ranking de qualidade nas câmeras levanta suspeitas até de suborno de empresas ou influência do capital chinês num site oficialmente francês, mas com disponibilidade para ler os artigos apenas dois idiomas - inglês e mandarim.
Por isso, o DxOMark é muito criticado pelos fãs de smartphones e também por fabricantes, principalmente fora da China, ainda mais em tempo de pandemia provocada pelo coronavírus, apelidado de "vírus chinês". Isso só reflete a dificuldade de se avaliar uma foto daquela paisagem considerada maravilhosa por uns e "lixo" por outros.
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