segunda-feira, 25 de maio de 2020

Animações evitam a política

No passado, era comum encontrar animações satirizando a política, como se fossem tiras ou charges em forma de cartoons onde a técnica era menos importante do que o escracho. Como "cartoon", o trabalho lembrava os desenhos "desanimados" da década de 1960, onde os movimentos se resumiam ao mexer dos lábios, um eventual piscar de olhos ou movimento de braços e pernas, mas como forma de humor valia. 

Usando conhecimentos do antigo Adobe Flash somados a algum talento na arte do "rabisco", os animadores não perdoavam, por exemplo, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Lula, Dilma ou Temer e os políticos do começo deste século, como Paulo Maluf, Fernando Collor, Antônio Carlos Magalhães, José Dirceu e Marta Suplicy. 

Sites antigos como o Humortadela gostavam de ter Lula e outros políticos como alvo (do canal "Humortadela20" no Youtube - clique AQUI)

Com Jair Bolsonaro, porém, a produção desse tipo ficou menos voltada para a política. Notórios chargistas como Maurício Ricardo passaram a se concentrar em personagens fictícios, como os conhecidos Espinha e Fimose (dois adolescentes não muito inteligentes que só pensam em se dar bem com as garotas). O mineiro fazia muitas charges políticas antes de 2019. Com Bolsonaro, são bem poucas. 

A grande exceção ficou com André Guedes, chargista do antigo site Humortadela. Ele votou, assumidamente, em Bolsonaro, mas seu humor ferino não o poupa, e muito menos os filhos 01, 02 e 03, embora sempre pintando-os como protagonistas atrapalhados e toscos, contra os antagonistas de "esquerda" financiados por George Soros (apontado pelos bolsonaristas e por Olavo de Carvalho como uma ameaça aos valores conservadores), e, ultimamente, os defensores do isolamento social contra o coronavírus.

Charges animadas com o presidente são raras, mas o carioca André Guedes se destaca (do site "André Guedes" no Youtube)

Por falar nesse vírus, nesta semana vou tentar (de novo) evitar deixá-lo como o assunto principal, já que o espaço da Internet está repleto de informações e opiniões sobre a pandemia. Aliás, nas outras postagens também os assuntos políticos, ainda mais debatidos do que o perigo invisível, devem ceder espaço para outras pautas, ou este site deixará de ser digno de ser chamado de "Assuntos 1000". 

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